Os EUA são o maior exportador de GNL. Brasil depende de importações para segurança energética. A influência russa é um tema de análise pendente.
O setor de exportação de GNL vem enfrentando desafios nos Estados Unidos, com o governo anunciando recentemente a suspensão temporária da aprovação de novos projetos de exportação de gás natural liquefeito. Essa medida tem gerado debates acalorados sobre o impacto ambiental e econômico dessa decisão.
Essa suspensão está diretamente ligada às pressões de grupos ambientalistas, que influenciaram a administração Joe Biden a interromper as análises de licenças para novas plantas de liquefação de GNL. A decisão do Departamento de Energia (DoE) reflete a preocupação com os impactos da indústria e a necessidade de rever os processos de aprovação, em meio à corrida eleitoral para a presidência em 2024.
Exportação de GNL: Pausa Temporária e Análise Criteriosa
A minha Administração anuncia hoje [26/1] uma pausa temporária nas decisões pendentes sobre as exportações de GNL – com excepção de emergências de segurança nacional imprevistas e imediatas. Durante este período, analisaremos atentamente os impactos das exportações de GNL nos custos da energia, na segurança energética da América e no nosso ambiente. Esta pausa nas novas aprovações de GNL vê a crise climática como ela é: a ameaça existencial do nosso tempo, afirmou o presidente Joe Biden, em pronunciamento oficial.
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A Ascensão dos Estados Unidos como Exportador de GNL
Os Estados Unidos se tornaram o maior exportador de GNL do mundo em 2023, ultrapassando o Catar e a Austrália. São os principais fornecedores do Brasil e têm se posicionado como uma fonte importante de gás para a Europa, em alternativa ao gás russo.
Crescimento da Capacidade de Exportação de GNL dos EUA
A previsão é que a capacidade de exportação de GNL dos EUA cresça dos 84 milhões de toneladas/ano em 2023 para mais de 181 milhões de toneladas/ano em 2030. Isso representaria quase 30% da produção global de gás natural liquefeito ao fim da década, de acordo com a S&P Global Commodity Insights.
Impactos Ambientais e Climáticos dos Projetos de Exportação de GNL
Ambientalistas alegam que continuar a permitir a construção de grandes plantas de exportação de GNL prejudicaria os objetivos climáticos da administração Biden.
A suspensão de novas licenças, anunciada pelo governo americano, marca um ‘importante ponto de virada’ na luta contra as emissões e demais impactos ambientais da indústria do gás nos EUA, de acordo com o grupo ambientalista Sierra Club.
O diretor executivo do Sierra Club, Ben Jealous, questionou o interesse público de novos projetos de liquefação do país, acrescentando que ‘a decisão é uma grande vitória para as comunidades e defensores que há muito falam sobre os perigos do GNL e deixa claro que a administração Biden está ouvindo os apelos para acabar com a dependência da América de combustíveis fósseis sujos e garantir um futuro habitável para todos nós’.
Posicionamento da Indústria e Influência na Geopolítica do Gás
O Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês) emitiu uma carta conjunta com outras entidades representativas do setor alertando para os efeitos da medida. Segundo a indústria local, a suspensão pode reforçar a influência russa na geopolítica do gás.
A carta destaca o papel crítico que as exportações contínuas de GNL dos EUA desempenham na salvaguarda da segurança nacional, na criação de empregos, no apoio aos mercado europeu e na contribuição para os objetivos climáticos globais – quando considerado o gás como um substituto do carvão na economia local e na Ásia.
O fornecimento abundante de gás natural do nosso país é uma ferramenta geopolítica impactante, ajudando a proteger os consumidores americanos da crescente instabilidade global, ao mesmo tempo que promove os interesses nacionais americanos e garante a segurança energética dos principais aliados dos EUA, afirmaram os grupos.
A carta cita que o governo Biden já estendeu o processo de licenciamento de GNL, de sete sete semanas para 11 meses, na média, e que quaisquer mudanças adicionais nas aprovações de licenças de exportação representariam um ‘acréscimo desnecessário a um processo burocrático já oneroso’.
Fonte: EPBR