Projeto de mais de 500 m e 157 andares avança em Santa Catarina. Cidade já lidera o preço do metro quadrado no Brasil e mira novo salto no mercado imobiliário.
A Senna Tower, lançada em 2025 pela FG Empreendimentos em parceria com a marca Senna, pretende alcançar mais de 550 metros e 157 andares, o que a colocaria como o prédio residencial mais alto do mundo. O empreendimento foi apresentado com 228 unidades e homenagens ao piloto Ayrton Senna, e tem previsão de entrega que pode chegar a 2033, segundo comunicados públicos e imprensa.
O projeto recebeu sinal verde prévio da prefeitura e licenças ambientais de implantação, de acordo com a construtora. O Conselho on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH) registra a proposta como um arranha-céu acima de 500 m aprovado na cidade.
A ambição técnica inclui recursos de engenharia como tuned mass damper (TMD) para reduzir vibrações de vento e metas de sustentabilidade de alto nível. A página oficial do empreendimento descreve ainda andares de lazer e áreas abertas ao público.
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Enquanto isso, Balneário Camboriú mantém o m² mais caro do país, segundo o Índice FipeZAP, com valores médios acima de R$ 14 mil em 2025, à frente de Itapema e Vitória. O dado reforça o pano de fundo de demanda e valorização que sustenta projetos de alto padrão na cidade.
Como a torre se posiciona no ranking mundial de residenciais
Hoje, o título de residencial mais alto pertence à Central Park Tower, em Nova York, com 1.550 pés (cerca de 472 m). Se confirmada a altura anunciada, a Senna Tower ultrapassará a marca, reposicionando o Brasil no mapa global dos superarranha-céus residenciais.
No cenário nacional, Balneário Camboriú já reúne alguns dos edifícios mais altos do Brasil. O Yachthouse by Pininfarina figura com 294 m, e o One Tower tem 290 m, ambos reconhecidos pelo CTBUH. A nova torre superaria com folga essas referências.
A consolidação de BC como polo de prédios icônicos vem desde a expansão de seu skyline e de intervenções urbanas na orla, o que elevou a atratividade para moradia e investimento. A Senna Tower, se erguida conforme projetado, seria o ápice desse ciclo.
Engenharia, inovação e metas de sustentabilidade
Entre os diferenciais técnicos, destaca-se o TMD, sistema pêndulo que mitiga oscilações, comum em torres muito altas. O empreendimento também anuncia padrões ambientais elevados, com meta de certificação LEED em nível máximo, segundo materiais oficiais. Elevadores de alta velocidade e andares exclusivos de lazer integram o desenho.
A combinação de engenharia estrutural avançada com programas de uso misto em áreas de lazer abertas ao público aparece na comunicação do projeto como forma de ancorar benefícios urbanos além dos privados. Detalhes sobre fundações, outrigger e contenções vêm sendo divulgados pela desenvolvedora à medida que os estudos progridem.
Para efeito de verificação independente, o CTBUH registrou em 2024 que os planos previam início de obras no segundo semestre de 2025 e cronograma de até 10 anos, o que é compatível com empreendimentos dessa escala.
Investimento, cronograma e pontos de atenção regulatória
Em termos financeiros, reportagens indicam investimento estimado entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões para erguer a torre, enquanto outras fontes de mercado citam VGV de cerca de R$ 8,5 bilhões. A previsão de conclusão até 2033 aparece em notas de imprensa nacionais. Resumo: valores são elevados para padrões brasileiros, mas plausíveis para um supertall residencial.
Há, porém, desafios regulatórios em discussão local, como a necessidade de marcos legais específicos e estudos ambientais complementares para uma frente de projetos altos na cidade. Esse contexto pode influenciar prazos e fases do canteiro.
Mesmo assim, o histórico recente de aprovações em BC para edifícios altos e a presença de players experientes no segmento sugerem capacidade de execução, condicionada a cumprimento de exigências técnicas e urbanísticas.
Efeito no mercado: m² líder e demanda por luxo
De acordo com o FipeZAP, Balneário Camboriú lidera o ranking nacional de preço de venda por m² em 2025, com média próxima de R$ 14,9 mil, seguida por Itapema e Vitória. Esses números, compilados e publicados por veículos econômicos, retratam um mercado aquecido e com estoque premium escasso.
A eventual entrega da Senna Tower tende a ancorar preços de ultra-luxo. Há registros de coberturas divulgadas na mídia com preços na casa de centenas de milhões de reais, o que, se confirmado na comercialização, pode criar uma nova referência nacional de tíquete.
Para o investidor e para o morador de alto padrão, BC oferece um pacote que combina localização de praia, serviços urbanos e arquitetura icônica. A torre de 500+ m seria um selo de prestígio adicional, ao preço de maior pressão sobre infraestrutura, sombreamento e trânsito, temas que merecem monitoramento público.
A construção de um residencial de 500+ m é avanço tecnológico ou pressão extra sobre a cidade? Comente abaixo: BC deve perseguir o recorde a qualquer custo ou é hora de frear e exigir mais contrapartidas urbanas e ambientais?