Ativo valioso do ex-bilionário Eike Batista foi arrematado por corretora das Ilhas Virgens Britânicas; grande banco brasileiro tem seu nome ligado à operação
Argenta Securities, uma corretora com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, arrematou o último ativo valioso do ex-bilionário Eike Batista. Uma fonte da revista Veja diz que a corretora já tem o comprador para repassar o ativo e afirma que comprador é a XP Investimentos, um consórcio capitaneado por um grande banco brasileiro.
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O bem tão valioso de Eike Batista é uma debênture, emitida pela mineradora Anglo American como parte da operação da venda do complexo Minas-Rio da MMX à multinacional em 2008.
O ativo, que tem valor estimado em cerca de 200 milhões de dólares, foi mapeado pela Associação Brasileira de Investidores (Abradin), e arrematado por 612 milhões de reais pela Argenta.
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Montante será usado para arcar com as dívidas da MMX, mineradora de Eike que teve a falência decretada
Segundo a Veja, a corretora tem até o fim da primeira quinzena deste mês para efetuar o pagamento. O dinheiro será usado para arcar com as dívidas da MMX, mineradora de Eike que teve a falência decretada no ano passado.
A Argenta é representada no Brasil por Jorge Lima Coelho, filho do empresário falecido Jair Coelho, que ficou conhecido no Rio de Janeiro como o “Rei das Quentinhas”. Fábio Galvão, ex-diretor da CVM, é um dos advogados que representam a corretora no país.
Argenta respondeu os motivos para adquirir o bem à coluna Veja: “Viu-se oportunidade na aquisição das debêntures arrestadas pela 1ª Vara Empresarial de BH devido às particularidades dessa debênture, pois há forte consolidação no setor conforme recentemente anunciado pela Vale”, afirma.
“Há interesse nos fundos de royalties, pois o minério da Minas-Rio tem apuração elevada, super premium, além de resultados operacionais consistentes.” A corretora encerra a nota dizendo que a “aquisição é sindicalizada, envolvendo um grande hedge fund americano e duas instituições financeiras no Brasil.”
Eike fecha parceria com a China e ganha capital ‘infinito’ para colocar em prática projetos de óleo e gás, mineração, energia renovável e infraestrutura no Brasil
Após ver seu império indo por água abaixo, o ex bilionário Eike Batista tem ocupado o seu tempo nutrindo uma lista de pelo menos 11 projetos que ele chama de ‘unicórnios’, no qual estão inclusos um gasoduto que liga o Brasil ao Paraguai, novas minas de ouro, energia renovável e nanotecnologia. Assim relata com exclusividade o Brazil Journal.
Apesar de ter enfrentado a prisão, multas e processos, Eike não desistiu dos seus projetos e continuou trabalhando a sua mente brilhante 24 horas por dia para tirar esses novos negócios do papel, que teve como empecilho a limitação de capital, já que a sua imagem e credibilidade como empreendedor não está entre as mais cotadas pelos investidores nacionais e internacionais.
Eis que surge o China Development Integration Limited (CDIL), um veículo de investimento ligado ao governo da China e baseado em Hong Kong, investidor peso-pesado que compartilha seu apetite por projetos grandiosos e está disposto a carregá-lo com Eike.
Para quem não conhece, o CDIL tem sido um participante ativo da Belt and Road Initiative, o projeto pelo qual a China tem aumentado seu poder geopolítico investindo na infraestrutura de dezenas de países ao redor do mundo desde 2013.
A grande responsável pelo casamento entre os chineses e Eike foi a Rubicon Capital Partners, uma gestora recém-criada por Pedro Pinto Guimarães, um executivo carioca que passou mais de cinco anos na PetroRio e deixou a petroleira há um ano. Enquanto estava na PetroRio, Guimarães conheceu investidores chineses e sauditas que estavam analisando co-investimentos com a empresa.
Eike terá capital aparentemente infinito para colocar em prática os seus projetos no Brasil
Os novos negócios entre os chineses e o ex bilionário será da seguinte forma: Eike aporta seu pipeline de projetos (incluindo ativos e ativos opcionados) e o CDIL fornece o capital aparentemente infinito, além de carregar consigo diversos bancos e estatais chinesas que serão responsáveis em fornecer máquinas, equipamentos e serviços, e, quando se tratar de commodities agrícolas ou metálicas, garantirão a compra da produção na forma de offtake agreements.
Eike “é um dos maiores desenvolvedores de recursos naturais da história,” disse o chairman do CDIL, Andy Lai, ao Brazil Journal numa videochamada por Zoom de Hong Kong. “Ele desenvolveu uma das maiores minas do mundo [o projeto Minas-Rio, que hoje pertence à Anglo American], conhece os dados sobre as grandes reservas ainda inexploradas, e botou de pé os maiores projetos de infraestrutura do Brasil. Para nós, aproveitar seu conhecimento e experiência é algo sábio.”
Segundo o Brazil Journal, os chineses pediram a entrevista como forma de se apresentar à sociedade e aos agentes de mercado brasileiros. Segundo Lai, os chineses e Eike têm outra coisa em comum: uma cabeça que pensa projetos com horizontes de 30, 50 anos.
“Os chineses viram o Açu, a OGX e a MMX e disseram, ‘O Eike pensa muito como a gente, mas isso tudo que ele fez é coisa para governos fazerem, é escala de governo’, disse Pedro Guimarães, da Rubicon. Segundo ele, Eike contribuirá com sua “cabeça estruturante”, e o CDIL ajudará com capacidade de gestão.
Parceria entre China e Eike vai atingir dezenas de bilhões de reais, da mineração à infraestrutura no Brasil
Para a chinesa CDIL, seus investimentos conjuntos com Eike vão atingir dezenas de bilhões de reais, da mineração à infraestrutura. O grupo contratou o Lefosse para representá-lo no Brasil.
Para executar os projetos, os sócios montaram uma holding em Hong Kong: o CDIL terá participação majoritária, mas “mais ou menos 50/50”, disse Edmond Amir, um executivo francês especialista em modelagem financeira de grandes projetos que é o chefe da área internacional do CDIL. Como parte do acordo, os chineses arcarão com os R$ 800 milhões da multa que Eike terá que pagar como parte de seu acordo com a Procuradoria Geral da República.
A mineradora MMX é o primeiro teste da nova parceria, e anunciou semana passada que o CDIL está negociando com os credores as dívidas da empresa e que pretende tirá-la da recuperação judicial.