1. Início
  2. / Ciência e Tecnologia
  3. / Fungo que vira carne, leite sem vaca: inovação brasileira chacoalha a indústria de alimentos
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Fungo que vira carne, leite sem vaca: inovação brasileira chacoalha a indústria de alimentos

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 09/07/2025 às 17:27
Close-up de um copo de leite ao lado de uma vaca com a frase em 3D “Leite de vaca sem a vaca?” em destaque.
Imagem ultra realista mostra copo de leite, vaca e frase “Leite de vaca sem a vaca?”, simbolizando a nova era de proteínas alternativas no Brasil.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Mais de R$ 2 bilhões em pesquisa e tecnologia colocam o Brasil na liderança da comida do futuro e prometem sacudir mercados tradicionais em 2024.

Nos últimos anos, como se observa, a indústria alimentícia brasileira entrou em uma nova fase.
Por isso, startups nacionais estão apostando em biotecnologia e processos de fermentação para criar leite e carnes sem animal, acelerando uma verdadeira revolução alimentar.
Com tantos investimentos bilionários, o setor avança rápido, já que o The Good Food Institute Brasil divulgou dados em agosto de 2024.

Leite sem vaca e proteínas alternativas ganham espaço no prato

Se analisarmos o cenário, a Future Cow, startup fundada por Leonardo Vieira, surpreende ao usar fermentação de precisão para fabricar proteínas do leite sem qualquer presença de vaca.
Tudo acontece em biorreatores, por isso microrganismos geneticamente modificados produzem caseína e soro de leite idênticos ao natural.

O método elimina lactose, colesterol e hormônios, trazendo assim um produto mais seguro e acessível.
Além disso, o processo reduz em até 99% o uso de água e em 60% o de energia, conforme os números do setor em 2024.

Pai e filho sorrindo ao fundo de arte promocional da Shopee para o Dia dos Pais, com produtos e caixas flutuantes em cenário laranja vibrante.
Celebre o Dia dos Pais com ofertas incríveis na Shopee!
Ícone de link VEJA AS OFERTAS!
  • Por consequência, produtos híbridos já aumentam em até 30% a produção nacional de laticínios.
  • Ainda que o Brasil enfrente desafios, o país é destaque mundial pela abundância de água, açúcar e energia renovável.
  • Já o projeto recebeu aportes do fundo Antler, Big Idea Ventures, Embrapii, FAPESP e Sebrae.
  • Finalmente, a industrialização em larga escala está prevista para 2027.

Carne de fungo, hambúrguer de micélio: novo sabor brasileiro

Se formos analisar, a Typcal, outra foodtech nacional, apostou no micélio, estrutura dos fungos filamentosos, para criar carnes alternativas desde 2021.
Em 2022, a empresa já validou a tecnologia em laboratório.
No ano seguinte, lançou hambúrguer e pizza de micélio em parceria com estabelecimentos em São Paulo.

Assim, o produto surpreendeu consumidores pela textura, versatilidade e preparo rápido.
A produção é eficiente, visto que cada lote rende sete mil vezes mais proteína por metro quadrado que a soja, e tudo fica pronto em apenas 24 horas.

  • Além disso, não há sabor residual, o que facilita o uso industrial.
  • Como resultado, o processo é realizado em biorreatores de última geração, com mínimo impacto ambiental.
  • Por isso, a aceitação entre clientes e negócios cresce rapidamente.

Tempê brasileiro ganha o mercado com fermentação tradicional

A Mun Alimentos trouxe o tempê ao Brasil em 2016 e, por isso, expandiu as opções de proteínas vegetais fermentadas.
Segundo Thomas Hendee, diretor da empresa, o desafio foi apresentar esse ingrediente ao consumidor local, mas a adesão tem sido constante.

Atualmente, o tempê da Mun está em mais de 300 pontos de venda, principalmente em São Paulo.
O alimento é conhecido pelo alto teor de proteína, fibras e prebióticos, e pelo baixo índice de carboidratos e gorduras.

Além disso, o mercado global de tempê movimentou US$ 4 bilhões em 2023, com projeção de atingir US$ 7 bilhões até 2030.

imagem: Divulgação CNI

Regulamentação alimenta confiança e atrai investimento estrangeiro

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou, em dezembro de 2023, a Resolução RDC nº 839.
Ela define regras claras para novos alimentos e ingredientes inovadores, além de incluir aqueles obtidos por fermentação.

  • Ingredientes de microrganismos geneticamente modificados seguem a Lei nº 11.105, de 2005, fiscalizada pela CTNBio.
  • Dessa forma, o ambiente regulatório estimula pesquisas e investimentos no setor de alimentos do Brasil.

Pesquisa, biotecnologia e inteligência artificial aceleram a transformação

De acordo com Alessandro Pansanato Rizzato, da Confederação Nacional da Indústria, apesar de toda a inovação, o Brasil ainda precisa investir mais em pesquisa para liderar globalmente.
Mesmo assim, gigantes como a JBS aplicaram mais de US$ 50 milhões em centros de proteína cultivada entre 2023 e 2024.

Por esse motivo, a biotecnologia já está reduzindo custos, ampliando a descarbonização e mudando a cara da indústria nacional.
Assim, o setor caminha lado a lado com a Nova Indústria Brasil, projeto do governo para impulsionar a sustentabilidade.

O futuro da comida feita em laboratório já chegou ao Brasil

  • Pesquisadores do Instituto SENAI de Inovação, como Eamim Daidre Squizani, defendem que fermentação de precisão e carne cultivada serão vitais para a segurança alimentar do país.
  • Além disso, inteligência artificial acelera o desenvolvimento de novos produtos, reduzindo custos e otimizando processos.
  • Por fim, projeções indicam que biotecnologia também criará algodão, couro e madeira de forma mais eficiente nos próximos anos.

Enquanto startups inovam e ampliam sua escala, o consumidor brasileiro começa a experimentar o sabor e a praticidade da comida feita em laboratório.
A revolução já começou: menos impacto ambiental, mais oportunidades e um novo capítulo para a alimentação nacional.

Por fim, o que você acha? O futuro da alimentação brasileira passa mesmo pelo laboratório? Fungo pode virar carne, leite pode existir sem vaca? Deixe sua opinião!

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x