A Petrobras começou a alcançar outras empresas com o uso de sua nova tecnologia de armazenamento de carbono. 10,6 milhões de toneladas já foram reinjetadas.
No último ano, a Petrobras bateu o recorde de captura, armazenamento e uso de gás carbônico (CO2) com sua nova tecnologia chamada de CCUS, sigla em inglês. Através deste método, a estatal reintroduz o CO2 gerado na extração do petróleo no próprio reservatório. Desta forma, a eficiência da produção se expande e a emissão de gases poluentes é reduzida, gerando também ganhos competitivos em suas atividades.
Petrobras se aproxima de outras empresas do setor por meio de nova tecnologia
Apenas no último ano, foram reinjetadas 10,6 milhões de toneladas de CO2, o equivalente a 25% do total da indústria global no último ano, segundo o Global CCS Institute. Trata-se da maior operação de reutilização de gás carbônico do mundo.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou na última semana que a estatal, através da tecnologia de armazenamento de carbono, está se aproximando de outras grandes empresas do segmento para desenvolver novas oportunidades de cooperação, tanto no setor de óleo e gás como para a transição energética.
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A afirmação foi realizada após o executivo receber Wael Sawan, CEO global da anglo-holandesa Shell, e Cristiano Pinto da Costa, presidente da Shell no Brasil, no prédio da Petrobras em Brasília. O CCUS é a sigla para Carbon Capture Utilisation and Storage, que, na prática, se trata de uma tecnologia de redução de emissões que pode ser aplicada em todo o sistema de energia.
As tecnologias CCUS envolvem a captura e o armazenamento de carbono, a combustão de combustível ou em processos industriais, o transporte do CO2 por navio ou oleoduto, e seu uso como o recurso para gerar produtos ou serviços essenciais.
Qual o papel estratégico da tecnologia utilizada pela Petrobras?
As tecnologias de armazenamento de carbono também fornecem a base para a remoção de CO2 ou emissões negativas, quando o CO2 vem de processos de base biológica ou diretamente da atmosfera. O CCUS é estratégico como opção de redução dos efeitos climáticos, podendo ser aplicado de várias formas e em uma diversidade de setores, disponibilizando o potencial de contribuir para a redução das emissões em quase todas as partes do sistema global de energia.
Consequentemente, o progresso no desenvolvimento e implantação desta tecnologia em um setor pode gerar benefícios importantes para outros setores ou aplicações, incluindo para o aprendizado tecnológico, redução de custos e desenvolvimento de infraestrutura.
Um bom exemplo é o uso em plantas industriais e centrais energéticas, duas áreas sensíveis para a transição de energia limpa.
Petrobras foca em projetos socioambientais
A Petrobras lançou um edital que destinará R$ 432 milhões para projetos socioambientais, com inscrições até o dia 11 de abril. A seleção pública do programa Petrobras deste ano será dividida em duas fases. No total, serão quase 50 projetos, que contarão com valores maiores aos que já foram investidos anteriormente pela empresa.
Na primeira fase, serão contempladas as regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste e Sul. A companhia investirá R$ 162 milhões em iniciativas socioambientais, e a estimativa é contratar cerca de 20 projetos que serão desenvolvidos por um período de 3 anos. No segundo semestre, será divulgada a segunda etapa, que contemplará também a região Sudeste.
No Norte e Nordeste, o edital inclui as áreas vizinhas das operações da chamada Margem Equatorial, nova fronteira de exploração e produção de petróleo e gás no Brasil, localizada entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte. O edital tem como foco instituições sem fins lucrativos e as inscrições ficam abertas até o dia 11 de abril.