Soluções inúteis das montadoras que só enganam os brasileiros! Ou não? Por que tantos brasileiros estão pagando caro por soluções questionáveis no mercado automotivo?
As montadoras, segundo especialistas, têm oferecido no Brasil soluções que nem sempre entregam o que prometem, e isso está gerando debates calorosos. O Click Petróleo e Gás (CPG) ouviu o Vinícius Hozara, especialista do setor automotivo, para entender melhor o que está acontecendo e identificar as supostas “armadilhas” que envolvem alguns dos carros mais vendidos no país.
O ponto de partida está nas ofertas de itens, como acabamentos, SUVs “compactos” e motores híbridos, que, na prática, podem não entregar o desempenho e os benefícios esperados pelos consumidores.
A falácia dos acabamentos “Premium” das montadoras
Um dos pontos levantados por Hozara envolve a Volkswagen, que, em modelos como Nivus e Virtus, apresenta acabamentos que supostamente seriam “Premium”.
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Em vez de realmente melhorar a qualidade dos materiais internos, a montadora optou por revestir áreas estratégicas com couro sintético, muitas vezes interpretado como acabamento de qualidade superior.
Para Hozara, isso não passa de um truque, pois o “Premium” se limita a uma pequena camada de couro, enquanto o restante continua com o tradicional plástico rígido.
SUVs “de aparência”: Quando o compacto se passa por robustez
Outro ponto destacado é a febre dos SUVs. No Brasil, muitos veículos são chamados de SUVs, mas não têm estrutura para suportar condições adversas ou trilhas, como as SUVs clássicas.
Modelos como Jeep Renegade e Nissan Kicks têm essa aparência robusta, mas, segundo Hozara, são apenas adaptações de carros urbanos em plataformas menores.
A estratégia das montadoras é chamar a atenção com o design aventureiro, mas a função prática de um SUV verdadeiro fica apenas na promessa.
Híbridos que só “parecem” híbridos
A eletrificação dos carros é uma tendência mundial, mas no Brasil os chamados “híbridos” nem sempre trazem vantagens reais ao consumidor.
Carros como Fiat Pulse e Fastback foram lançados com motores híbridos leves, também conhecidos como mild hybrid, mas Hozara alerta que o benefício é mínimo.
Esses veículos não oferecem a tração elétrica completa, nem autonomia no modo elétrico; em vez disso, o sistema apenas contribui com uma pequena parcela de energia para o motor a combustão, o que resulta em economias de combustível insignificantes.
O especialista conclui que muitos consumidores podem acreditar que estão adquirindo um verdadeiro híbrido, quando na realidade não é o caso, mais um problema das montadoras?
O sistema Start-Stop e o custo invisível para o bolso
Hozara comenta ainda sobre o sistema Start-Stop, que desliga o motor em paradas para poupar combustível e reduzir emissões.
Esse sistema, embora tenha um propósito ecológico, pode gerar incômodos, especialmente em engarrafamentos, onde o ar-condicionado é temporariamente desligado junto com o motor.
No longo prazo, o especialista afirma que o Start-Stop acaba resultando em gastos adicionais para os proprietários, que precisam trocar a bateria com maior frequência e a custos elevados.
Garantias longas das montadoras: O que não é falado nos manuais
As montadoras anunciam extensas garantias, como cinco ou até oito anos, mas Hozara alerta para as “pegadinhas” escondidas no contrato.
Muitas partes e sistemas do veículo estão fora dessa garantia ampliada e, em muitos casos, os consumidores descobrem essas limitações apenas ao precisar de manutenção. Segundo Hozara, é essencial ler todas as letras miúdas do contrato para evitar surpresas.
Quando o carro flex não aguenta o etanol
Por fim, Hozara comenta sobre os veículos flex, uma inovação que permite ao consumidor escolher entre gasolina e etanol. Porém, modelos como o Toyota Corolla e carros da linha Volkswagen TSI apresentaram problemas ao usar etanol, que é mais suscetível a adulterações.
Para ele, essa situação acaba se tornando uma “enganação”, já que a promessa de um veículo flexível em combustíveis nem sempre se sustenta na prática.
O mercado automotivo no Brasil está repleto de nuances e estratégias que podem, em alguns casos, confundir o consumidor.
As montadoras, ao oferecer itens que parecem vantajosos, muitas vezes induzem os consumidores a pagar mais por benefícios que não se concretizam.
Para Vinícius Hozara, é essencial que o comprador brasileiro seja cauteloso e busque informações detalhadas antes de realizar o investimento em um novo veículo. Afinal, no final das contas, uma compra bem-informada pode ser o primeiro passo para evitar arrependimentos.