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STF determina que o ICMS dos combustíveis deve ser o mesmo em todo o território brasileiro, e os estados decidem recorrer contra a decisão

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 20/06/2022 às 16:57
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foto: reprodução Adobe Stocker

André Mendonça, ministro do STF, estabeleceu liminarmente que o ICMS dos combustíveis deve ser uniforme em todos os estados do Brasil

Os estados brasileiros decidiram que irão recorrer contra a decisão tomada na última sexta-feira (dia 17) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, a respeito das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobradas em relação aos combustíveis. Mendonça determinou liminarmente que o ICMS dos combustíveis, como o diesel, a gasolina, o etanol e o GLP, deve ser uniforme em todo o território nacional.

A decisão estabelece que a base do cálculo do ICMS deverá ser fixada de acordo com a média dos preços praticados pelos últimos 60 dias. Além disso, os estados deverão esperar por um período mínimo de 12 meses desde a primeira fixação para efetuar o primeiro reajuste das alíquotas, e de 6 meses para realizar os reajustes subsequentes.

Décio Padilha discorre acerca das perdas de arrecadação provocadas pela medida do STF e dos impactos causados sobre as políticas estaduais

Diante desse cenário, o presidente do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), Décio Padilha, declarou que a decisão do STF irá acarretar a perda de arrecadação dos estados de R$ 31 bilhões em um período de 12 meses.

Conforme o presidente do Comsefaz, haverá sérios impactos sobre as políticas estaduais de educação, saúde e segurança, uma vez que cerca de 70% das receitas dos estados são provenientes da cobrança do ICMS.

Padilha destacou também que, quando adicionado o efeito causado pela aprovação do projeto de lei que limita em 17% a alíquota do tributo incidente sobre combustíveis, transportes coletivos, energia elétrica e telecomunicações, a redução observada nas receitas dos estados pode ultrapassar, em 12 meses, a quantia de R$ 131 bilhões.

Ele explicou que a arrecadação do ICMS tem vinculação, sendo 25% do total direcionado à educação, 12% à saúde e 25% aos municípios. Dessa forma, os impactos vão tornar inviável as políticas públicas dos estados e dos municípios.

Padilha defende a criação de uma conta de equalização e o voto da reforma tributária como soluções para a problemática em questão

Segundo Padilha, a elevação dos preços dos combustíveis é ocasionada pela alta do valor do petróleo, que vem sendo influenciado pela guerra da Ucrânia. Nesse sentido, para ele, a solução mais adequada para essa problemática não é diminuir os impostos dos estados, mas sim desenvolver uma conta de equalização com dividendos da Petrobras.

De acordo com o presidente do Comsefaz, desde o mês de janeiro, o valor do diesel acumula aumento de 60%, graças à política de reajustes da Petrobras. Padilha completa que, portanto, o importante é tomar caminhos técnicos e sair da guerra de narrativas, de modo a criar uma solução conjuntural, que consiste na conta de equalização e no voto da reforma tributária, a PEC 110, que se encontra parada no Senado.

A liminar estabelecida pelo STF foi motivada por uma ação protocolada pela Advocacia-Geral da União (AGU) para suspender uma resolução do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) que diz respeito à cobrança do ICMS. Sendo assim, as medidas determinadas devem perdurar até que o Confaz edite novas regras em concordância com as balizas definidas por André Mendonça, ministro do Supremo.

É importante mencionar também que o ministro do STF determinou, ainda, que a Petrobras deverá enviar ao STF documentos internos que justifiquem a formação de preços dos combustíveis.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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