Britânico rejeita avião e decide caminhar do Reino Unido ao Vietnã. São 15 mil km, 23 países e apenas duas balsas em uma jornada épica de coragem, frio, deserto, selva e propósito.
Ele rejeita atalhos. Rejeita conforto. Abriu mão de aviões, trens, ônibus e até caronas. Escolheu caminhar, passo após passo, carregando uma mochila, um sonho e uma convicção: provar que pessoas comuns também podem fazer coisas extraordinárias. O britânico Luke Daekin deixou Stratford-upon-Avon, no Reino Unido, em 16 de setembro de 2024 e partiu em uma travessia insana rumo ao Vietnã. São mais de 15 mil quilômetros, 23 países e apenas duas travessias de balsa – Inglaterra-França e Azerbaijão-Cazaquistão. O resto, ele faz no ritmo ancestral da humanidade: com os pés no chão.
O que para o mundo urbano parece loucura, para ele é renascimento. Uma missão pessoal e espiritual. Uma busca pela simplicidade em um planeta de rotas aceleradas, voos baratos e pressa permanente.
E, enquanto muitos atravessam continentes em poucas horas dentro de um avião, Luke encara neve, urso, deserto, estradas vazias, solidão, cansaço e calor extremo. Tudo para provar, como escreveu, que “qualquer pessoa pode viver uma aventura gigante”.
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Agora, essa jornada ganha os olhos do mundo.
Caminhada épica do Reino Unido ao Vietnã: uma travessia de 15 mil km a pé
A rota de Luke Daekin começou no coração da Inglaterra. De lá, ele desceu até a França e continuou seu caminho pela Europa Central, enfrentando frio, gelo e ventos duros de inverno. Hoje, já acumula passagens por França, Luxemburgo, Alemanha, Áustria, Hungria, Sérvia, Bulgária e Grécia, com a Turquia no horizonte imediato.
A cada fronteira, uma história. A cada cidade, um desafio. A cada passo, uma pequena vitória silenciosa contra o cansaço e as certezas da vida moderna.
Da Europa, Luke atravessará a monumental barreira do Cáucaso, entrando na Geórgia e no Azerbaijão. Dali, embarcará em uma balsa que o deixará no Cazaquistão – início de uma jornada brutal pelas planícies vazias da Ásia Central.
Depois, seguirá rumo ao Paquistão, Afeganistão, Índia, Bangladesh, Myanmar, Tailândia, Camboja e, finalmente, Vietnã. A chegada será em grande estilo: caminhando de Ho Chi Minh a Hanói. Uma conclusão monumental para uma aventura que começou como um sussurro de inquietação e virou uma epopeia humana.
A travessia mais dura: neve, ursos, desertos e 40°C sob o sol asiático
Se a Europa ofereceu frio extremo, neve e noites longas, a Ásia Central promete uma prova ainda mais severa. O trecho até o Vietnã reúne alguns dos ambientes mais desafiadores do planeta.
Trechos desertos no Cazaquistão exigem uma logística quase militar para acesso a água e comida. No Paquistão e Afeganistão, ele enfrentará instabilidades, isolamento e a força imprevisível de regiões remotas.
Na Índia, as dificuldades mudam de tom: calor acima de 40°C, umidade alta, monções violentas e riscos naturais como cobras e tigres. No Sudeste Asiático, a selva densa, estradas pequenas e chuvas torrenciais testarão cada célula de resistência do aventureiro.
Como ele próprio escreveu:
“Acabei de atravessar a Europa em meio a um inverno rigoroso, mas agora as coisas ficam ainda mais insanas. O próximo destino é a Turquia, um país infestado de ursos. Depois, caminharei por desertos e pelo Oriente Médio, atravessarei a Índia, onde terei que desviar de cobras e tigres, antes de enfrentar mais de 40°C e a estação das monções no Sudeste Asiático.”
Esta não é uma viagem para quem busca conforto. É um campo de batalha contra a própria mente, o corpo e, principalmente, o medo.
Uma missão pessoal: provar que o extraordinário cabe ao comum
Ao contrário dos aventureiros patrocinados que cruzam o planeta cercados de equipes de apoio, Luke caminha sozinho. Esta é uma jornada íntima, sem glamour, sem segurança corporativa, sem equipe de filmagem.
Ele grava vídeos simples, atualiza seguidores nas redes e segue em silêncio entre vilarejos, estradas provincianas e horas de reflexão.
Sua motivação não é fama, maratona extrema ou recorde esportivo. É uma mensagem:
“Mostrar que pessoas comuns podem fazer coisas extraordinárias.”
Em cada passo, ele desafia o tempo, o comodismo e a máxima moderna de que tudo precisa ser rápido, eficiente e confortável para valer a pena.
Reações e impacto: um símbolo de coragem e liberdade
Nas redes sociais, sua caminhada virou inspiração. Comentários se multiplicam:
“Um passaporte forte, uma mente determinada e um coração apaixonado.”
“Ele evitou o Irã e ainda assim encontrou um caminho. Isso é incrível.”
O que impressiona não é apenas o feito físico, mas o conceito: em um mundo em que tudo se resolve com cliques, algoritmos e velocidade, alguém decide voluntariamente caminhar o planeta para vivê-lo, sentir-lo e absorvê-lo na velocidade da alma.
O fim da rota: Hanói como o destino final
A jornada termina no Vietnã, e seu desfecho será poético: atravessar o país inteiro, de sul a norte, até Hanói. Uma chegada que não será marcada por fanfarra ou grandes espetáculos, mas por algo mais raro: a vitória silenciosa de quem caminhou com propósito.
Ao cruzar a linha final, ele não terá apenas viajado. Terá se transformado. E, ao longo do caminho, terá transformado também quem observou.

                        
                                                    
                        
                        
                        
                        
        
        
        
        
        
        
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