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Como uma batida na cabeça pode reativar vírus adormecidos e aumentar o risco de Alzheimer, segundo estudo de Tufts e Oxford

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 03/11/2025 às 18:34
Mão humana segurando uma caneta aponta para imagem de ressonância magnética do cérebro, destacando análise de possíveis alterações neurológicas associadas a traumas e vírus adormecidos.
Exame de ressonância magnética cerebral usado por pesquisadores para identificar alterações neurológicas causadas por traumas repetitivos e reativação de vírus adormecidos, como o HSV-1.
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Pesquisadores identificam que traumas cranianos podem acordar vírus dormentes no cérebro e provocar danos ligados à doença de Alzheimer. entenda os resultados.

Pesquisadores das universidades Tufts e Oxford revelaram, em janeiro de 2025, que traumatismos cranianos severos podem reativar vírus adormecidos no organismo humano.
O estudo, publicado no periódico Science Signaling, mostrou que o vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1), presente em grande parte da população, pode “acordar” após lesões repetidas na cabeça.
Essa reativação causa danos cerebrais associados à doença de Alzheimer.

Como o trauma ativa o vírus

Os cientistas usaram minicérebros criados a partir de células-tronco para simular tecidos cerebrais humanos.
Durante os testes, eles observaram que um impacto físico, como uma concussão, pode romper o tecido cerebral.
Consequentemente, esse rompimento reativa o HSV-1.
De acordo com a engenheira biomédica Dana Cairns, da Universidade Tufts, o objetivo foi entender se “traumas poderiam fazer o vírus dormente voltar à atividade”.

Surpreendentemente, a resposta foi positiva.
Embora os minicérebros não representem completamente o cérebro humano, eles ajudaram a demonstrar como pancadas leves e repetidas provocam reações celulares típicas da neurodegeneração.

Efeitos observados no cérebro

Após uma semana de experimentos, os pesquisadores observaram emaranhados de proteínas e inflamações nas células.
Esses fenômenos são típicos de doenças neurodegenerativas.
Os resultados indicaram que o trauma cerebral favorece o ambiente ideal para que o HSV-1 volte a se multiplicar.

Além disso, estudos recentes também apontam que lesões cerebrais traumáticas aumentam significativamente o risco de demência e Alzheimer.
Essa condição é muito comum entre ex-atletas de esportes de contato, como futebol americano, rúgbi e boxe.
Essas observações reforçam a importância de compreender como vírus interagem com o tecido nervoso danificado.

O elo entre vírus e neurodegeneração

Embora o mecanismo completo ainda não esteja totalmente compreendido, os cientistas já sabem que vírus latentes no cérebro podem ser reativados por lesões.
O HSV-1, em particular, é um dos principais suspeitos.
Um estudo publicado em 2008 mostrou que 90% das placas de proteína encontradas em cérebros de pessoas com Alzheimer continham DNA desse vírus.

Durante os novos experimentos, a equipe de Tufts e Oxford observou que, após o trauma, as células infectadas começaram a liberar menos glutamato.
O glutamato é um neurotransmissor fundamental para a comunicação cerebral.
A redução desse composto indica neurodegeneração progressiva.

Os pesquisadores explicaram que “traumas repetidos intensificam a reativação do HSV-1 latente”.
Eles também afirmaram que isso amplia o dano neuronal em comparação a um único impacto.
Dessa forma, a hipótese atual é que o vírus herpes simples tipo 1 contribui para o desenvolvimento de demências.

Por que o vírus é tão comum

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 64% da população mundial carrega o HSV-1.
O vírus varicela-zóster, responsável pela varicela e pelo herpes zoster, está presente em 95% das pessoas.
Ambos podem permanecer dormentes por décadas, instalados nos neurônios do cérebro.
Eles só se reativam sob certas condições, como traumas físicos ou inflamações.

Para a pesquisadora Ruth Itzhaki, da Universidade de Oxford, “entender os fatores de risco para demência e Alzheimer é essencial para desenvolver estratégias de prevenção e tratamento precoce”.
Essa descoberta reforça a importância de monitorar traumas cerebrais, especialmente em pessoas com histórico de infecção viral.

Impacto e perspectivas

Embora ainda seja cedo para determinar o alcance desses achados, os resultados abrem caminho para novas abordagens médicas no combate à demência e ao Alzheimer.
Além disso, os dados reforçam a necessidade de prevenir pancadas repetidas na cabeça, sobretudo em esportes e profissões de risco.

O estudo conduzido por Tufts e Oxford, em 2025, soma-se a evidências que conectam traumas físicos, inflamações cerebrais e reativação viral.
Consequentemente, ele ajuda a explicar por que doenças neurodegenerativas têm aumentado nas últimas décadas.

Afinal, se uma simples batida pode reativar um vírus silencioso e causar tantos danos, até onde o corpo humano guarda segredos ainda não revelados pela ciência?


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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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