Tecnologia de recarga dos carros elétricos com etanol, cobiçada pela Bosch, Volkswagen e Nissan, tem origem em fontes renováveis e promete dispensar o uso de baterias
Já imaginou em ter um carro totalmente elétrico que, para carregar a bateria, não precisa de tomadas, podendo abastecê-lo em qualquer posto de combustível? A multinacional Nissan, em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, ligado à USP, aposta no uso do etanol para gerar hidrogênio e, a partir desse elemento químico, produzir eletricidade! A façanha ainda está em estudos, mas pode ser o caminho para o Brasil compensar atrasos na evolução dos veículos e participar do processo global de eletrificação.
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Os estudos começaram em 2016, pela Nissan do Brasil, e já foram realizados testes com um protótipo. As pesquisas devem ser concluídas em 2025. “Podemos lançar um pouco antes, um pouco depois. Vai depender de como vão evoluir os estudos”, afirmou Ricardo Abe, gerente de engenharia da Nissan. Assim como os carros 100% elétricos, os que serão movidos a células de etanol terão zero emissão de poluentes, já que a lavoura de cana-de-açúcar captura o CO2. “Essa tecnologia tem potencial de colocar o mercado brasileiro em um novo patamar”. afirmou, à DINHEIRO, o CEO da Nissan para o Mercosul, Airton Cousseau. “A Nissan é a montadora que está mais perto disso, a mais avançada nos estudos dessa inovação”, afirmou.
Para seguir com as pesquisas e viabilizar o novo combustível, o executivo descarta qualquer incentivo tributário ou fiscal. Cousseau é assumidamente contrário aos incentivos do governo, como os antigos Inovar-Auto e o Rota 2030. “Sou contra incentivos fiscais porque esse negócio não funciona. A gente só precisa ter condições de competir e uma carga tributária coerente”, afirmou Cousseau, que nos últimos 30 anos trabalhou na China, México e Estados Unidos. Um combustível mais eficiente e, por consequência, mais leve no bolso do consumidor, chega em boa hora. De acordo com o Índice de Preços Ticket Log (IPTL), os preços médios da gasolina e do etanol voltaram a avançar em maio, em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o etanol avançou 50,40% nos últimos 12 meses e foi encontrado a R$ 4,822. Já a gasolina está 44,77% mais cara, e foi comercializada nos postos a R$ 5,798.
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Bosch, Nissan e Volkswagen apostam na tecnologia que obtém o hidrogênio a partir do etanol; o combustível vem para revolucionar a indústria de automóveis no mundo
As grandes multinacionais Bosch, Nissan e Volkswagen acreditam na eletrificação dos carros com o uso do etanol. O Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB) participou de uma reunião virtual, no dia 02 de junho, de aprofundamento entre os produtores de etanol e a indústria de automóveis.
A reunião contou com a presença do presidente da Bosch na América Latina, Besaliel Botelho, e o conselheiro da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva e Bright Consulting, Ricardo Simões Abreu, os representantes de todos os estados produtores de etanol no Brasil e também dirigentes como o presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), Evandro Gussi, e o presidente do Fórum Nacional do Sucroenergético, André Rocha.
Os produtores de etanol se mostraram otimistas em relação à nova guinada que o biocombustível poderá alcançar nos próximos anos. “A célula de combustível a hidrogênio é uma parceria de longo prazo que queremos construir com a Bosch, que hoje é uma empresa que fatura sete bilhões na América Latina. Com certeza, é uma marca que tem grande contribuição no mundo. Esperamos que a tecnologia de célula de combustível movida a etanol, desenvolvida aqui, alcance países como a Índia, que possui 9 das 10 cidades mais poluídas do mundo”, disse o presidente do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa, que foi o anfitrião do evento e também conduziu os diálogos.
Bosch acredita no potencial brasileiro e anunciou um plano de R$ 170 milhões para nacionalizar uma linha de produção de injetores de motores a diesel em Curitiba
A multinacional alemã fabricante de autopeças Bosch foi contrária ao movimento das fabricantes de automóveis Ford, Chevrolet, Honda e Audi, que decidiram retirar ou diminuir produções no Brasil, e trouxe, para o país, a produção de injetores e bicos de injetores para caminhões, que eram produzidos em suas fábricas nos Estados Unidos, ampliando, assim, a divisão de sistemas de injeção diesel em sua fábrica de Curitiba.
Trata-se de uma oportunidade para o Brasil vender a outros países produtos que começam a deixar de ser fabricados em outras regiões. “Essa linha vai abastecer Europa e Estados Unidos”, destaca. “O Brasil precisa buscar na manufatura o eixo para a exportação”.
Apesar de um ano bastante adverso, a Bosch elevou sua receita em 2020. A operação na América Latina alcançou faturamento de R$ 6,9 bilhões, aumento de quase 6% na comparação com o ano anterior. Com 8,2 mil funcionários, a subsidiária brasileira respondeu por 74% do volume de vendas na região. Dos R$ 5,1 bilhões de receita no país, 26% foram obtidos com exportações para América Latina, América do Norte e Europa.
Ex-CEO da Renault – Nissan exigiu que sua equipe copiasse fraude dos motores a diesel da Volkswagen, a maior fabricante de veículos do mundo, para burlar resultados de emissões de veículos
Carlos Ghosn, o então todo-poderoso da Aliança Renault-Nissan, foi convocado a depor no mês passado, para a Justiça Francesa, em dois processos. O primeiro, referente à fraude nas emissões. O segundo, relativo às burlas fiscais. Mas não só a montadora francesa burlou o sistema: a multinacional Volkwagen e outras gigantes, dentre elas Audi, Renault, Opel, BMW e Mercedes, também foram flagradas envolvidas no escândalo de fraude nas emissões dos motores diesel.
Até no Brasil existiu fraude no controle de emissões. Em 1995, a Fiat foi multada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) pelas emissões do Uno Mille Electronic, pois o carro ultrapassava os limites legais, apesar de aprovado nos testes homologatórios.