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Trabalhadores da Petrobras Biocombustível entram em greve hoje (20) após não chegar em acordo com a estatal

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 20/05/2021 às 17:56
Petrobras - FUP - trabalho
Trabalhadores da Petrobras Biocombustível/ Fonte: FUP

Petrobras não chega a um acordo com subsidiária e empregados anunciam greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira (20/05)

Após não conseguirem entrar em acordo, os trabalhadores da Petrobras Biocombustível (PBio) entraram em greve por tempo indeterminado, a partir das 7h desta quinta-feira (20/05). Tal movimento é uma resposta à intolerância da gestão da Petrobras, que se recusou a negociar a manutenção dos empregos dos petroleiros da subsidiária, que está em processo final de ser privatizada. Veja ainda: Greve dos petroleiros foi confirmada no dia 3 de maio em plataformas de petróleo da Petrobras, na Bacia de Campos

Greve dos trabalhadores na PBio (Petrobras Biocombustível)

Os trabalhadores da Petrobras Biocombustível reivindicam transferência para outras unidades da Petrobras. Entretanto, a estatal usa o modelo de venda da PBio como uma impossibilidade jurídica para atender à reivindicação da FUP – Federação Única dos Petroleiros e dos sindicatos filiados.

Alexandre Finamori, coordenador do Sindipetro de Minas Gerais, diz que a greve nas unidades da Petrobras Biocombustível faz uma reivindicação à manutenção dos empregos dos trabalhadores concursados das unidades, que já receberam todo o treinamento para atuar na empresa. Alexandre ainda ressalta que, no ano de 2019, os trabalhadores ouviram uma falsa promessa de que seriam realocados a outras áreas do Sistema Petrobras em caso de venda da subsidiária.

Já o Sindipetro Bahia diz que o movimento de greve é o último recurso devido à intransigência da antiga direção da Petrobras. Os trabalhadores, a FUP e as direções dos Sindipetros buscam, com o movimento, reabrir as negociações com a nova diretoria da estatal para que seja revisto o envio desses trabalhadores para a sumária demissão pela nova empresa. O objetivo é mudar o modelo de venda para que os trabalhadores permaneçam no Sistema Petrobras.

Unidades da PBio que serão paralisadas

Segundo a Federação Única dos Petroleiros, a greve da Petrobras Biocombustível irá paralisar as atividades nas usinas de biocombustíveis nos municípios de Candeias, no estado da Bahia, e da cidade de Montes Claros, em Minas Gerais, além da sede da subsidiária, localizada no Rio de Janeiro. A usina de Quixadá, no estado do Ceará, que também foi colocada à venda, como as outras unidades, está desativada há mais de quatro anos.

A privatização da PBio – Petrobras Biocombustível foi anunciada em julho do ano passado e está na fase vinculante de venda das usinas de biocombustíveis. A subsidiária foi fundada no ano de 2008 e é uma das maiores produtoras de biodiesel do Brasil, com mais 150 trabalhadores, entre técnicos de operação, químicos, engenheiros, médicos e advogados.

A privatização da subsidiária da Petrobras

Como citado anteriormente, a privatização da PBio foi anunciada em julho de 2020 e está na fase vinculante de venda das usinas. Na ocasião, a Petrobras informava ao mercado que a PBio é uma das maiores produtoras de biodiesel do país, com 5,5% de market share em 2019, e que iria ter um crescimento expressivo de 25% do mandato de mistura de biodiesel nos próximos três anos, com porta de entrada e de expansão no 3º maior mercado de biodiesel do mundo, citando que tem uma localização estratégica, com acesso privilegiado aos mercados brasileiros das regiões Sudeste e Nordeste.

Em 2016, quando a então gestão de Pedro Parente anunciou o fechamento da usina de Quixadá, no estado do Ceará, a Federação Única dos Petroleiros e o Sindipetro- CE/PI denunciaram os impactos que a medida teria sobre nove mil famílias de pequenos agricultores do semiárido que abasteciam a unidade com oleaginosas.

A resistência dos trabalhadores impediu o fechamento da usina, porém, a gestão da Petrobras seguiu adiante no desmonte do setor e colocou a unidade em hibernação em 2017. Hoje, somente as usinas de Montes Claros e Candeias continuam em atividade.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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