A parceria entre a gigante Boeing e a fabricante de brasileira Embraer foi cancelada 21 meses após ter sido anunciada. As duas empresas trocaram acusações, depois que a companhia americana divulgou comunicado afirmando que desistiu da transação avaliada em US$ 4,2 bilhões. No início deste mês a empresa estendeu afastamento de funcionários das fábricas no Brasil com férias coletivas
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De acordo com fontes do governo, a pandemia do coronavírus seria causa principal do fim do acordo entre Boeing e Embraer.
A parceria entre as companhias criaria uma nova empresa na área de aviação comercial — a Boeing Brasil-Commercial —, em que a Embraer teria 20% e os americanos, 80%.
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Hoje (27), a Embraer informou em comunicado que iniciou procedimentos arbitrais por conta da rescisão de contrato pela Boeing, já que a fabricante brasileira de jatos cumpriu todas as exigências previstas no contrato.
“A empresa buscará todas as medidas cabíveis contra a Beoing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido de da violação do contrato”, escreveu a Embraer em nota.
A Câmara de Arbitragem ou juízo arbitral é uma alternativa para resolver conflitos sem a necessidade de acionar o Poder Judiciário. Na prática, as partes interessadas indicam os árbitros, que ponderam os argumentos por elas apresentados e proferem uma decisão, a chamada “sentença arbitral”.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Embraer pode ser negociada com outra empresa.
China, uma possível parceira da Embraer
Os analistas do banco suíço UBS, Myles Walton, Louis Raffeto e Emilee Deutchman não descartam que a China poderia levar uma companhia chinesa a buscar um acordo com a fabricante brasileira.
“Acreditamos que a China ainda aspira a uma posição de liderança aeroespacial global e, em nossa opinião, o ERJ seria importante como produto, além de trazer a experiência da Embraer numa rede global de serviços e suporte.
Sindicato defende reestatização para salvar a Embraer
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos pediu no sábado (25) a reestatização da empresa brasileira.
Além disso, entidade afirmou que o governo deveria garantir os empregos dos trabalhadores da companhia.
O sindicato ressaltou que sempre se colocou contra a venda da Embraer, que segundo a entidade é “um patrimônio nacional estratégico para o país e não precisa de aliança com parceiros internacionais para sobreviver”.
“Defendemos que o governo brasileiro cumpra o seu papel em favor da nossa soberania e reestatize a Embraer para que, diante dos efeitos colaterais a serem provocados pela ruptura do acordo, agravados pelas consequências econômicas causadas pela pandemia do coronavírus, os empregos e direitos dos trabalhadores sejam preservados integralmente”, diz a nota do sindicato