O Serviço Geológico do Brasil soma sua experiência a um projeto inovador em Minas Gerais que une ciência, energia e defesa civil para fortalecer a prevenção de desastres. O Observatório AtuAção pretende transformar dados técnicos em ações práticas para municípios vulneráveis
A prevenção de desastres em Minas Gerais ganhou uma nova dimensão com o lançamento do Observatório AtuAção, durante o tradicional Réveillon Hidrológico, realizado no último dia 30 de setembro, segundo uma matéria publicada.
A iniciativa, conduzida pela Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), une ciência, tecnologia e instituições estratégicas em prol da segurança da população.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB), responsável por operar 80% da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), é um dos principais parceiros.
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Minas Gerais, estado que convive anualmente com cheias e inundações, agora passa a contar com uma plataforma que traduz informações técnicas em protocolos práticos de ação.
O projeto-piloto começa em Barbacena e pode servir de modelo para outras regiões do país.
Mineração e o impacto na prevenção de riscos
A mineração, atividade de peso em Minas Gerais, está diretamente conectada ao Observatório AtuAção por meio do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
A participação do setor busca integrar conhecimento técnico e responsabilidade social diante dos desastres.
O SGB já atua em 1,8 mil municípios brasileiros com cartografias de áreas de risco, oferecendo suporte essencial para identificar e prevenir acidentes em regiões mineradoras e urbanas.
Em Minas, sistemas de alerta hidrológico monitoram bacias como a dos rios Doce, Velhas e São Francisco, vitais para comunidades que vivem próximas a áreas de exploração mineral e de risco hidrológico.
Energia como aliada contra desastres naturais
Outro ponto de destaque é a presença da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que integra a rede de apoio do Observatório.
A empresa reforça o elo entre o setor de energia e a prevenção de desastres, já que interrupções no fornecimento elétrico são comuns em períodos de cheias.
Com dados técnicos compartilhados e protocolos unificados, os gestores municipais passam a ter acesso a informações estratégicas para mitigar riscos e preservar vidas.
A presidente da SME, Virgínia Campos, destacou que unir energia, mineração, geologia e defesa civil fortalece a resiliência dos municípios frente às mudanças climáticas.
Defesa Civil e capacitação comunitária integrada
A Defesa Civil de Minas Gerais também é peça-chave do projeto. Com a plataforma digital, gestores locais e lideranças comunitárias terão acesso facilitado a mapas de risco e protocolos de ação.
Cursos presenciais e online, oferecidos pelo SGB em parceria com instituições como a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Escola Virtual do Governo (EVG), garantem a formação contínua de técnicos e voluntários.
Essa capacitação é fundamental para que comunidades vulneráveis saibam reagir de forma rápida e segura em situações de emergência, ampliando a rede de proteção social e comunitária em todo o estado.
Mudanças climáticas e a urgência de soluções práticas
As mudanças climáticas agravam a intensidade e a frequência de desastres naturais no Brasil. Em Minas Gerais, onde a temporada chuvosa inicia em outubro, cidades enfrentam anualmente cheias urbanas que afetam milhares de famílias.
Durante o evento, especialistas de diferentes áreas, incluindo representantes da Vale e professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destacaram que a ciência deve estar a serviço de soluções práticas.
Como lembrou o superintendente regional do SGB em Belo Horizonte, Marlon Coutinho, trata-se da primeira experiência integrada no estado, com potencial para se tornar referência em todo o país.