A Fiat suspendeu novamente, nesta segunda-feira (02), a produção de um turno de trabalho em uma de suas linhas na fábrica de Betim (MG) por 10 dias. Com exceção da picape Toro, todos os outros modelos da marca vem da fábrica em Minas Gerais. Essa ação da Fiat é uma estratégia que tem sido adotada por General Motors, Volkswagen e outras montadoras para que não seja paralisada toda a fábrica.
Na Volkswagen, o retorno ao trabalho na unidade de Taubaté (SP) previsto para o último domingo ocorreu com apenas um turno de trabalho. Já a unidade de São Bernardo do Campo está com um turno suspenso desde o dia 19, com aproximadamente 1,5 mil funcionários em férias coletivas, devido à falta de semicondutores. A volta estava prevista para o dia 9, porém já foi prorrogada por mais 20 dias.
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Para a General Motors, a produção do Chevrolet Onix, que foi um dos carros mais vendidos no início do ano, voltará no dia 16 na fábrica de Gravataí (RS), mas apenas com um turno de trabalho. O mesmo ocorrerá com a unidade de São Caetano do Sul, que voltará a operar no dia 26, porém com apenas um turno também. A fábrica gaúcha está paralisada há pelo menos 5 meses e ainda não tem data de retorno para as atividades.
Renault paralisa produção por falta de semicondutores
Nesta segunda-feira (02), a Renault paralisou as atividades da fábrica de São José dos Pinhais (PR). De acordo com informações, todo os funcionários ganharão férias coletivas. As férias começaram a valer de acordo com o calendário de produção.
Na unidade da Renault de veículos de passeio, as férias durarão até o dia 11/08. Entretanto, a marca afirmou que o problema nos semicondutores começou na semana anterior. A Renault destaca também que as paralisações dos dias 29 e 30/07 serão compensadas em outras datas.
Crise de semicondutores pode gerar prejuízos até 2023 na indústria automotiva
A crise de um dos componentes essenciais dos veículos, os chips semicondutores, pode continuar impactando nas vendas das montadoras e em toda a indústria automotiva no segundo semestre deste ano e até mesmo em 2022.
De acordo com Carlos Tavares, CEO da Stellantis, a crise poderá prosseguir até o próximo ano, e o executivo acredita que uma produção adicional do produto não será suficiente e apenas dificultará a chegada do produto para a construção de veículos nos países ocidentais.
Sendo assim, algumas marcas do grupo como Fiat, Chrysler, Jeep e outras vem escolhendo produzir e levar às concessionárias apenas modelos com uma maior margem de lucro. Já de acordo com o CEO da Intel, Pat Gelsinger, a crise assolará o mercado até o ano de 2023, pois estima que a maior dificuldade é a demora para estabilizar os problemas na produção e serão necessários no mínimo dois anos para a produção voltar ao normal.