Segundo o CEO da Ford, a culpa do preço do carro elétrico estar mais alto é das matérias-primas, que também estão em alta.
Ao longo da semana foi anunciado que o preço do carro elétrico ficará mais alto, por um período maior. De acordo com Jim Farley, CEO da Ford, em conjunto com o grupo de executivos de montadoras do mundo, afirmam estarem muito preocupados com o aumento dos preços das commodities. De fato, já há algum tempo, vêm sendo falado a respeito do aumento de preços em vários produtos indispensáveis para a fabricação de um carro elétrico, principalmente na alta dos preços de metais específicos usados na fabricação das baterias dos carros elétricos, que pode continuar sendo um problema para as montadoras e fabricantes. Segundo a Ford, durante um evento em Michigan, o preço do lítio, cobalto e níquel não irão aliviar tão cedo, desse modo, as montadoras terão que seguir com o preço de seus carros ainda mais caros.
Tendo que lidar com o aumento do preço das commodities, montadoras decidem manter preço do carro elétrico elevado
Se já estava elevado o preço do carro elétrico, tudo indica que mais aumentos estão por vir. Se o ritmo seguir desse modo, com os metais cada vez mais caros, a solução encontrada pelas montadoras é elevar o preço de carros que sejam movidos a bateria.
A Tesla e a Ford criaram uma tabela para seus carros principais, onde a picape F-150 Lightning, dependendo da versão, terá aumentos estimados entre 6.000 e 8.500 dólares (R$ 30.700 a R$ 44.000). O período da pandemia de Coronavírus contribuiu para que o mercado, de forma geral, tivesse um atraso em seus setores, principalmente na indústria automotiva.
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Antes disso, já havia se instalado um ‘fenômeno’ chamado “fome de eletrificação”, em que as pessoas, tanto quanto a indústria automotiva, tomaram consciência sobre a situação do meio ambiente. Com a recuperação pós-Covid, as montadoras encontraram a indústria de mineração parcialmente despreparada, não conseguindo acompanhar a demanda da indústria automotiva.
Tecnologia ajudará cada vez mais a indústria de carros elétricos
Apesar das dificuldades, há alternativas para contornar essa situação, mesmo que parcialmente. Segundo Farley, os investimentos em baterias fabricadas a partir de matérias-primas menos “nobres”, como o lítio-ferro-fosfato (LFP), podem ser uma alternativa.
Sem o níquel e o cobalto, como uma forma de reduzir os custos de produção, o CEO da Ford acredita que pode ser uma alternativa acessível para se chegar a mobilidade de emissão zero.
Alternativas para criar baterias de baixo custo
A Ford já anunciou que fez a compra desses acumuladores revolucionários da fabricante chinesa CATL. O objetivo da montadora é montá-los no Mustang Mach-E, isso já no próximo ano (2023) e na picape elétrica F-150 Lightning a partir de 2024.
Outra alternativa elaborada pela Ford são as baterias de estado sólido, que são mais seguras e com maior capacidade, além de serem mais rápidos para recarregar do que o padrão níquel-manganês-cobalto (NCM) convencional.
Além disso, as baterias estão sendo desenvolvidas por diversas empresas, tais como a Solid Power, empresa cuja Ford investiu em conjunto com a fabricante BMW.
A startup planeja entregar os primeiros protótipos até o final deste ano, mesmo que leve mais alguns anos até vermos de fato esses protótipos de baterias chegarem ao mercado.