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Petrobras quer se desfazer de negócios no Uruguai e 8 refinarias no Brasil.

Escrito por Paulo Nogueira
Publicado em 29/04/2019 às 01:00

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Petrobras quer se desfazer de seus negócios de distribuição de gás e da rede de postos de combustíveis no Uruguai, além da venda de oito ativos de refino no Brasil que podem lucrar até 20 bilhões de dólares.

Na noite de sexta-feira, a Petrobras informou que seu Conselho de Administração aprovou novas diretrizes para a gestão do portfólio de ativos da companhia, considerando a venda de oito refinarias. O ajuste no plano de gestão também inclui a venda de rede de postos da Petrobras no Uruguai, além de participação adicional na BR Distribuidora. A decisão faz parte do programa de vendas de ativos considerados não estratégicos, que está em curso pela Petrobrás.  Além de reduzir a dívida, a Petrobras também busca com seu plano de desinvestimento se concentrar no que considera ser o seu principal negócio: a exploração e produção de petróleo e gás.

Líder no Brasil em distribuição de combustível, com a BR Distribuidora, a Petrobras colocará à venda a rede com 70 postos no Uruguai, e vai negociar com o governo uruguaio devolver a concessão de distribuição de gás. Segundo o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco “A escala que temos no Uruguai não nos interessa”.  A  estatal compra gás natural da Argentina a preço de mercado e no Uruguai a preço tabelado. A petroleira opera as distribuidoras MontevideoGas e Conecta. “Esses negócios dão prejuízo.” disse Castello Branco.

A estatal comunicou que  também pretende  vender oito refinarias no Brasil, situadas em Pernambuco, Paraná (duas unidades), Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Amazonas e Ceará. São 13 unidades no total, entre elas a Abreu e Lima (RNEST), Landulpho Alves (RLAM-BA), Unidade de Industrialização do Xisto (SIX-PR), Gabriel Passos (REGAP-MG), Presidente Getúlio Vargas (REPAR-PR), Alberto Pasqualini (REFAP-RS), Isaac Sabbá (REMAN -AM) e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR- CE) .

A Petrobras manteria sob seu controle ativos no Sudeste, seu principal polo consumidor, são elas as refinarias de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e Presidente Bernardes, Henrique Lague, Capuava e Paulínia, as quatro localizadas em São Paulo.

A Petrobras espera obter até 20 bilhões de dólares com a venda dos ativos de refino em um processo que deve durar um ano e meio para ser concluído.  Além da companhia reduzir seu elevado endividamento, com venda das refinarias levadas adiante, a Petrobrás deixará de ter o monopólio de refino no Brasil. “É uma anomalia uma única empresa ter 98% da capacidade de produção de determinados produtos, qualquer que seja a circunstância”, disse Castello Branco.

Não apenas os chineses são os potenciais compradores, mas também distribuidoras especializadas em refino e tradings estão entre as potenciais interessadas no negócio. Castello Branco afirmou que a preocupação da Petrobrás será não vender as refinarias para um único comprador para evitar monopólios regionais e estimular a competição no mercado interno de refino e, consequentemente, na formação de preço final para os derivados de petróleo.

Nesta semana, a petroleira anunciou a venda de US$ 10,3 bilhões em ativos de um plano total de US$ 27 bilhões. Na quinta-feira, comunicou ao mercado a venda do gasoduto TAG para a francesa Engie, por US$ 8,6 bilhões, da plataforma do campo de Tartaruga Verde (comprada pela Petronas, da Malásia, por US$ 1,3 bilhão) e do polo do Riacho da Forquilha, arrematada pela baiana PetroRecôncavo, por US$ 384 milhões.

Estão na lista da estatal para desinvestimentos a Liquigás (botijão de gás), a participação da Petrobrás na Braskem, além da redução da fatia na BR Distribuidora.

O objetivo da Odebrecht na negociação de venda da sua participação na Braskem para a LyondellBasell é receber parte em dinheiro e outra em ações da gigante europeia da área química — e virar a segunda maior acionista da empresa. Já a Petrobras, a dona da outra metade da Braskem, quer só o dinheiro e cair fora.

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Paulo Nogueira

Com formação técnica, atuei no mercado de óleo e gás offshore por alguns anos. Hoje, eu e minha equipe nos dedicamos a levar informações do setor de energia brasileiro e do mundo, sempre com fontes de credibilidade e atualizadas.

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