Presidente da Volkswagen na América Latina diz que o momento atual é crítico para definir se o Brasil “será protagonista ou não” no etanol. “A tecnologia e a energia estão mudando muito rapidamente, e precisamos abraçar isso”.
Francis Queen, vice-presidente de etanol, açúcar e bioenergia da Raízen, afirmou que a empresa pode licenciar a tecnologia de etanol de segunda geração, ou 2G, para outros países, “Precisamos ter mais países produtores, isso é essencial para o etanol ser uma commodity global”, disse ele no dia 25 de maio, durante o evento Fenasucro & Agrocana Trends.
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“Vemos muito positivamente que a Índia aumente a produção de etanol, queremos ver isso na Tailândia também. Nós, da Raízen, estamos dispostos a ajudar tecnicamente. Estamos conversando até sobre licenciar tecnologia de etanol 2G para outros países.” O 2G é produzido com subprodutos ou coprodutos do processo convencional de produção do biocombustível.
No mesmo evento estava presente o diretor de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, o mesmo disse que o governo trabalha para expandir globalmente o etanol tanto na parte de políticas públicas quanto com o setor privado. “É importante que outros governos entendam como o Brasil desenvolveu uma política pública de etanol, como é a regulação. Mas isso também não funciona sem o setor privado”, disse.
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A grande fronteira de expansão do biocombustível no momento está na Ásia, em países como Índia e Tailândia
Segundo Pietro, a grande fronteira de expansão no momento está na Ásia, em países como Índia e Tailândia. “Esses dois já são produtores de açúcar, então tem um efeito positivo duplo para o nosso setor. Você reduz a oferta de açúcar e equilibra o mercado, e aumenta o número de produtores de etanol, assim o Brasil não fica sozinho com essa bandeira.” Mendes destacou também a necessidade de exportar tecnologia automotiva, para demonstrar que o uso do etanol não causa problemas em veículos.
De acordo com o embaixador da Índia no Brasil, Suresh Reddy, que também participou da reunião, afirmou que empresas indianas estão começando a entrar com mais força no setor do etanol, e que o momento é bom para se analisar opções de parceria. “A Índia está entre os principais produtores de automóveis, então temos um mercado grande. E nossa classe média vem crescendo”, complementou.
Para Pablo di Si, chefão da Volkswagen na América Latina, o momento atual é crítico para definir se o Brasil “será protagonista ou não” no etanol. “A tecnologia e a energia estão mudando muito rapidamente, e nós precisamos abraçar isso.” Ao ser perguntado sobre veículos elétricos movidos a etanol, ele disse que ainda é preciso haver mais pesquisa.
UTE da Raízen Geo Biogás é a primeira térmica a biogás do país a receber certificação de energia renovável
A UTE Biogás Bonfim, unidade da Raízen Geo Biogás localizada em Guariba (SP), foi certificada pelo I-REC Standard. Uma das maiores plantas de biogás do mundo, com 21 MW de capacidade instalada, a térmica é a primeira entre as 200 usinas já certificadas pelo I-REC Standard que utiliza biogás para geração elétrica.
A Raízen Geo Biogás é fruto da joint venture entre Raízen e Geo Energética. A UTE certificada foi inaugurada em outubro passado e fica localizada junto à Usina Bonfim, da Raízen, com uma moagem de mais de 5 milhões de toneladas de cana. A térmica utiliza biogás produzido a partir de vinhaça e torta de filtro, resíduos do processo sucroalcooleiro.
Dos 138 mil MWh por ano de capacidade instalada, 96 mil MWh serão fornecidos ao Sistema Interligado Nacional (SIN) em contrato obtido pela Raízen no leilão A-5 de 2016. O excedente de energia poderá ser negociado no mercado livre ou outros contratos.
Raízen do Grupo Shell, quer construir três usinas produtoras de etanol feito com bagaço e palha de cana
Raízen a gigante global produtora de etanol em conjunto com a Shell, pretende construir mais três usinas de etanol celulósico — ou de segunda geração. A boa notícia foi anunciada pelo empresário Rubens Ometto, da Cosan, no dia 15 de março, em live do Valor.
O etanol celulósico é feito a partir do bagaço e da palha da cana. Em Piracicaba (SP), o grupo já possui uma usina produtora desse tipo de combustível, que, de acordo com o empresário, tem sua demanda internacional aquecida em razão do sequestro de carbono gerado.
“Queremos fazer três usinas desse tamanho, com produção de 300 milhões de litros adicionais de álcool de segunda geração”, revelou Ometto. “Empresas como Shell, Exxon-Mobil, Total, todas elas têm o maior interesse em adquirir esse etanol, dado o sequestro de carbono que ele tem.”
A tecnologia para a produção de etanol celulósico surgiu a partir de uma parceria entre a Shell e a canadense logen, especializada em biotecnologia. Na safra passada (2019/20), a unidade de Piracicaba produziu 226 litros de etanol para cada tonelada de biomassa seca.