Raízen e Shell fecham acordo para desenvolver 5 novas fábricas de etanol celulósico até 2027. As empresas investirão R$ 6 bilhões no biocombustível que é 93% mais sustentável que a gasolina.
Nesta segunda-feira (7), a Raízen, empresa de bioenergia e a petrolífera Shell anunciaram um acordo de dez anos para a produção de 3,3 bilhões de litros de etanol celulósico. A Shell controla a empresa, ao lado do grupo Cosan. O intuito da empresa é se tornar a maior produtora e vendedora de etanol gerado a partir de resíduos. Desta forma as empresas visam instalar novas fábricas de produção do combustível.
Raízen e Shell construirão novas fábricas de etanol celulósico
A operação das empresas faz parte da estratégia de posicionar a Raízen como protagonista no setor de transição energética. Este foi um dos compromissos feitos aos investidores durante o processo de abertura de capital da empresa.
Em agosto de 2021, a oferta pública inicial de ações (IPO) da empresa movimentou mais de R$ 6 bilhões. Segundo o acordo com a Shell, a Raízen deve construir 5 novas fábricas de etanol celulósico entre os anos de 2023 e 2027, ao custo total de R$ 6 bilhões. Cada uma deve levar em média 22 meses para ser concluída. O começo da produção de etanol celulósico nas novas fábricas deve acontecer em 2025.
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Desta forma caberá à Shell a compra de 80% da produção de etanol, o restante deve ser vendido a outras empresas. Durante o prazo do contrato, a Raízen deve receber cerca de 3,3 bilhões de euros. O etanol celulósico tem a mesma composição química do etanol comum.
A diferença é que o mesmo utiliza o bagaço restante da produção de açúcar e etanol comum para a produção de mais combustível. Em relação ao convencional, o etanol de segunda geração emite cerca de 80% a menos de gases de efeito estufa. Na comparação com a gasolina, este número sobe para 93%.
Shell e Raízen fecham parceria com USP para desenvolver hidrogênio verde
Em setembro, a Universidade de São Paulo (USP) anunciou uma parceria com empresas do setor de combustíveis para desenvolver uma tecnologia que pode transformar etanol em hidrogênio verde. O acordo de cooperação foi feito com as empresas Shell Brasil, Raízen, Hytron e CETIQT.
O acordo estima a construção de duas novas fábricas no campus da USP para a geração de hidrogênio verde, que será utilizado e testado em ônibus da cidade Universitária. Segundo o gerente de tecnologia em baixo carbono da Shell Brasil, Alexandre Breda, o objetivo da iniciativa é colocar o etanol como uma fonte de hidrogênio verde.
O projeto tem como objetivo desenvolver um equipamento chamado de reformador, que quebra a molécula do biocombustível para transformá-lo em hidrogênio. O etanol utilizado pelas novas fábricas da USP no processo será oferecido pela Raízen, maior produtora de etanol de cana do mundo.
Raízen investe R$ 1 bilhão em sua terceira planta de etanol celulósico
A Raízen inaugurou em outubro, a peça chave de sua terceira unidade de etanol de segunda geração, que compõe o esforço contínuo da empresa para fortalecer sua estratégia de desenvolvimento centrada em soluções energéticas e bens sustentáveis.
A unidade será ligada ao Parque Bioenergético Univalem, em Valparaíso (SP), tendo capacidade de produção de 82 mil m³ por ano de Etanol e estando prevista para operar já em 2024. A nova fábrica terá investimento de R$ 1 bilhão. Ao longo da construção da nova unidade, serão gerados cerca de 168 empregos diretos, além de 1 mil indiretos.
O dióxido de carbono é um dos principais poluentes causadores do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global, o E2G é um produto importante para a transição para um sistema de energia sustentável.