Empresa adota reestruturação após prejuízo de R$ 2,5 bilhões no fim do ano fiscal de 2024/2025
Em 8 de maio de 2025, a Raízen divulgou um prejuízo líquido de R$ 2,5 bilhões referente ao quarto trimestre do exercício fiscal de 2024/2025. Como resposta, a companhia anunciou a reorganização de sua estratégia, com foco na redução do endividamento e na priorização de segmentos operacionais considerados mais previsíveis e rentáveis. Segundo o CEO Nelson Gomes, a empresa vai concentrar seus esforços nas áreas de bioenergia, produção de etanol e açúcar, além da distribuição de combustíveis.
Contexto do prejuízo e impactos no plano de negócios
Conforme apurado pelo InfoMoney em 8 de maio de 2025, o prejuízo foi influenciado por fatores como perdas cambiais e impactos climáticos que afetaram a produtividade dos canaviais. Esses elementos comprometeram a geração de caixa e pressionaram a estrutura de capital da empresa. Diante disso, a gestão decidiu revisar investimentos e adotar um modelo financeiro mais conservador para o ano fiscal de 2025/2026.
Áreas estratégicas passam a ser o foco da operação
Durante entrevista coletiva, a diretoria da Raízen informou que a nova fase da empresa terá três áreas como prioridade. A produção de etanol e açúcar continua sendo um dos pilares mais relevantes. A geração de bioenergia está alinhada à demanda crescente por fontes renováveis. A distribuição de combustíveis, por sua vez, representa uma operação consolidada e essencial à logística nacional. De acordo com a Folha de S.Paulo, esses setores devem gerar maior previsibilidade nos resultados financeiros e operacionalizar o plano de recuperação da empresa.
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Medidas para contenção de custos e reforço da liquidez
A Exame Invest, em 9 de maio de 2025, destacou que a Raízen já começou a executar medidas de contenção de despesas e otimização de ativos. A redução de despesas administrativas em diversas unidades já está em andamento. A reestruturação de contratos logísticos também ocorre paralelamente à venda de ativos não estratégicos. A empresa foca na geração de caixa e na redução de passivos até o final do primeiro semestre do exercício fiscal 2025/2026.
Revisão da estimativa da safra 2025/2026 reflete nova postura operacional
Em abril de 2025, a empresa revisou sua projeção de moagem para a safra de cana-de-açúcar 2025/2026. A expectativa atual é processar entre 72 milhões e 75 milhões de toneladas, número inferior às 78,2 milhões da safra anterior. O Valor Econômico informou que essa redução decorre da seca e queimadas que impactaram o Centro-Sul, além de ajustes na estratégia agrícola. No relatório financeiro de maio, a empresa destacou que a meta agora é priorizar qualidade, rendimento por hectare e controle de custos.
Capacidade produtiva elevada será usada com cautela
Desde fevereiro de 2024, com a incorporação da Biosev, a empresa passou a ter capacidade instalada para moer até 105 milhões de toneladas por ano. Apesar desse potencial, a gestão será cautelosa em relação ao uso total da estrutura. Nelson Gomes explicou ao jornal O Estado de S. Paulo, em 9 de maio, que a operação usará somente a capacidade necessária. O objetivo é preservar a rentabilidade das usinas e evitar sobrecargas operacionais em um período de menor disponibilidade de matéria-prima.
Governança e transparência fortalecem estratégia da Raízen de cortar dívida e recuperar confiança
Segundo relatório da XP Investimentos, divulgado em 10 de maio de 2025, a Raízen reafirmou seu compromisso com a governança, além da transparência nos processos. Portanto, a empresa adotará relatórios financeiros mais objetivos, já que pretende alinhar metas realistas ao cenário operacional vigente. Além disso, a revisão periódica de desempenho será implementada como parte essencial da gestão estratégica. Com isso, espera-se que essas ações fortaleçam a confiança do mercado e, ao mesmo tempo, impulsionem a valorização gradual dos ativos.
Expectativas da Raízen para 2025 após prejuízo e avanço no plano de redução da dívida
Mesmo com um cenário econômico desafiador, a Raízen projeta avanços consistentes já no segundo semestre de 2025, conforme análise publicada pelo Broadcast Agro. Além disso, o plano da empresa inclui reduzir progressivamente a dívida consolidada, ampliar as margens no setor de etanol e fortalecer a bioenergia. Por conseguinte, a companhia também prevê recuperar a valorização dos ativos no mercado de capitais, mesmo em meio às oscilações econômicas atuais. Dessa forma, acredita-se que todas essas ações permitirão construir uma base financeira mais estável e sólida para o ciclo de 2025/2026.