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Federações da indústria de Minas Gerais e Rio de Janeiro (Fiemg e Firjan) apresentam sugestões para minimizar o impacto da crise hídrica e garantir retomada econômica

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 22/09/2021 às 22:53
Atualizado em 19/08/2022 às 05:06
crise hídrica energia indústria economia
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A crise hídrica ameaça fortemente a retomada da economia e geração de empregos. As federações do RJ e MG apresentaram sugestões ao governo federal para evitar impactos maiores

A crise hídrica causa enormes prejuízos a economia e aos cofres da população brasileira, principalmente os mais vulneráveis. Por conta maior crise hídrica do Brasil nos últimos 90 anos, as federações das indústrias do Rio de Janeiro e Minas Gerais (FIRJAN e FIEMG) se uniram visando minimizar o impacto da crise. 

As federações elaboraram uma nota com 14 sugestões ao governo federal para reduzir os impactos da crise e evitar que o mesmo aconteça no futuro. As federações tem como objetivo principal garantir uma forte retomada econômica, além de aquecer as atividades industriais do país sem a necessidade de racionamento de energia.  

Situação preocupante

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), mostra que o sistema de reservatórios do Sudeste e do Centro-oeste está em 17,9%. Os estados que vivem situações mais complicadas são São Paulo e Paraná, porém, a conta acaba ficando mais cara para todos os brasileiros, em todo as regiões.  

Imagens de torres de energia: Foto: Agência Brasil

As federações ainda alertaram que a situação da crise hídrica no Brasil poderia estar em um nível ainda maior caso a economia brasileira estivesse mais aquecida em 2021. “Não fossem as sucessivas crises econômicas, que frearam o desenvolvimento do país, estaríamos diante de um cenário insustentável”, diz a nota.  

As federações produziram um total de 14 sugestões para minimizar os impactos da crise energética sobre a produção da indústria. Uma das principais sugestões são melhorias nas condições para a concessão de crédito para empresas que querem melhorar a eficiência energética.  

As federações esperam que a crise hídrica acabe gerando ainda mais impactos negativos a economia do país. Por conta disso, o governo federal deve está atento e pronto para agir. 

Lista de sugestões ao governo federal

1 – “Permitir que o programa de eficiência energética da Aneel possa ser oferecido com recursos a fundo perdido para o setor industrial, à semelhança do que já é feito para programas sociais, para o setor público e para as entidades sem fins lucrativos; 

2 – Solicitar à Aneel que flexibilize o indicador coletivo de continuidade – DEC para que as distribuidoras possam programar e realizar desligamentos visando novas conexões em geração distribuída – que contribui para aumento na produção de energia e redução da demanda de geração centralizada; 

3 – Viabilizar a utilização da cogeração e da geração local industrial a partir de óleo diesel elaborando programa que agilize a entrada dessas fontes em operação, o mais breve possível; 

4 – Melhorar as condições de financiamento das linhas de crédito do BNDES dedicadas a ações de eficiência energética e, em especial, a aquisição de equipamentos para a autoprodução; 

5 – Criar produtos dentro do plano de Redução Voluntária da Demanda – RVD – reduzindo o atual patamar de 5 MW para 1 MW, permitindo que mais indústrias possam contribuir com o programa. Flexibilizar o limite de horas para adesão à RVD para 2 a 7 horas diárias. Ademais, permitir que o consumidor possa fazer a confirmação da sua adesão ao programa no dia anterior à efetiva RVD; 

6 – Sugerir a substituição da iluminação pública (IP) para LED em locais que ainda não o utilizem, e também a redução de no mínimo 20% do consumo na IP em áreas que não ofereçam risco à segurança pública; 

7 – Isentar a cobrança de ICMS sobre o adicional da bandeira escassez hídrica, visto que o acréscimo do imposto decorre de uma situação excepcional oriunda de uma crise energética; 

8 – Estimular, à semelhança do governo federal, a redução do consumo de energia nos prédios públicos e em empresas de utilidade pública como as do setor de saneamento; 

9 – Ajustar os postos tarifários dos consumidores cativos do Grupo A, de forma que a tarifa de ponta reflita o horário de ponta do sistema elétrico de cada distribuidora; 

10 – Impedir que o deslocamento hidráulico causado pelos programas de redução da demanda seja suportado pelos consumidores, via encargo tarifário; 

11 – Utilizar recursos do Tesouro Nacional para cobertura dos custos gerados pelos programas de redução da demanda – seja voluntária ou compulsória; 

12 – Inibir sobrepreço na oferta de combustíveis para usinas termelétricas; 

13 – Assegurar que os índices de indisponibilidade das termelétricas fiquem dentro dos valores de referência utilizados nos cálculos da garantia física das usinas, com a aplicação de penalidades previstas em contrato; 

14 – Iniciar as discussões de modernização e repotenciação das usinas hidrelétricas, bem como reavaliar a garantia física dos empreendimentos, visando aumentar a adequabilidade da oferta de energia do sistema interligado nacional“. 

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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