Novo aporte torna FDNE acionista da ferrovia e garante continuidade das obras que vão conectar o interior ao Porto do Pecém
O Nordeste está prestes a ver uma transformação logística e econômica de grande escala. A Ferrovia Transnordestina, um dos principais projetos de infraestrutura do país, voltou a ganhar força com o apoio financeiro decisivo do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).
A liberação de um crédito adicional de R$ 816 milhões, aprovada pelo Congresso, fortalece o papel da ferrovia como motor de crescimento para três estados: Ceará, Pernambuco e Piauí.
Participação acionária marca nova fase do investimento
O impulso recente no financiamento da obra foi garantido com a aprovação do Projeto de Lei nº 3 de 2025 (PLN 3/2025).
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O texto, relatado pelo senador Cid Gomes (PSB-CE), autoriza a entrada do FDNE como acionista da concessionária Transnordestina Logística S.A. (TLSA), por meio da compra de ações preferenciais no valor de R$ 816.647.541.
Esse investimento se soma a um termo aditivo anterior de R$ 3,6 bilhões, consolidando a posição do FDNE como ator central no financiamento da obra.
A aquisição das ações é vista como uma forma de garantir a continuidade das obras sem comprometer a regra fiscal do governo federal.
O recurso foi arrecadado a partir da venda de cotas do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor), em operação feita pela Bolsa de Valores brasileira (B3).
Governo aposta na valorização futura dos ativos
Segundo o secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, a escolha pela compra de ações preferenciais foi estratégica.
“Essas ações podem ser colocadas à venda para capitalizar o fundo, porque o foco dos fundos regionais não é ser acionista de concessionários, é executar financiamentos estruturantes. Então, a ideia é que futuramente, quando essas ações estiverem valendo mais, o fundo poderá se recapitalizar”, explicou Tavares.
Impacto regional: obra avança em três estados
Com orçamento total estimado em R$ 15 bilhões, a Transnordestina é considerada a espinha dorsal do Novo PAC no Nordeste.
O traçado da ferrovia ligará o Terminal Intermodal de Cargas do Piauí ao Porto do Pecém, no Ceará, passando também por Pernambuco. A extensão total será de aproximadamente 1.750 km.
A obra já tem 75% de sua primeira fase concluída. Mais de 3.500 trabalhadores atuam atualmente nos canteiros de obra, com um volume de execução mensal superior a R$ 120 milhões.
Segundo o governo, todos os lotes até o Porto do Pecém já estão contratados.
A expectativa é que a ferrovia inicie operações em 2025, com uma fase de comissionamento e transporte inicial de cargas como soja, milho, farelo de soja e calcário.
Isso vai permitir ao Nordeste escoar parte significativa da sua produção agrícola e mineral por um modal mais eficiente e competitivo.