A empresa está considerando fazer novos investimentos na área, ao mesmo tempo em que procura por melhores condições nos contratos com 3R.
Essa edição da newsletter traz as últimas novidades sobre o Pipeline PetroReconcavo, que está expandindo suas operações para o processamento de gás e planeja novos investimentos nessa área. Além disso, a New Fortress assegurou financiamento para uma usina térmica no Pará e adquiriu um navio regaseificador para um terminal de GNL em Santa Catarina. A Compass está interessada em adquirir o controle da Compagas e SCGás, e também comprou biometano da São Martinho. Enquanto isso, a Arsesp está propondo flexibilizar os limites de concentração de mercado em São Paulo. Fique por dentro dessas e outras notícias do setor de energia.
Uma Nova Etapa para a PetroReconcavo
A PetroReconcavo está se preparando para iniciar as operações de sua nova Unidade de Tratamento de Gás (UTG) em São Roque, Bahia, até o final deste ano. Atualmente, toda a produção de gás natural da empresa é processada em instalações de terceiros, mas agora ela está montando sua própria infraestrutura.
A companhia também está estudando novos investimentos em processamento, tanto na Bahia quanto no Rio Grande do Norte, ao mesmo tempo em que está considerando parcerias com os proprietários das infraestruturas existentes.
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Este ano está sendo marcado por mais mudanças na infraestrutura de processamento do gás onshore do Nordeste. A 3R Petroleum adquiriu o Polo Potiguar da Petrobras, tornando-se a mais recente operadora privada da UPGN de Guamaré. Enquanto isso, a estatal decidiu não vender o Polo Bahia Terra, mas está aberta a parcerias.
A empresa Origem Energia está planejando expandir a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) de Pilar, localizada em Alagoas. Enquanto isso, a PetroReconcavo está buscando fortalecer sua presença nesse setor.
O novo desenho do processamento de gás no Nordeste é destaque na gas week, com mudanças significativas que prometem impactar o mercado regional.
A PetroReconcavo pretende iniciar as operações da Unidade de Tratamento de Gás São Roque até o final do ano. Essa unidade, localizada na Bahia, será responsável pelo processamento do gás natural dos campos Mata de São João, Remanso, Jacuípe e Riacho de São Pedro, por meio de uma unidade de tratamento simplificado.
A capacidade da Unidade de Processamento de Gás Natural (UTG) é de 400 mil m³/dia, permitindo que a PetroReconcavo entregue gás diretamente na malha da Bahiagás, sem precisar utilizar a rede da Transportadora Associada de Gás (TAG).
Com esse novo ativo, a PetroReconcavo diminuirá sua dependência da UTG de Catu, da Petrobras, o que resultará na redução dos custos de processamento e nas possíveis restrições operacionais. A petroleira independente havia tentado comprar o Polo Bahia Terra, em parceria com a Eneva, mas a Petrobras, sob a gestão de Jean Paul Prates, acabou desistindo do negócio.
PetroReconcavo aposta em ganhos de margem com nova infraestrutura
A PetroReconcavo está agora utilizando sua própria infraestrutura, o que inclui um bypass no sistema de transporte do gás natural. Isso significa uma ligação direta entre a fonte de suprimento (a UTG) e a rede de distribuição da Bahiagás. Segundo o diretor de Comercialização e Novos Negócios, João Vitor Moreira, essa nova infraestrutura reduz custos de transporte, impactando positivamente no preço final do gás natural e oferecendo melhor margem de lucro para a empresa. Essa estratégia foi discutida durante uma teleconferência realizada em 10/11 com analistas e investidores para apresentar os resultados financeiros do 3º trimestre.
O CEO da empresa, Marcelo Magalhães, anunciou recentemente que a PetroReconcavo está em fase avançada na elaboração de um projeto para uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) complementar na Bahia. Essa unidade terá capacidade de processar condensados e produzir Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), tornando-a mais completa e eficiente.
Além disso, a empresa está considerando investimentos em processamento no estado do Rio Grande do Norte, com o objetivo de negociar condições de acesso à infraestrutura existente de Guamaré.
Ao adquirir o ativo, a 3R Petroleum também adquiriu o contrato existente entre PetroReconcavo e Petrobras para o processamento. A PetroReconcavo está buscando maneiras de reduzir os custos associados a esse contrato, que tem duração até meados de 2024. A empresa está considerando a possibilidade de se tornar sócia da 3R na operação do ativo, mas, caso essa opção não se concretize, está ponderando investir em infraestrutura própria. A PetroReconcavo tem como base o modelo de negócio da UTG São Roque e acredita que a construção de infraestrutura própria seria um investimento de retorno rápido.
Moreira afirmou que ambos os caminhos, construir uma unidade própria ou adquirir uma porcentagem da UPGN Guamaré, estão sendo avaliados com muita atenção.
