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Com o agravamento da crise hídrica, investimentos em energia eólica, solar e de biomassa podem dobrar em poucos meses

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 25/06/2021 às 11:54
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Turbinas no Ceará – Foto: Adriano Machado/Bloomberg via Getty Images

Com o agravamento da crise hídrica, há uma enorme possibilidade da energia eólica, energia solar e de biomassa ganharem mais destaque no setor elétrico brasileiro

O apagão que ocorreu em 2001, trouxe uma rede de termelétricas que possuem uma fonte energética mais cara para o Brasil. Com a atual crise hídrica, que está assolando diversos estados, surgirá a nova tendência das energias renováveis, principalmente a energia eólica, energia solar e de biomassa.

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Tendo em vista as dificuldades, algumas empresas buscam nessas fontes renováveis uma forma de se precaver de futuras secas, que podem se tornar mais frequentes tendo em vista as mudanças climáticas.

De acordo com Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABsolar), o uso de fontes hídricas será analisado a partir de suas prioridades, como consumo animal e humano, deixando a geração de energia como última opção.

Já de acordo com o diretor da RZK Energia, Luiz Serrano, o custo elevado devido à crise hídrica será um grande impulsionador para as decisões de investimentos em fontes de energia solar, eólica e biomassa. O preço do megawatt/hora (MWh) no mercado spot, saiu de R$ 300, em março, para R$ 520 mais recentemente.

A estimativa de mudança com o auxilio das fontes renováveis

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum, a energia dos grandes aerogeradores pode atingir a marca de 18% do fornecimento, o dobro do atual, mais especificamente em setembro, quando os níveis dos rios devem estar com uma crise maior.

Os campos de energia eólica que estão em sua fase final de construção, possuem uma capacidade de 1 Gigawatt e deverão começar suas atividades antes do previsto, ganhando cerca de três meses em burocracia e obras. Já a biomassa, continua centrada em aterros sanitários e no bagaço da cana-de-açúcar, porém possui um potencial para expandir os materiais.

De acordo com Manuela Kayath, presidente da MDC, uma empresa que opera vapor a partir de biomassa e biometano, vê uma aceleração nos projetos na área. Ela afirma que será viável gerar biogás a partir de dejetos animais por meio de um processo de biodigestão.

Ainda assim, a Associação Brasileira da Indústria da Cana-de-Açúcar afirma que o país utiliza apenas 15% do potencial de biomassa do setor, isto é, se o país conseguir fazer mais investimentos, terá um crescimento rápido no área.

Pesquisador da FGV Energia fala sobre a energia solar, energia eólica e biomassa

De acordo com o pesquisador da FGV Energia, João Teles, o uso de fontes renováveis é o motivo pelo qual a crise hídrica no país não ter se transformado em uma crise energética.

Diferente do racionamento de 2001, que as hidrelétricas representavam aproximadamente 90% da geração do país, atualmente elas respondem apenas por 63,8%, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). As fontes renováveis que mais se destacam são a de energia eólica com 9,2%, biomassa e biogás com 9% e a energia solar com 1,7%.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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