Projeto GasLub: Com a adição de um suprimento inicial de 9 milhões de m³/d de gás natural ao mercado doméstico, a empresa pretende dobrar a quantidade de gás disponível para o mercado nos próximos cinco anos.
No entanto, a operação completa do projeto GasLub, incluindo o gasoduto rota 3 de 355 km que transportará gás dos campos offshore do pré-sal para a instalação de processamento, teve mudanças de contratantes que atrasaram o projeto. De acordo com o chefe de exploração e produção da Petrobras, Fernando Borges, o gasoduto começará a operar a partir de abril de 2023.
Apesar do anúncio da Petrobras, grupos de consumidores e políticos no Brasil têm criticado a quantidade de gás que as empresas petrolíferas reinjetam para estimular a produção de petróleo. Eles afirmam que isso leva a suprimentos de gás mais caros e à necessidade de importações de gasodutos e GNL. Segundo o Ministério de Minas e Energia, as reinjeções cresceram para 68 milhões de m³/d em 2022, enquanto o fornecimento de gás ao mercado doméstico caiu para 47 milhões de m³/d.
Borges, um dos principais executivos da Petrobras, defendeu a prática de reinjeção de gás na indústria do petróleo afirmando que, dos cerca de 70 milhões de m³/d que foram reinjetados em 2022, apenas uma pequena parte faria sentido vender. O executivo explicou que os primeiros 40% do gás tem alto teor de CO2 e são mais adequados para serem reinjetados nos campos offshore de pré-sal da Petrobras. Os segundos 40%, por sua vez, possuem especificações melhores para uso doméstico e são fundamentais para manter a produção do pré-sal.
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Segundo Borges, o Brasil ainda deverá depender de importações de gás, inclusive no formato GNL, por muitos anos. A importação de GNL cresceu nos últimos anos, chegando a um recorde de 26 milhões de m³/d em 2021, antes de cair para 7 milhões de m³/d até novembro de 2022, segundo dados do governo. Apesar disso, Borges também destacou que há uma proposta de tributar o gás que está sendo reinjetado, o que gerou debates no país. A imprensa tem sugerido que o país deveria parar de reinjetar o gás e começar a vendê-lo no mercado doméstico, agora que o setor está aquecido.
Além disso, Borges afirmou que outros 10% do gás vêm do campo de petróleo de Urugua, na região amazônica, que atualmente não possui mercado fácil e está sendo utilizado principalmente para recuperar o condensado. Enquanto isso, dois terminais de GNL do setor privado continuam importando o gás para fornecer geradores de energia em áreas fora da rede. O executivo ressaltou que, apesar das discussões em torno do tributo sobre o gás reinjetado, a reinjeção ainda é fundamental para o processo produtivo na indústria do petróleo.