Colaboração é a melhor opção, destaca Marcelo Magalhães
Marcelo Magalhães ressaltou que a parceria é a alternativa mais vantajosa, pois acredita que as operações da 3R e da PetroReconcavo na Bacia Potiguar possuem sinergias naturais e que a colaboração tem potencial para criar valor para ambas as partes, enquanto a falta de colaboração pode resultar na perda de valor para os acionistas de ambos.
A 3R tem demonstrado interesse em estabelecer parcerias no Ativo Industrial de Guamaré, que vai além da UPGN e inclui também a Refinaria Clara Camarão e a infraestrutura de tancagem de derivados. Em relação ao interesse em uma possível parceria na UPGN, o CEO da companhia, Matheus Dias, mencionou em uma teleconferência em 9 de novembro, que a empresa está contente com seu portfólio atual e com a posição de prestadora de serviços de processamento, mas não descartou a possibilidade de uma futura sociedade.
A empresa está satisfeita com seu portfólio atual e destaca a eficiência de seus serviços na UPGN. No entanto, está aberta a estudar oportunidades de transação que possam trazer vantagens para a companhia, sempre priorizando a análise criteriosa.
A 3R está investindo na ampliação de sua capacidade de processamento em Guamaré, aumentando de 1,4 milhão de m3/dia para 1,8 milhão de m3/dia.
A administração atual da Petrobras decidiu alterar o programa de venda de ativos, optando por não alienar o Polo Bahia Terra. Em vez disso, a empresa está aberta a parcerias para operar seus ativos de exploração e produção, visando dividir os investimentos.
Esta mudança de estratégia foi justificada pela Petrobras em setembro, com a intenção de maximizar o valor do portfólio, focar em ativos rentáveis, repor as reservas de óleo e gás e explorar novas fronteiras. Além disso, a empresa busca aumentar a oferta de gás natural e promover a descarbonização de suas operações.
Novas parcerias e investimentos em gás natural no Brasil
Em uma declaração feita na última sexta-feira (10/11), Ana Paula Zettel, gerente executiva de parcerias e procedimentos de upstream da Petrobras, mencionou a possibilidade de estabelecer novos investimentos e parcerias para fortalecer os ativos terrestres da empresa. Ela também comentou sobre os planos para o Terminal Gás-Sul, que está mais próximo de iniciar suas operações. Um acordo foi firmado entre a Petrobras e a New Fortress Energy para viabilizar o início das operações do terminal na Baía da Babitonga a partir de 2024, com o subafretamento do navio regaseificador Energos Winter para Santa Catarina.
A NFE assegurou recentemente um financiamento do BNDES no valor de R$ 1,8 bilhão para viabilizar a construção da termelétrica a gás Novo Tempo Barcarena, de 624 MW, no Pará.
O presidente da Cosan, Rubens Ometto, revelou à CNN que a empresa demonstrou interesse em adquirir o controle das distribuidoras Compagas e SCGás. No Paraná, a Copel já está se preparando para vender a Compagas, enquanto em Santa Catarina, a Celesc ainda não anunciou seus planos em relação à concessionária local.
A TAG (Transportadora Associada de Gás) iniciou dois processos de contratação para adquirir gás natural para uso no sistema (GUS) e serviços de flexibilidade para o ano de 2024.
Novas propostas em SP flexibilizam limites de concentração no mercado livre
A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) colocou em consulta pública um conjunto de propostas de mudanças nas regras do mercado livre no estado. As mudanças incluem a flexibilização de limites que visavam a impedir a concentração de mercado; novas regras para o consumidor parcialmente livre; e a simplificação de processos.
No começo deste mês, o governador Paulo Dantas assinou a nova lei estadual 9.029/2023, que estabelece as regras para a exploração dos serviços de gás canalizado e para o mercado livre no estado de Alagoas. As normas foram criadas com o objetivo de promover a concorrência e o desenvolvimento desse setor, trazendo benefícios para a economia e para os consumidores.
Acordo entre Compass e Grupo São Martinho para compra de biometano
A companhia Compass fechou um acordo para a compra de biometano do Grupo São Martinho. A empresa sucroalcooleira está atualmente em processo de construção da sua primeira planta de biometano na usina de Santa Cruz, localizada no interior de São Paulo. O contrato terá um prazo inicial de cinco anos, com a possibilidade de renovação por mais cinco anos, e está previsto para começar o fornecimento em 2025.
A L’Oréal fechou parceria com a empresa Gás Verde para abastecer 100% da frota de veículos dedicados da companhia de cosméticos, a partir do Centro de Distribuição Gaia, localizado em Jarinu (SP). A substituição do GNV pelo biometano está prevista para o primeiro trimestre de 2024. Essa medida faz parte dos esforços da L’Oréal para adotar fontes de energia mais sustentáveis e reduzir a emissão de carbono.
A Petrobras está estudando a possibilidade de substituir a produção de hidrogênio a partir do gás natural, conhecido como hidrogênio azul, por hidrogênio produzido a partir do biogás ou eletrólise da água. A iniciativa faz parte dos esforços da empresa para reduzir seu impacto ambiental e adotar práticas mais sustentáveis em suas operações de refino de petróleo.
Fonte: Agência EPBR