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Barril de petróleo do tipo Brent pode atingir o preço recorde de US$ 150, o que intensifica a pressão sobre a Opep

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 30/05/2022 às 19:41
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Fonte: Depositphotos

Ministros do G7 solicitam que países da Opep acelerem a produção de petróleo, a fim de frear a elevação dos preços do combustível

Em meio à guerra na Ucrânia, os preços do petróleo estão sendo elevados a níveis recordes. Diante desse cenário, os ministros de Energia do G7 pediram aos países integrantes da Opep – organização que reúne países exportadores de petróleo – para que ampliem a produção do combustível, a fim de abastecer o mercado.

Conforme previsão de analistas do Bank of America (BofA), o barril do tipo Brent pode chegar ao valor de US$ 150, caso o embargo à comercialização russa seja intensificado.

O pedido em questão foi realizado no fim de um encontro entre ministros de Energia e Meio Ambiente do G7, na Alemanha. Durante a reunião, os líderes destacaram que a guerra entre Rússia e Ucrânia está causando acréscimos nos preços do petróleo, gás e carvão, de modo a inflacionar mercados e indústrias.

Na mesma ocasião, o grupo entrou em acordo a respeito da descarbonização de seus setores de energia até o ano de 2035, além da suspensão do financiamento público para projetos de combustíveis fósseis no exterior até o fim deste ano, com exceção de circunstâncias limitadas.

Em comunicado, os ministros afirmaram que solicitaram aos países produtores de petróleo e gás que ajam com responsabilidade frente aos mercados internacionais, haja vista que a Opep possui papel de importância global.
Eles adicionaram, ainda, que este assunto é de urgência especial para que a dependência da União Europeia em relação ao gás natural russo seja reduzida, além de evidenciarem o papel indispensável que o gás natural liquefeito (GNL) poderia exercer para atenuar interrupções no fornecimento dos gasodutos, em especial para os mercados europeus.

Líderes do G7 pretendem encerrar gradualmente a dependência em relação à energia russa

No início deste mês, líderes do G7 se comprometeram a pôr fim de maneira gradual à dependência da energia russa, efetuando, nesse sentido, o banimento de importações de óleo proveniente da Rússia. Entretanto, a União Europeia ainda debate a alternativa de estabelecer embargos ao petróleo russo, tendo a Hungria como oposição à ideia.

Ainda que o G7 apresente opiniões conflitantes acerca do petróleo, não está evidente se os países da Opep vão atender ao pedido de ação. A Arábia Saudita, por exemplo, tem resistido à pressão externa de acelerar produções a fim de auxiliar na diminuição dos preços, sob o argumento de que o petróleo não irá faltar no mercado.

O grupo da Opep+, do qual a Rússia faz parte, reduziu a produção diante de acordos feitos em meio à pandemia, antes de recuperá-la paulatinamente a um nível de 400 mil barris diários. No último ano, os preços do petróleo foram quase duplicados: o barril foi comercializado a US$ 120, o que corresponde ao valor mais alto desde 2014. Dessa forma, críticas foram direcionadas aos estados do Golfo, como a Arábia Saudita, quanto à sua capacidade de produção.

Barril de petróleo a US$ 150

Como já mencionado, o barril de petróleo do tipo Brent pode atingir o preço de US$ 150, caso o embargo à comercialização russa seja ampliado.

Após a invasão russa à Ucrânia, denominada como “operação especial” por Moscou, os valores sofreram aumento expressivo, beirando agora os US$ 120 por barril.

Além disso, os analistas do Bank of America não acreditam em uma recuperação dos níveis de petróleo pré-Covid ainda neste ano, haja vista que problemas de abastecimento são ainda mantidos.

Segundo eles, a restauração foi impedida pelo aumento de US$ 30 por barril nos preços do petróleo em 2022, o que diminuiu a demanda para 1,5 milhão de barris diários. Os analistas acrescentaram, ainda, que a demanda por petróleo pode chegar aos níveis pré-Covid no próximo ano, caso a produção russa atinja os 10 milhões de barris por dia e o fornecimento da Opep+ aumente.

A elevação do consumo de gasolina nos Estados Unidos durante o verão e a possibilidade de a União Europeia instituir embargo sobre todo o petróleo russo podem ser relacionadas a um possível aumento nos preços da commodity.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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