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Valor de mercado da Petrobras sofre queda de quase R$ 100 bilhões em período de dois meses, diante do cenário de confusão política

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 21/06/2022 às 22:23
petrobras, reunião, presidente
foto: reprodução Adobe stock

Valor de mercado da Petrobras está associado ao momento o qual a política brasileira está passando atualmente

Em relação aos últimos dois meses, a Petrobras observou redução de quase R$ 100 bilhões em seu valor de mercado. O fenômeno pode ser explicado pela confusão política na qual a estatal está envolvida, uma vez que as suas ações oscilam conforme o momento político vivenciado pelo país.

A fim de compreender a atual situação, é relevante analisar a evolução do valor de mercado da Petrobras no decorrer dos anos. Em fevereiro de 2012, a companhia valia R$ 320 bilhões. Naquele momento, a então presidente Dilma Rousseff (PT) havia eleito Graça Foster para a presidência da empresa.

No entanto, dois anos depois, Paulo Roberto Costa – ex-diretor da estatal – foi preso pela Operação Lava Jato, que havia acabado de atingir a Petrobras. Esse cenário, somado à política de controle de preços que vinha sendo exercida pelo governo do PT, fez com que a companhia adentrasse uma crise profunda.

Assim, em fevereiro de 2015, quando a presidência da empresa foi assumida por Aldemir Bendine, a Petrobras já havia sofrido a perda de dois terços de seu valor de mercado, que agora era equivalente a R$ 128 bilhões. Na tentativa de melhorar a situação, Bendine realizou uma série de demissões para expurgar as indicações políticas e iniciou a venda de ativos para diminuir a dívida, porém não obteve sucesso em atenuar a crise.

Política de paridade de preços da Petrobras foi instituída por Pedro Parente, em 2016

No final de maio de 2016, com o recente impeachment de Dilma Rousseff e o início do mandato de Michel Temer (MDB), Pedro Parente foi nomeado o novo presidente da Petrobras, estabelecendo, então, a polêmica política de paridade de preços entre o Brasil e o exterior.

Dessa forma, a condição da empresa passou a melhorar, havendo a redução da dívida e a elevação do valor de mercado. No entanto, por outro lado, a nova política de preços acarretou uma greve geral de caminhoneiros no país, o que levou ao pedido de demissão de Pedro Parente e à nomeação do então diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro.

Monteiro manteve a paridade internacional, apesar da pressão sofrida, o que permitiu à estatal continuar crescendo. Sendo assim, quando Jair Bolsonaro (PL) assumiu a presidência, em 2019, o valor de mercado da Petrobras era correspondente a R$ 333 bilhões.

Nos anos seguintes, mesmo diante da pandemia da Covid-19, das constantes trocas no comando da empresa realizadas por Bolsonaro e, mais recentemente, da guerra na Ucrânia, o valor da Petrobras se manteve e, devido à alta do preço do petróleo, chegou a subir, atingindo os R$ 473 bilhões no mês de abril deste ano.

Nova troca de presidentes da Petrobras está relacionada à queda no valor de mercado

Porém, esse cenário foi modificado nos últimos tempos. A pressão do governo Bolsonaro contra os reajustes nos preços dos combustíveis e o anúncio de que o comando da companhia seria passado de José Mauro Ferreira Coelho para Caio Mário Paes de Andrade fez com que o valor de mercado da Petrobras caísse de R$ 475 bilhões, em maio deste ano, para R$ 379 bilhões, no último dia 20 de junho.

Somente do dia 16 ao dia 17 de junho, quando um novo aumento no preço dos combustíveis foi divulgado pela estatal e ocorreram críticas por parte de Jair Bolsonaro e Arthur Lira (PL-AL), o valor de mercado obteve queda de R$ 27 bilhões.

Ao todo, somam-se R$ 96 bilhões a menos, o que equivale a 20% do valor da empresa.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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