O Brasil emite, hoje, 17 milhões de toneladas de CO2. Desse total, 4% de todas as suas emissões têm origem na aviação. O uso de biocombustíveis a partir de resíduos orgânicos é uma alternativa para a redução de emissões
O Brasil tem enorme potencial para ser um grande produtor de biocombustível para aviação, mas isso vai depender da capacidade do país em aproveitar os resíduos oriundos do bagaço e da palha de cana de açúcar, da indústria de madeira, do óleo de cozinha usado, do sebo bovino e de gases da indústria siderúrgica. Esse é o resultado do estudo da RSB – Roundtable on Sustainable Biomaterials, que integra o projeto Fuelling the Sustainable Bioeconomy, financiado pela Boeing Global Engagement – e que será tema da conferência Biofuture Summit II/BBEST2020-21 de 24 a 26 de maio, por meio virtual.
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A pesquisa mostra que o Brasil tem capacidade de produzir 9 bilhões de litros de biocombustível de aviação a partir de resíduos, sendo que os biocombustíveis de aviação têm potencial de redução de emissões de CO2 de 60 a 85%, em comparação às fontes de energia fósseis. Esse volume de bioquerosene seria suficiente para abastecer o mercado interno e ainda destinar parte para exportação.
A líder de Novos Negócios na América Latina da RSB, Maria Carolina Grassi, explica que o foco da pesquisa é criar bases técnicas, políticas e econômicas para incentivar o desenvolvimento do setor de biocombustíveis para aviação no Brasil. “O SAF, Combustível Sustentável de Avião, é a melhor alternativa para cumprir os acordos mundiais de descarbonização. A vocação agrícola e o legado do etanol faz com que o Brasil tenha condições para ser um grande ou até o maior produtor e exportador de biocombustível”, afirma.
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“O Brasil emite hoje 17 milhões de toneladas de CO2. Desse total, 4% de todas as suas emissões têm origem na aviação. O uso de biocombustíveis a partir de resíduos orgânicos é uma alternativa para a redução de emissões”, disse Grassi.
Indústria da aviação estabelece metas ousadas para reduzir em 50% as emissões de dióxido de carbono até 2050
A indústria da aviação está comprometida com a redução do impacto ambiental de sua operação e estabeleceu metas ousadas, como atingir o crescimento neutro em carbono e reduzir em 50% as emissões de dióxido de carbono até 2050. Atualmente, o setor de aviação é responsável por cerca de 11% das emissões globais de CO2 do setor de transportes, que representa cerca de 1 bilhão de toneladas de CO2 por ano.
A Boeing, uma das pioneiras no movimento e que trabalha para que essa tecnologia seja cada vez mais usada pelo setor aéreo. A empresa quer permanecer ao lado do Brasil nessa trajetória, que pode levar o país a ser um dos protagonistas no desenvolvimento de combustíveis sustentáveis e no cumprimento das metas para a redução das emissões de carbono, afirma o diretor-geral da Boeing Brasil e VP de Políticas Globais, Landon Loomis.
Rotas de Produção de Biocombustível de aviação por resíduos
- O bagaço de cana é gerado durante moagem de cana, enquanto palha de cana é recuperada do campo;
- Os resíduos de madeira são gerados durante as operações de colheita de florestas plantadas de eucalipto;
- Os gases de combustão liberados do refino de aço. Esses processos são adequados para a produção de etanol por meio de uma tecnologia de fermentação;
- O sebo bovino é obtido pela separação dos resíduos gerados por meio de limpeza de carcaça, tal como ossos, vísceras e gordura;
- O resíduo do óleo de cozinha compreende no residual do óleo de fritura gerado em residências ou serviços de alimentação.
Fonte: estudo RBS, Maria Carolina Grassi, líder de Novos Negócios na América Latina da RSB estudo RSB.
Evento Biofuture Summit and Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference
Biofuture Summit, a principal conferência de debate e troca de experiências em políticas públicas, promovida pela Plataforma para o Biofuturo, uma coalizão inter-governamental para promoção da bioeconomia de baixo carbono, juntou-se à conferência científica Brazilian Bioenergy Science and Technology (BBest) para realizar um evento conjunto, trazendo luz no que há de mais avançado em políticas, financiamento, tecnologias, e ciência relacionadas à bioenergia e à bioeconomia em suas diversas formas.
Participam do evento representes de governos, órgãos internacionais, setor empresarial e pesquisadores de mais de 30 países. A Biofuture Summit II/BBEST2020-21 será totalmente online e acontece entre os dias 24 e 26 de maio. Para mais informações, clique aqui.
A Plataforma para o Biofuturo foi projetada para agir pelas mudanças climáticas e apoiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com uma coordenação internacional pela promoção bioeconomia sustentável de baixo carbono. Foi lançada em Marrakesh nas negociações climáticas da COP 22, em novembro de 2016.
A Plataforma para o Biofuturo tem vinte países membros: Argentina, Brasil, Canadá, China, Dinamarca, Egito, Finlândia, França, Índia, Indonésia, Itália, Marrocos, Moçambique, Holanda, Paraguai, Filipinas, Suécia, Reino Unido, Estados Unidos e Uruguai. Como uma iniciativa da qual participam múltiplas partes interessadas, várias organizações internacionais, universidades e associações do setor privado também estão envolvidas e engajadas na condição de parceiros oficiais. Para obter mais informações, visite: www.biofutureplatform.org.
Apex-Brasil atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos para o Brasil
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira.
Para isso, a Apex-Brasil realiza ações diversificadas de promoção comercial, que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios, que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil.
A Agência também atua de forma coordenada com atores públicos e privados para atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o Brasil, com foco em setores estratégicos para o desenvolvimento da competitividade das empresas brasileiras e do país.