A instabilidade e a alta dos preços do petróleo atingiu o querosene, que teve um aumento de 11% feito pela Petrobras
A Petrobras, multinacional do setor de petróleo, aumentou o preço do querosene de aviação (QAV) em diversos hubs, tendo início nesta quarta-feira, 01. Segundo informações do site da Petrobras, o abastecimento em importantes regiões de aeroportos vai ter alta de cerca de 11% em relação à oferta de maio.
Em Guarulhos (SP), o aumento mensal foi de 11,2%, para 5,626 reais por litro. Em Duque de Caxias, o crescimento foi de 11,29%. Em Betim (MG), a taxa de reajuste foi de 11,14%. A Petrobras vêm aumentando o preço dos derivados de petróleo, incluindo o querosene de aviação, a cada mês de 2022, ao passo que os preços do petróleo aumentam.
Os preços do querosene de aviação em Guarulhos subiram 64,4% desde o início do ano. Outros centros de entrega de combustível de aviação também tiveram aumentos nessa proporção. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), o querosene de aviação representa mais de um terço dos gastos de uma companhia aérea.
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As ações da Azul e da GOL Airlines caíram acentuadamente no dia anterior, 5,82% e 3,86%, respectivamente, do dia em que a Petrobras fez o reajuste nos preços do querosene.
Preço do QAV está em alta somente no primeiro semestre de 2022
De acordo com a Abear, o preço do litro do querosene acumula alta de 64,3% só no primeiro semestre do ano de 2022. “Esses dados mostram a pressão diária que as empresas enfrentam com a alta dos custos estruturais, especialmente o preço do querosene de aviação, que tem sido impactado pela alta da cotação do barril de petróleo da Petrobras no mercado internacional, por causa da guerra na Ucrânia.
A valorização do dólar em relação ao real também é um desafio cotidiano, visto que metade dos custos do setor é dolarizada”, declara Eduardo Sanovicz, presidente da Abear. Segundo informações divulgadas pela Petrobras, a área que catalogou o maior aumento do preço do querosene, bem como o preço dos derivados de petróleo, foi Duque de Caxias, município do Rio de Janeiro e Betim, em Minas Gerais, com aumentos de 11,29% e 11,14% respectivamente.
A Abear declara que não é entendível a parcela de QAV produzida no Brasil ser precificada pelos mesmos critérios do insumo importado. De acordo com a ANP, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis, o querosene de aviação desenvolvido no Brasil diz respeito à 93% (ou 4,1 bilhões do consumo total de 4,4 bilhões de metros cúbicos) do combustível consumido internamente.
Mesmo com a geração de QAV brasileira superando os 90%, o insumo é precificado em dólar, o que influi ativamente no preço final do produto. A Abear afirma que o QAV tem grande potencial para a aviação, uma vez que seu valor corresponde a mais de um terço dos custos totais das companhias.
Orçamento deteriorado
César Bergo, coordenador do programa de pós-graduação da Faculdade Mackenzie Brasília (FPMB) e assessor do Conselho Regional de Economia da 11 ª, destacou que o aumento das tarifas devido ao reajuste do QAV e dos derivados do petróleo, comprometeu grandemente o orçamento das famílias que queriam viajar.
“Tudo isso é repassado para o consumidor, o que é mais frequente e preocupante agora que a inflação já está acima de 12%. As pessoas não conseguem se planejar direito e acabam sendo surpreendidas com os aumentos feitos pela Petrobras em cima dos preços dos derivados do petróleo”, ressaltou Bergo.
As ações das companhias aéreas Azul e Gol caíram 5,82% e 3,86%, respectivamente, no mesmo dia em que a Petrobras anunciou o reajuste no preço do querosene de aviação. No entanto, na quinta-feira (02/06), as ações das duas empresas subiram, com alta de 0,21% e 0,78%, respectivamente.