Valor de mercado da Petrobras está associado ao momento o qual a política brasileira está passando atualmente
Em relação aos últimos dois meses, a Petrobras observou redução de quase R$ 100 bilhões em seu valor de mercado. O fenômeno pode ser explicado pela confusão política na qual a estatal está envolvida, uma vez que as suas ações oscilam conforme o momento político vivenciado pelo país.
A fim de compreender a atual situação, é relevante analisar a evolução do valor de mercado da Petrobras no decorrer dos anos. Em fevereiro de 2012, a companhia valia R$ 320 bilhões. Naquele momento, a então presidente Dilma Rousseff (PT) havia eleito Graça Foster para a presidência da empresa.
No entanto, dois anos depois, Paulo Roberto Costa – ex-diretor da estatal – foi preso pela Operação Lava Jato, que havia acabado de atingir a Petrobras. Esse cenário, somado à política de controle de preços que vinha sendo exercida pelo governo do PT, fez com que a companhia adentrasse uma crise profunda.
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Assim, em fevereiro de 2015, quando a presidência da empresa foi assumida por Aldemir Bendine, a Petrobras já havia sofrido a perda de dois terços de seu valor de mercado, que agora era equivalente a R$ 128 bilhões. Na tentativa de melhorar a situação, Bendine realizou uma série de demissões para expurgar as indicações políticas e iniciou a venda de ativos para diminuir a dívida, porém não obteve sucesso em atenuar a crise.
Política de paridade de preços da Petrobras foi instituída por Pedro Parente, em 2016
No final de maio de 2016, com o recente impeachment de Dilma Rousseff e o início do mandato de Michel Temer (MDB), Pedro Parente foi nomeado o novo presidente da Petrobras, estabelecendo, então, a polêmica política de paridade de preços entre o Brasil e o exterior.
Dessa forma, a condição da empresa passou a melhorar, havendo a redução da dívida e a elevação do valor de mercado. No entanto, por outro lado, a nova política de preços acarretou uma greve geral de caminhoneiros no país, o que levou ao pedido de demissão de Pedro Parente e à nomeação do então diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro.
Monteiro manteve a paridade internacional, apesar da pressão sofrida, o que permitiu à estatal continuar crescendo. Sendo assim, quando Jair Bolsonaro (PL) assumiu a presidência, em 2019, o valor de mercado da Petrobras era correspondente a R$ 333 bilhões.
Nos anos seguintes, mesmo diante da pandemia da Covid-19, das constantes trocas no comando da empresa realizadas por Bolsonaro e, mais recentemente, da guerra na Ucrânia, o valor da Petrobras se manteve e, devido à alta do preço do petróleo, chegou a subir, atingindo os R$ 473 bilhões no mês de abril deste ano.
Nova troca de presidentes da Petrobras está relacionada à queda no valor de mercado
Porém, esse cenário foi modificado nos últimos tempos. A pressão do governo Bolsonaro contra os reajustes nos preços dos combustíveis e o anúncio de que o comando da companhia seria passado de José Mauro Ferreira Coelho para Caio Mário Paes de Andrade fez com que o valor de mercado da Petrobras caísse de R$ 475 bilhões, em maio deste ano, para R$ 379 bilhões, no último dia 20 de junho.
Somente do dia 16 ao dia 17 de junho, quando um novo aumento no preço dos combustíveis foi divulgado pela estatal e ocorreram críticas por parte de Jair Bolsonaro e Arthur Lira (PL-AL), o valor de mercado obteve queda de R$ 27 bilhões.
Ao todo, somam-se R$ 96 bilhões a menos, o que equivale a 20% do valor da empresa.