Tarifas de Trump causam acúmulo de carros importados nos portos dos EUA, gerando incertezas econômicas e afetando exportações de montadoras europeias como Audi e Jaguar.
Os portos dos Estados Unidos estão enfrentando uma situação crítica com o acúmulo de carros importados que não conseguem ser escoados para o mercado interno. O problema decorre das tarifas de 25% impostas pelo presidente Donald Trump sobre a entrada de veículos estrangeiros no país. Com a nova política econômica, que entrou em vigor em 2 de abril, terminais portuários americanos se aproximam de sua capacidade máxima de armazenamento.
Fabricantes como Audi, Jaguar, Land Rover e Aston Martin já começaram a adotar medidas preventivas, atrasando ou reduzindo o envio de carros aos EUA. Segundo executivos do setor automobilístico ouvidos pelo Financial Times, a situação “pode ficar feia” caso as incertezas políticas persistam. Eles alertam que, sem um acordo comercial viável, os impactos negativos podem se agravar.
Trump defende tarifas como forma de ‘libertação econômica’
Ao assinar o decreto no dia 26 de março, o presidente Donald Trump afirmou que a iniciativa deve gerar mais de US$ 100 bilhões em arrecadação para o governo.
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Em pronunciamento na Casa Branca, ele declarou: “Se você construir seu carro nos EUA, não terá tarifas. […] Este é o verdadeiro dia da libertação na América”.
Segundo o republicano, as tarifas sobre os carros importados são uma forma de cobrar dos países estrangeiros pelos prejuízos econômicos causados ao setor industrial norte-americano.
Ele acusa as práticas comerciais globais de retirar empregos e riqueza dos cidadãos americanos.
Estratégias para evitar perdas: carros aguardam em depósitos alfandegários
Na tentativa de mitigar os prejuízos, as fabricantes vêm adotando estratégias como o armazenamento de carros em depósitos alfandegados dentro dos próprios Estados Unidos.
O objetivo é postergar o pagamento das tarifas até que um possível acordo comercial seja firmado entre Washington e seus parceiros internacionais. Um dos executivos do setor comentou que há esperança de que “algum tipo de compromisso seja alcançado” em breve.
No entanto, as taxas de armazenagem e operação dos portos americanos também são elevadas, intensificando a pressão sobre as empresas.
As montadoras se veem diante de uma encruzilhada: continuar enviando carros importados e pagar as altas tarifas, ou segurar os embarques e correr o risco de perder vendas.
Porto de Bremerhaven sente impacto direto das novas tarifas
O porto de Bremerhaven, na Alemanha — uma das maiores plataformas logísticas de exportação de veículos da Europa — está entre os principais afetados.
Responsável por cerca de um terço do tráfego automotivo que chega aos Estados Unidos, o terminal já prevê uma queda de até 50% em sua movimentação de carros importados. A redução atinge tanto os veículos enviados aos EUA quanto os que viriam do país americano.
Com os portos dos Estados Unidos congestionados e os principais exportadores na Europa e Ásia hesitantes, o futuro dos carros importados no país segue indefinido.
Enquanto fabricantes e operadores logísticos aguardam por negociações diplomáticas, o mercado automotivo internacional vive momentos de tensão, temendo uma crise prolongada nas relações comerciais com os EUA.
Com informações do Poder360