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Petrobras precisará pedir ao Cade a prorrogação dos prazos de privatização das refinarias de petróleo após troca de presidente

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 12/06/2022 às 12:47
A estatal brasileira Petrobras agora está com o prazo cada vez mais apertado para a privatização de 8 refinarias de petróleo, as quais haviam sido acertadas com o Cade para a venda, e precisará pedir mais tempo para a finalização dos processos
Foto: Shutterstock

A estatal brasileira Petrobras agora está com o prazo cada vez mais apertado para a privatização de 8 refinarias de petróleo, as quais haviam sido acertadas com o Cade para a venda, e precisará pedir mais tempo para a finalização dos processos

Em meio a um cenário de troca de presidência e instabilidade no mercado de óleo e gás nacional, a Petrobras está com a venda de suas refinarias de petróleo atrasadas até essa sexta-feira, (10/06). Dessa forma, a estatal precisará pedir ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a prorrogação dos prazos de privatização das estruturas, que estavam sendo acertadas para a venda desde 2019 com o órgão.

Privatização das refinarias de petróleo da Petrobras está atrasada e estatal precisará solicitar a prorrogação dos prazos de venda ao Cade para a finalização dos processos

A Petrobras vem enfrentando uma série de instabilidades nos últimos meses, principalmente em relação aos problemas com contratos, como o abastecimento de gás boliviano, ou as trocas de comando constantes na empresa. E, em meio a esse cenário, o projeto de privatização das suas refinarias de petróleo se encontra cada vez mais atrasado e sem perspectivas de finalização, já que a estatal agora volta seus olhares para questões de administração e comando interno. 

Mais de 2 anos após o acerto da venda de 8 refinarias de petróleo com o Cade, no ano de 2019, apenas 1 dos ativos já foi privatizado e outros 4 estão em diferentes fases do processo, mas os outros ainda aguardam novas decisões da estatal.

Além disso, o atraso já levou a autarquia a rever o limite de tempo no início deste ano, mas agora será necessária uma nova rodada de negociação. Isso acontece pois as recentes mudanças na presidência da Petrobras estão afetando a continuidade de diversos projetos da empresa, incluindo a privatização das estruturas. 

Agora, a empresa terá que buscar soluções junto ao Cade o quanto antes, segundo o executivo Gustavo Augusto de Lima, conselheiro do órgão, que iniciou seu mandato em abril e está buscando novas perspectivas para o setor de óleo e gás no Brasil. Segundo Lima, a Petrobras agora terá apenas três alternativas a seguir em relação à privatização das refinarias de petróleo: aumentar o prazo, definir uma multa para compensar o descumprimento dos prazos previstos no acordo ou aguardar a reabertura da investigação contra a estatal por práticas anticoncorrenciais no setor de refino.

Cade já estendeu os prazos de venda das refinarias, mas estatal continua a descumprir o que foi acordado na privatização das estruturas

Durante o mês de março deste ano, a estatal entrou em um acordo com o Cade, que aceitou estender os prazos para a privatização das refinarias de petróleo. Isso pois a Petrobras utilizou como justificativas as conjunturas econômicas internas e externas que impactam o setor de petróleo e gás no Brasil.

No entanto, até o momento a refinaria mais perto de ter a sua venda concluída é a refinaria de Manaus, que chegou a receber o sinal verde do Cade para o processo. 

Dessa forma, o conselheiro Lima comentou sobre as alternativas da Petrobras para que não haja a reabertura da investigação e afirmou: “A sinalização que a gente quer dar é que o Cade está atento nas duas pontas. Estamos comprometidos a levar o acordo até o final com a venda das oito refinarias e temos que estar atentos de não estar simplesmente criando monopólio privado. Vamos continuar fiscalizando o setor”.

Procurada sobre o assunto, a Petrobras respondeu aos comentários e disse que as mudanças na presidência não estão afetando os processos e destacou que continua trabalhando intensamente para dar continuidade ao processo de privatização das refinarias de petróleo no Brasil.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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