Vale informa que a Samarco, sua sócia em conjunto com BHP, pediu recuperação judicial para a retomada das operações
Foi informado nessa sexta-feira (9), pela mineradora Vale, que a Samarco Mineração, empresa na qual é sócia em conjunto a BHP Billiton, empresa anglo-australiana, entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça de Minas Gerais. A Samarco Mineração, foi responsável pela tragédia, em 2015, do rompimento da barragem em Mariana (MG). O rompimento da barragem, além de causar 19 mortes, deixou um rastro de destruição ambiental. A Samarco, da Vale, paralisou suas operações por cinco anos.
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O pedido de recuperação ambiental não impactará no cumprimento dos compromissos de reparação assumidos em função do rompimento da barragem de fundão, segundo a empresa Vale. A responsável pela execução dos programas de reparação dos impactos socioambientais e socioeconômicos, Fundação Renova, pagou indenizações e auxílios para 325 mil pessoas até fevereiro de 2021.
Investimentos da Fundação Renova na Samarco
De 2015 até os dias atuais, foram investidos em iniciativas de reparação e compensação das partes impactadas, cerca de R$ 12,2 bilhões e para este ano, se espera que os programas e ações da Renova atinjam R$ 5,9 bilhões.
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Segundo a Samarco, da Vale e BHP, foi necessário recorrer à recuperação judicial para que ações já iniciadas, como ações de execução de notas promissórias no Brasil, no valor de US$ 325 milhões, afetem a capacidade da Samarco de operar.
Segundo afirmação da vale, o pedido de recuperação judicial formulado pela Samarco, sócia da BHP, tem como objetivo, preservar sua atual retomada operacional, os empregos e o cumprimento de suas obrigações socioambientais. Essa recuperação propõe um ambiente organizado de proteção ao patrimônio e aos ativos da Samarco e de reestruturação do elevado nível de endividamento na sua estrutura de capital.
Dividas dá sócia da BHP e Vale
Caso o pedido de recuperação seja aceito, todas as ações e execuções movidas por seus credores no Brasil serão suspensas, por temporariamente 180 dias e Samarco terá até 60 dias para apresentar o plano de reestruturação de suas dívidas e demais obrigações. A empresa fará, também, essa mesma ação nos EUA para tentar proteger sua operação.
Grande parte da dívida financeira da Samarco foi contraída anteriormente ao rompimento da barragem do fundão em novembro de 2015, de aproximadamente US$ 4,7 bilhões, sem nenhuma garantia dos acionistas.
A empresa possui também uma dívida financeira para fazer face às necessidades de caixa para sustentar seu capital de giro, obrigações da Renova, trabalhos de reparo e investimentos para sua volta nas operações, providas por linhas de créditos ofertados pelos seus acionistas Vale e BHP Brasil, fazendo, no total, 4,1 bilhões até março de 2021.