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Pesquisadores do Japão desenvolvem nova técnica eficiente de síntese de amônia que é capaz de inovar a produção de energia renovável

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 27/02/2022 às 11:08
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Foto: Reprodução Google Imagens (disponível no site do Banco BV)

A indústria de geração de energia renovável pode ser amplamente beneficiada com novo método de sintetização de amônia

Uma nova forma para produzir amônia em temperatura ambiente foi descoberta por cientistas da Universidade de Hiroshima, no Japão. O mais novo método de síntese acelerada é importantíssimo para o desenvolvimento de sistema de estocagem e transmissão de energia renovável, como, por exemplo, a solar e a eólica.

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De acordo com Gustavo Minari, autor da matéria original para o Canaltech, a partir da nova técnica descoberta torna-se possível a obtenção de amônia desde suas moléculas primárias de nitrogênio e hidrogênio, transformando-a em uma transportadora de energia renovável muito eficaz. A ação só é possível em razão do método de sintetização, que, de agora em diante, pode ser reproduzido com sucesso distante dos laboratórios.

O professor Hiroki Miyaoka, cientista e autor principal do estudo, esclarece: “O uso de amônia em aplicações de energia renovável tem sido limitado pelos processos disponíveis para sintetizá-la. O sistema conhecido como Haber-Bosch, usado na produção industrial de amônia, requer alta temperatura e pressão, condições normalmente indisponíveis para armazenamento e transporte de eletricidade no mundo real”.

Utilização do óxido de lítio

No novo processo, os pesquisadores da Universidade japonesa utilizaram óxido de lítio como base molecular para realizar a sintetização da amônia em pressão ambiente e com temperaturas menores que 400 ºC, circunstâncias essas que são viáveis e fáceis de reproduzir fora do contexto industrial. Com a adição de hidreto de lítio ao conjunto, os cientistas foram capazes de impedir a junção das moléculas.

Tendo por base esta abordagem, eles conseguiram obter partículas menores e com uma área de contato com as reações químicas ainda maior. Os reagentes que não estavam ligados e foram integrados ao hidrogênio gasoso foram responsáveis por fazer com que a amônia pudesse ser gerada de forma mais ágil.

Miyaoka complementa: “Se a amônia pode ser sintetizada em menos tempo e com equipamentos relativamente simples, sob condições de temperatura e pressão comuns, abre-se um caminho excepcional para sua produção em menor escala, com potencial para aplicação em sistemas de armazenamento de energia renovável”.

Ausência de catalisadores na síntese de amônia

Além disso, o novo método para realizar a sintetização da amônia criado pelos cientistas do Japão acaba com a exigência de catalisadores de metal, como por exemplo o rutênio, presente na produção industrial de amônia e que deixa todo o processo com custos mais elevados, o que deixa sua utilização impraticável em escalas não industriais.

O novo e inovador método, que funciona em condições bem mais próximas da realidade natural, representa um rendimento bem maior na taxa de transformação de amônia do que o analisado em um sistema catalítico tradicional, além de não demandar equipamentos industriais de alto nível, podendo assim ser realizado com um aparato mais barato e acessível.

“Os resultados deste estudo pioneiro, com base na síntese de amônia em pequena escala, são relevantes para o desenvolvimento de um sistema de geração de energia renovável, capaz de suprir as necessidades de produção e armazenamento de eletricidade em dispositivos solares ou eólicos de maneira muito mais eficiente”, finaliza o pesquisador e professor Hiroki Miyaoka.

Leilão de linha de transmissão de energia receberá mais de 15 bilhões de reais em investimentos

Com previsão para acontecer no dia 30 de junho deste ano e investimentos totais de R$ 15,293 bilhões, o próximo leilão de linhas de transmissão de energia tem estimativa de construir 5.291 quilômetros de novas redes em toda a extensão do Brasil. A expectativa é de que sejam disponibilizadas 31,4 mil vagas de emprego enquanto as obras estiverem sendo executadas, em um período que pode variar entre 42 e 60 meses. Para ler essa e outras matérias sobre energia, clique aqui.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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