A nova Ponte de Guaratuba terá mais de 1,2 km sobre o mar, total de 3,07 km com acessos, quatro faixas, ciclovia e calçadas, tornando permanente a ligação entre Guaratuba e Matinhos.
A nova Ponte de Guaratuba é tratada como a principal obra viária recente do litoral do Paraná. Com 1.244 metros de extensão sobre a Baía de Guaratuba e 3,07 km no total incluindo acessos, a estrutura foi desenhada para substituir a travessia por balsa, eliminar as filas históricas e dar fluidez ao tráfego entre Guaratuba e Matinhos, reduzindo custos logísticos e ampliando a segurança.
O projeto, oficialmente batizado Ponte do Bom Sucesso, soma quatro faixas de tráfego, ciclovia, calçadas e barreiras de concreto, com trecho estaiado de 320 metros, canal de navegação de 90 metros de largura e 19 metros de altura para passagem de embarcações. As obras iniciadas em setembro de 2023 alcançaram 75% de execução em setembro de 2025, com entrega prevista para abril de 2026, mantendo a nova Ponte de Guaratuba no centro da agenda de mobilidade e turismo do estado.
O que será entregue e por que muda o jogo
A configuração final inclui pistas duplas em cada sentido, acostamentos funcionais e dispositivos de segurança voltados ao ambiente marinho.
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A ciclovia e as calçadas incorporam mobilidade ativa ao desenho, permitindo deslocamentos locais e turismo de curta distância em um eixo antes limitado pela balsa.
O trecho estaiado melhora o gabarito de navegação e marca a paisagem com um vão técnico pensado para a operação segura de embarcações.
No campo estrutural, a nova Ponte de Guaratuba emprega concreto protendido e estacas profundas dimensionadas para 20 a 50 metros, parâmetros essenciais para desempenho em ambiente salino e ventos costeiros.
Essa solução, somada ao controle de deformações e ao detalhamento de armaduras, sustenta vida útil elevada e menores custos de manutenção ao longo do ciclo de operação.
Cronograma, investimento e execução consorciada
O contrato prevê R$ 386,9 milhões de investimento com recursos do Governo do Paraná, sem pedágio, o que reforça o caráter público da intervenção.
O Consórcio Nova Ponte, formado por GEL, OECI e Carioca Christian-Nielsen Engenharia, conduz a execução com frentes simultâneas nos acessos e no tabuleiro principal.
Em setembro de 2025, o avanço físico atingiu 75%, mantendo a meta de liberação ao tráfego em abril de 2026.
Mesmo com dificuldades empresariais pontuais de uma das integrantes, o consórcio preservou ritmo de obra e cronograma, priorizando marcos estruturais como fundações, blocos de apoio, lançamentos de vigas e etapas do estaiado.
Esse controle de marcos é decisivo para evitar atrasos em cadeia e preservar o planejamento de mobilidade para a alta temporada.
Impacto direto na mobilidade e no turismo regional
A substituição da balsa pela nova Ponte de Guaratuba remove o gargalo histórico de espera, encurta o tempo de viagem e aumenta a confiabilidade do deslocamento, fator crítico para logística de serviços e abastecimento.
O fluxo contínuo melhora a operação em feriados e verão, reduz acidentes típicos de filas extensas e assegura previsibilidade ao transporte público e privado.
No turismo, a ligação permanente favorece taxa de ocupação hoteleira, roteiros integrados de praia e natureza e a diversificação de empreendimentos ao longo do eixo Guaratuba-Matinhos.
Comerciantes e prestadores de serviço ganham escala e sazonalidade mais distribuída, enquanto moradores passam a depender menos de janelas climáticas que antes restringiam a operação das balsas.
Benefícios ambientais e operação sem pedágio
Com a desativação gradual das balsas, reduzem-se ruído, emissões e riscos operacionais dentro da baía.
O canal de 90 metros e o gabarito vertical de 19 metros mitigam interferências à navegação, e a solução estaiada concentra esforços estruturais, diminuindo interferências no espelho d’água.
A ausência de pedágio atua como estímulo adicional a deslocamentos regulares, sem onerar moradores e trabalhadores que dependem da travessia no dia a dia.
A nova Ponte de Guaratuba também estrutura políticas de ordenamento costeiro, permitindo planejar acessos, estacionamentos, ciclovias alimentadoras e pontos de observação turística com segurança viária e capacidade de atendimento.
Isso melhora a experiência do visitante e mitiga ocupações irregulares pressionadas por gargalos de transporte.
Riscos, controvérsias e como foram mitigados
Grandes obras costeiras lidam com clima, maré, corrosão e logística de materiais. Para mitigar riscos, o projeto adota proteção anticorrosiva, controle tecnológico do concreto e sequenciamento construtivo que limita janelas críticas de lançamento.
A governança de contratos e o acompanhamento de marcos físicos foram a resposta operacional a incertezas empresariais, preservando prazos-chave e a entrega funcional.
No debate público, surgiram dúvidas sobre custo por quilômetro, prioridades orçamentárias e impactos locais. A resposta técnica esteve em projeto de mobilidade integrado, licenciamento e monitoramento ambiental.
Comunicação de obra e transparência de etapas ajudaram a ancorar expectativas e explicar por que uma ponte marítima exige soluções mais robustas que travessias fluviais comuns.
O que muda no dia da abertura ao tráfego
Com a inauguração, a experiência do usuário se aproxima da de um corredor rodoviário urbano, com acessos dedicados, sinalização padronizada e travessia contínua. Para moradores, rotas de trabalho e estudo ficam mais curtas e previsíveis.
Para o turista, roteiros multi-destino no litoral tornam-se viáveis em um único dia, o que espraia consumo por mais bairros e balneários.
Em termos de segurança viária, a nova Ponte de Guaratuba introduz barreiras modernas, geometria de curvas e rampas compatível e acostamentos de serviço, reduzindo ocorrências típicas de paradas emergenciais em filas portuárias.
O desenho cicloviário e as calçadas agregam valor social e turístico, promovendo circulação ativa e pontos de contemplação.
Você concorda que a nova Ponte de Guaratuba deve priorizar, na abertura, operação educativa para ciclistas e pedestres, além de rotas turísticas sinalizadas nos dois municípios? Acha que a ausência de pedágio é a melhor escolha para o desenvolvimento local? Deixe sua opinião nos comentários, contamos com a experiência de quem vive o litoral na prática.