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Petrobras vai transformar poluente em produto rentável e beneficiar mais de 30 MILHÕES de brasileiros

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 09/11/2024 às 13:24
Petrobras inaugura unidade Snox para transformar poluentes em ácido sulfúrico, reduzindo emissões e gerando receita e empregos.
Petrobras inaugura unidade Snox para transformar poluentes em ácido sulfúrico, reduzindo emissões e gerando receita e empregos.

A Petrobras avança com uma tecnologia inédita para reduzir emissões de gases tóxicos, beneficiando 30 milhões de brasileiros.

A Petrobras está prestes a fazer história com uma tecnologia que promete reduzir drasticamente a emissão de poluentes e, ao mesmo tempo, gerar lucro.

O projeto envolve a transformação de substâncias tóxicas em ácido sulfúrico, um produto rentável, na Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE).

Essa iniciativa inovadora, chamada de Snox, coloca a estatal em um seleto grupo mundial, sendo esta a primeira unidade das Américas e a terceira no mundo a utilizar a tecnologia.

A refinaria da Petrobras em Pernambuco, a Abreu e Lima (Rnest), aguarda o início da operação da unidade Snox ainda em dezembro, uma estrutura de última geração destinada a reduzir a emissão dos gases tóxicos óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx).

A partir do processo de refino, esses poluentes serão convertidos em ácido sulfúrico, utilizado amplamente em setores industriais, como o tratamento de água.

Conforme a Agência Brasil, a nova unidade é capaz de eliminar até 99% das emissões de SOx e 95% das emissões de NOx, um feito que deve transformar a Rnest em referência em sustentabilidade e eficiência ambiental.

Segundo Márcio Maia, gerente-geral da refinaria, “a responsabilidade socioambiental é enorme”, e a localização privilegiada da unidade, próxima ao Porto de Suape e de Porto de Galinhas, reforça o compromisso da Petrobras com o ambiente e a sociedade.

Acrescentando valor e geração de receita

Além de reduzir a poluição, a Snox abrirá novas fontes de receita para a Petrobras. Todo o ácido sulfúrico gerado pela unidade já possui um comprador: o grupo Bauminas, uma das líderes nacionais em produtos químicos para o tratamento de água.

Esse contrato de 10 anos possibilitará o tratamento de água para cerca de 30 milhões de brasileiros, destaca Maia, gerando uma receita significativa para a refinaria.

Rodrigo Avelino, outro gerente da unidade, considera que essa tecnologia “é o estado da arte” no tratamento de gases, algo que poucas refinarias no mundo conseguem realizar.

Esse avanço tecnológico é exclusivo da Rnest no Brasil, já que as refinarias mais antigas, construídas antes dos anos 80, não foram projetadas para tecnologias desse tipo.

Aumentando a produção com menor impacto

A modernização da Abreu e Lima também contribuirá para expandir a capacidade de refino.

Com o controle mais eficiente de emissões, a refinaria poderá aumentar sua produção de 100 mil para 115 mil barris de petróleo por dia, uma possibilidade agora permitida pela legislação ambiental.

Com isso, a Petrobras espera ampliar a oferta de diesel S-10, um combustível com baixo teor de enxofre, essencial para reduzir as emissões e atender à crescente demanda do mercado brasileiro.

Atualmente, a refinaria pernambucana responde por 10% do diesel S-10 consumido no país, suficiente para abastecer milhões de veículos, entre leves e pesados.

O diesel S-10 possui alta eficiência energética e reduz os impactos ambientais, em comparação ao diesel S-500, amplamente utilizado até recentemente no Brasil.

Retomada de investimentos e geração de empregos

O projeto da Snox não é novo. A instalação faz parte do plano inicial da refinaria, mas atrasos relacionados à operação Lava Jato e às crises de investimentos postergaram a conclusão.

Após um reposicionamento da Petrobras, as obras foram retomadas, e a refinaria, que havia sido colocada em desinvestimento, recebeu novos aportes, marcando uma reviravolta.

A construção da Snox gerou 1,3 mil empregos diretos e, com o avanço das operações, mais vagas deverão surgir.

Estima-se que o Trem 2, nova linha de produção da Abreu e Lima, gerará cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos ao longo de sua construção, prevista para ser concluída em 2028.

Esse trem representará um aumento significativo da capacidade de produção da refinaria, impactando positivamente a economia e o mercado de trabalho local.

Revamp e modernização da refinaria

Outro passo importante no desenvolvimento da Abreu e Lima é o chamado “revamp”, um processo de renovação e ampliação de equipamentos, com previsão de finalização para o primeiro trimestre de 2025.

Conforme Bruno Daguano, coordenador de Projetos da refinaria, essa modernização permitirá aumentar a capacidade de refino para 130 mil barris de petróleo por dia, a um custo significativamente menor do que construir uma nova instalação do zero.

Segundo Daguano, “o revamp é um dos projetos mais rentáveis da Petrobras”, e Márcio Maia destaca que essa expansão permitirá a maximização do uso de óleo do pré-sal, aprimorando ainda mais a eficiência e os lucros da refinaria.

Contribuição para a redução de importações

Com a expansão da capacidade, a Abreu e Lima poderá refinar até 260 mil barris por dia, o que deve reduzir a dependência de importação de diesel pelo Brasil.

De acordo com Maia, a refinaria tem potencial para abastecer toda a Região Nordeste, além de enviar excedentes para outras partes do país.

Menor dependência de diesel importado representa não apenas uma vantagem econômica para o país, mas também um impacto positivo na balança comercial.

Investimentos em energia renovável

Embora focada em combustíveis fósseis, a Petrobras tem investido em energias renováveis na Abreu e Lima, que abrigará uma usina fotovoltaica com capacidade para produzir até 12 megawatts, aproximadamente 7% da energia consumida pela refinaria.

Outro projeto em desenvolvimento é o diesel renovável, que deverá incluir conteúdo vegetal, com potencial para criar produtos mais sustentáveis e com menor impacto ambiental.

Tecnologia de ponta e oportunidades para o futuro

A Petrobras busca alavancar tecnologias como a Snox não apenas para aumentar a lucratividade, mas para garantir um papel de destaque no cenário ambiental.

O investimento em processos de última geração, como o revamp, demonstra o comprometimento da estatal em alinhar seu crescimento às demandas ambientais globais.

Com isso, a Abreu e Lima está se tornando referência em inovação e sustentabilidade.

Será que, no futuro, essa tecnologia se espalhará para outras refinarias no Brasil, aumentando a produção de combustíveis mais limpos e a geração de empregos?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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