Petrobras não chega a um acordo com subsidiária e empregados anunciam greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira (20/05)
Após não conseguirem entrar em acordo, os trabalhadores da Petrobras Biocombustível (PBio) entraram em greve por tempo indeterminado, a partir das 7h desta quinta-feira (20/05). Tal movimento é uma resposta à intolerância da gestão da Petrobras, que se recusou a negociar a manutenção dos empregos dos petroleiros da subsidiária, que está em processo final de ser privatizada. Veja ainda: Greve dos petroleiros foi confirmada no dia 3 de maio em plataformas de petróleo da Petrobras, na Bacia de Campos
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Greve dos trabalhadores na PBio (Petrobras Biocombustível)
Os trabalhadores da Petrobras Biocombustível reivindicam transferência para outras unidades da Petrobras. Entretanto, a estatal usa o modelo de venda da PBio como uma impossibilidade jurídica para atender à reivindicação da FUP – Federação Única dos Petroleiros e dos sindicatos filiados.
Alexandre Finamori, coordenador do Sindipetro de Minas Gerais, diz que a greve nas unidades da Petrobras Biocombustível faz uma reivindicação à manutenção dos empregos dos trabalhadores concursados das unidades, que já receberam todo o treinamento para atuar na empresa. Alexandre ainda ressalta que, no ano de 2019, os trabalhadores ouviram uma falsa promessa de que seriam realocados a outras áreas do Sistema Petrobras em caso de venda da subsidiária.
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Já o Sindipetro Bahia diz que o movimento de greve é o último recurso devido à intransigência da antiga direção da Petrobras. Os trabalhadores, a FUP e as direções dos Sindipetros buscam, com o movimento, reabrir as negociações com a nova diretoria da estatal para que seja revisto o envio desses trabalhadores para a sumária demissão pela nova empresa. O objetivo é mudar o modelo de venda para que os trabalhadores permaneçam no Sistema Petrobras.
Unidades da PBio que serão paralisadas
Segundo a Federação Única dos Petroleiros, a greve da Petrobras Biocombustível irá paralisar as atividades nas usinas de biocombustíveis nos municípios de Candeias, no estado da Bahia, e da cidade de Montes Claros, em Minas Gerais, além da sede da subsidiária, localizada no Rio de Janeiro. A usina de Quixadá, no estado do Ceará, que também foi colocada à venda, como as outras unidades, está desativada há mais de quatro anos.
A privatização da PBio – Petrobras Biocombustível foi anunciada em julho do ano passado e está na fase vinculante de venda das usinas de biocombustíveis. A subsidiária foi fundada no ano de 2008 e é uma das maiores produtoras de biodiesel do Brasil, com mais 150 trabalhadores, entre técnicos de operação, químicos, engenheiros, médicos e advogados.
A privatização da subsidiária da Petrobras
Como citado anteriormente, a privatização da PBio foi anunciada em julho de 2020 e está na fase vinculante de venda das usinas. Na ocasião, a Petrobras informava ao mercado que a PBio é uma das maiores produtoras de biodiesel do país, com 5,5% de market share em 2019, e que iria ter um crescimento expressivo de 25% do mandato de mistura de biodiesel nos próximos três anos, com porta de entrada e de expansão no 3º maior mercado de biodiesel do mundo, citando que tem uma localização estratégica, com acesso privilegiado aos mercados brasileiros das regiões Sudeste e Nordeste.
Em 2016, quando a então gestão de Pedro Parente anunciou o fechamento da usina de Quixadá, no estado do Ceará, a Federação Única dos Petroleiros e o Sindipetro- CE/PI denunciaram os impactos que a medida teria sobre nove mil famílias de pequenos agricultores do semiárido que abasteciam a unidade com oleaginosas.
A resistência dos trabalhadores impediu o fechamento da usina, porém, a gestão da Petrobras seguiu adiante no desmonte do setor e colocou a unidade em hibernação em 2017. Hoje, somente as usinas de Montes Claros e Candeias continuam em atividade.