Pesquisadores identificam que traumas cranianos podem acordar vírus dormentes no cérebro e provocar danos ligados à doença de Alzheimer. entenda os resultados.
Pesquisadores das universidades Tufts e Oxford revelaram, em janeiro de 2025, que traumatismos cranianos severos podem reativar vírus adormecidos no organismo humano.
O estudo, publicado no periódico Science Signaling, mostrou que o vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1), presente em grande parte da população, pode “acordar” após lesões repetidas na cabeça.
Essa reativação causa danos cerebrais associados à doença de Alzheimer.
Como o trauma ativa o vírus
Os cientistas usaram minicérebros criados a partir de células-tronco para simular tecidos cerebrais humanos.
Durante os testes, eles observaram que um impacto físico, como uma concussão, pode romper o tecido cerebral.
Consequentemente, esse rompimento reativa o HSV-1.
De acordo com a engenheira biomédica Dana Cairns, da Universidade Tufts, o objetivo foi entender se “traumas poderiam fazer o vírus dormente voltar à atividade”.
Surpreendentemente, a resposta foi positiva.
Embora os minicérebros não representem completamente o cérebro humano, eles ajudaram a demonstrar como pancadas leves e repetidas provocam reações celulares típicas da neurodegeneração.
- 
                        
                            
Explicando o 3I/Atlas: como a velocidade de 57 km/s do cometa garantiu sua fuga e expôs os limites da gravidade da nossa estrela no atual mistério interestelar
 - 
                        
                            
Superlua desta quarta (5) nasce gigante no Brasil: brilhante perto do perigeu; veja horários em São Paulo, Belém e Recife para observar a olho nu
 - 
                        
                            
Telegram: o império de US$ 30 bilhões e 1 bilhão de usuários mantido por apenas 30 engenheiros
 - 
                        
                            
Quanto custa para ter o robô humanóide NEO, que lava, arruma, conversa e ainda faz companhia exatamente como vimos nos Jetsons
 
Efeitos observados no cérebro
Após uma semana de experimentos, os pesquisadores observaram emaranhados de proteínas e inflamações nas células.
Esses fenômenos são típicos de doenças neurodegenerativas.
Os resultados indicaram que o trauma cerebral favorece o ambiente ideal para que o HSV-1 volte a se multiplicar.
Além disso, estudos recentes também apontam que lesões cerebrais traumáticas aumentam significativamente o risco de demência e Alzheimer.
Essa condição é muito comum entre ex-atletas de esportes de contato, como futebol americano, rúgbi e boxe.
Essas observações reforçam a importância de compreender como vírus interagem com o tecido nervoso danificado.
O elo entre vírus e neurodegeneração
Embora o mecanismo completo ainda não esteja totalmente compreendido, os cientistas já sabem que vírus latentes no cérebro podem ser reativados por lesões.
O HSV-1, em particular, é um dos principais suspeitos.
Um estudo publicado em 2008 mostrou que 90% das placas de proteína encontradas em cérebros de pessoas com Alzheimer continham DNA desse vírus.
Durante os novos experimentos, a equipe de Tufts e Oxford observou que, após o trauma, as células infectadas começaram a liberar menos glutamato.
O glutamato é um neurotransmissor fundamental para a comunicação cerebral.
A redução desse composto indica neurodegeneração progressiva.
Os pesquisadores explicaram que “traumas repetidos intensificam a reativação do HSV-1 latente”.
Eles também afirmaram que isso amplia o dano neuronal em comparação a um único impacto.
Dessa forma, a hipótese atual é que o vírus herpes simples tipo 1 contribui para o desenvolvimento de demências.
Por que o vírus é tão comum
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 64% da população mundial carrega o HSV-1.
O vírus varicela-zóster, responsável pela varicela e pelo herpes zoster, está presente em 95% das pessoas.
Ambos podem permanecer dormentes por décadas, instalados nos neurônios do cérebro.
Eles só se reativam sob certas condições, como traumas físicos ou inflamações.
Para a pesquisadora Ruth Itzhaki, da Universidade de Oxford, “entender os fatores de risco para demência e Alzheimer é essencial para desenvolver estratégias de prevenção e tratamento precoce”.
Essa descoberta reforça a importância de monitorar traumas cerebrais, especialmente em pessoas com histórico de infecção viral.
Impacto e perspectivas
Embora ainda seja cedo para determinar o alcance desses achados, os resultados abrem caminho para novas abordagens médicas no combate à demência e ao Alzheimer.
Além disso, os dados reforçam a necessidade de prevenir pancadas repetidas na cabeça, sobretudo em esportes e profissões de risco.
O estudo conduzido por Tufts e Oxford, em 2025, soma-se a evidências que conectam traumas físicos, inflamações cerebrais e reativação viral.
Consequentemente, ele ajuda a explicar por que doenças neurodegenerativas têm aumentado nas últimas décadas.
Afinal, se uma simples batida pode reativar um vírus silencioso e causar tantos danos, até onde o corpo humano guarda segredos ainda não revelados pela ciência?

                        
                                                    
                        
                        
                        
                        
            
        
        
        
        
        
        
        
        
Seja o primeiro a reagir!