Uma pesquisadora da UFOP criou uma garrafa que utiliza energia solar para eliminar impurezas, retirar bactérias e vírus e, além disso, para refrigerar a água dentro do protótipo
Uma pesquisadora do Programa de Mestrado em Engenharia de Materiais da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), preocupada com as pessoas que vivem sem água potável, criou uma garrafa que esteriliza água utilizando um filtro carregado por energia solar e água. O trabalho demonstra a potencialidade para tornar a água potável e consumível. O projeto de Bárbara Goszniak Paiva, de 28 anos, lhe rendeu o primeiro lugar na etapa brasileira do concurso internacional de ciência Red Bull Basement, cuja final acontecerá na Turquia, entre os dias 13 e 15 deste mês.
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Conheça melhor o projeto de Bárbara Goszniak
O protótipo que utiliza energia solar, chamado de Aqualux, foi desenvolvido durante cinco meses e a garrafa é portátil, do tamanho da palma da mão. A tecnologia criada pela pesquisadora da UFOP pode ser utilizada para o tratamento da água de nascentes, lagos, rios, entre outros.
A ideia de Bárbara era democratizar o acesso à água limpa e evitar que pessoas de baixa renda ficassem doentes. Na garrafa desenvolvida pela pesquisadora, a água passa por um processo que conta com três etapas antes de ficar totalmente potável e pronta para uso, sendo elas a microfiltragem, onde as impurezas são eliminadas, esterilização pela radiação da energia solar, onde as bactérias e vírus da água são retirados, e a refrigeração. O sistema que refrigera a água também é ativado por placas fotovoltaicas que transformam a luz em energia solar.
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Garrafa da pesquisadora conta com aspectos vantajosos
Bárbara conta que a ideia de criar o projeto surgiu como parte de seu trabalho de mestrado na UFOP. O intuito inicial era atender às pessoas que não contam com saneamento básico, tanto no Brasil quanto no resto do mundo.
A pesquisadora da UFOP afirma que sua iniciativa foi criar uma garrafa que filtra, esteriliza com radiação e refresca água com energia solar, aspectos que são vantajosos em relação a outros protótipos e métodos já existentes, como é o caso da ebulição.
A estudante descreve seu protótipo como inovador, capaz de causar impactos e viável, características que são consideradas pelo Red Bull Basement University. Segundo Bárbara, participar do programa está sendo uma experiência incrível pois, além de melhorar a evolução da pesquisa, também acelera todo o processo para que a tecnologia chegue até as pessoas que necessitam.
Conheça a Red Bull Basement University
A Red Bull Basement University, premiação em que a pesquisadora concorre, é um programa que fomenta as ideias mais inovadoras desenvolvidas por estudantes. O objetivo é promover o empreendedorismo e a criação de soluções tecnológicas e inteligentes para resolver problemas que afetam o mundo.
Só este ano, o programa recebeu mais de 4 mil inscrições de 43 países. O AquaLux foi o projeto brasileiro selecionado na primeira fase e agora Bárbara estará representando o Brasil e a UFOP na final, que acontecerá em Istambul, na Turquia.
Nos três dias de evento, os concorrentes participarão de palestras e workshops de empreendedorismo e tecnologia, além de ter a oportunidade de conseguir financiamento para retirarem seus projetos do papel.