Empresário reduz drasticamente valor da conta de luz de distribuidora com esquema irregular descoberto pela polícia. Operação revelou fiação enterrada e estrutura clandestina antes do medidor oficial.
O dono da distribuidora de bebidas em Águas Lindas de Goiás foi preso em flagrante no dia 17 de junho após a descoberta de uma ligação clandestina que reduzia sua conta de energia de aproximadamente R$ 11 000 para apenas R$ 280 por mês.
A ação ilegal foi detectada em inspeção de rotina da Equatorial Goiás em 19 de maio, contando com o apoio da Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica e equipes de segurança.
A fiação ilegal foi instalada antes do medidor e parcialmente enterrada para dificultar a identificação, demonstrando um esquema sofisticado de furto de energia — conhecido popularmente como “gato de energia”.
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Segundo a concessionária, o modus operandi permitia escapar do registro oficial, gerando riscos à infraestrutura elétrica e à segurança de quem manipulava os equipamentos.
Prisão por furto de energia em distribuidora de bebidas
No momento da prisão, confirmaram-se os indícios de fraude, levando à detenção imediata do responsável, que foi encaminhado à delegacia para formalização do crime de furto mediante fraude (tipificado no artigo 155 do Código Penal).
A pena prevê reclusão e multa, a depender da avaliação judicial.
Aumento de operações da Equatorial Goiás em 2025
A distribuidora intensificou as ações para coibir fraudes: até agora, já foram feitas 117 operações, resultando em 77 prisões apenas em 2025.
No ano anterior, somaram-se 290 operações com 158 detenções, ultrapassando o total de 475 operações e 289 prisões desde o início da concessão, no fim de 2022.
Casos semelhantes de “gato de energia” em Goiás
Santa Helena de Goiás:
Em 17 e 18 de junho, nove locais foram flagrados: quatro comércios e cinco residências.
Entre os problemas, foi identificado um dispositivo eletrônico controlado remotamente que interrompia a medição, além de ligações diretas embutidas nas paredes internas.
Serraria em Águas Lindas:
Uma serraria também foi autuada após equipe identificar transformador usado para ligação direta à rede, com o equipamento totalmente encoberto.
Bar no Setor Marista, Goiânia:
Em 2024, um bar foi flagrado com ligação direta, resultando em quedas de energia na região.
Ainda em Águas Lindas, um pesque-pague apresentava fios atravessando via pública, ameaçando pedestres e motoristas.
Impacto do furto de energia no Brasil
O furto de energia representa uma perda gigantesca para o setor elétrico brasileiro.
Estima-se que cerca de 15% da energia gerada em 2022 — equivalente a R$ 7,7 bilhões — seja furtada por ligações clandestinas.
Iniciativas internacionais avaliam que cerca de US$ 96 bilhões sejam perdidos globalmente com esse tipo de fraude.
No Brasil, essa prática é crime, enquadrado como furto ou estelionato, além de apresentar risco de explosões, incêndios, choques elétricos e sobrecarga no sistema.
Tecnologia e parcerias no combate a fraudes
Para intensificar a fiscalização, a Equatorial Goiás firmou, em maio, uma parceria inédita com a Polícia Técnico-Científica.
A iniciativa prevê troca de tecnologia, treinamentos e agilidade nas perícias de medidores adulterados.
O uso de monitoramento inteligente em tempo real e análise de dados reforçou as ações, resultando em aumento de 95% nas operações no ano passado, com recorde de prisões e flagrantes.
Consequências do furto de energia para a sociedade
Impacto econômico: O prejuízo causado pelo furto de energia é repassado aos consumidores regulares, elevando tarifas.
Segurança pública: A instalação de fraudes clandestinas provoca curtos-circuitos e aumenta o risco de incêndios e acidentes com eletricidade.
Responsabilidade social: Denúncias anônimas (0800 062 0196) são cruciais para reduzir a impunidade e fortalecer o sistema elétrico.
Na sua visão, o que leva tantos estabelecimentos e até residências a arriscar cometer crime com o “gato” de energia: desespero financeiro, sensação de impunidade ou falta de fiscalização constante?