Ex-ministro da Economia aponta que guerras e tensões políticas abalam o Ocidente, enquanto o Brasil ganha destaque por agro, energia renovável e green-shoring
O economista Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, defende que a atual turbulência internacional não representa uma falência do capitalismo, mas sim uma crise da democracia ocidental. Em sua visão, conflitos como a guerra na Ucrânia e tensões no Oriente Médio alimentam uma onda conservadora em países como Estados Unidos, Itália e El Salvador, marcada por discursos de lei, ordem e restrição migratória.
Enquanto isso, o Brasil surge como um dos grandes vencedores da reconfiguração global. O país teria vantagens competitivas únicas ao combinar agro robusto, matriz elétrica com 85% de fontes renováveis e a capacidade de atrair investimentos via friend-shoring e green-shoring, estratégias que priorizam países aliados e sustentáveis.
O choque entre globalização e política ocidental
Paulo Guedes organiza sua análise partindo do pós-Segunda Guerra Mundial, quando o Plano Marshall reconstruiu Alemanha e Japão, e a globalização posterior integrou China e Índia. A entrada de 1,5 bilhão de trabalhadores asiáticos nas cadeias globais teria pressionado salários e levado à desindustrialização do Ocidente, segundo o economista.
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Esse cenário alimentou um ressentimento social e político, traduzido em reações conservadoras lideradas por nomes como Donald Trump (EUA), Giorgia Meloni (Itália) e Nayib Bukele (El Salvador). Guedes aponta que a crise política no Ocidente nasce da dificuldade em lidar com os efeitos da globalização, mais do que de uma falência do capitalismo.
Brasil: da desindustrialização ao protagonismo verde, segundo Paulo Guedes
Ao analisar o caso brasileiro, Guedes critica o excesso de impostos, como IPI e ICMS, e o fechamento econômico, que teriam incentivado a fuga de indústrias — como o setor calçadista do Vale dos Sinos — para a China. Esses produtos, antes nacionais, passaram a ser reimportados, aprofundando a desindustrialização.
Agora, porém, o país teria condições de virar o jogo. Guedes destaca que o Brasil se consolidou como potência agroalimentar, suprindo parte essencial da demanda global. Além disso, com 85% de energia renovável na matriz, o país desponta como destino natural para projetos em hidrogênio verde, amônia limpa, aço sustentável e data centers.
Comércio exterior mostra virada de eixo
Um dado usado por Guedes ilustra a mudança do cenário: em 2000, o Brasil negociava US$ 3 bilhões com a China e US$ 3 bilhões com a França. Já em 2020, o comércio com os chineses saltou para US$ 110 bilhões, enquanto com a França ficou em apenas US$ 7 bilhões.
Essa reconfiguração reforça que o eixo econômico global se deslocou para a Ásia, e o Brasil, com posição estratégica e recursos naturais abundantes, pode se beneficiar como elo central entre diferentes blocos econômicos.
A nova fragmentação geopolítica
Segundo Guedes, o mundo caminha para uma fragmentação em áreas de influência. Os Estados Unidos tenderiam a priorizar o NAFTA (EUA, México e Canadá), enquanto Rússia, China e grupos do Oriente Médio reforçam tensões regionais. Para o economista, a OTAN errou ao não integrar a Rússia após o fim da União Soviética, desperdiçando uma chance de pacificação.
Ele diferencia ainda guerra, que destrói a capacidade militar do inimigo, de terrorismo, que busca desestabilizar por meio da violência e provocar reações desproporcionais. Esses fatores, segundo ele, alimentam a crise política no Ocidente.
Oportunidade para o Brasil no novo ciclo
A conclusão de Paulo Guedes é que o Brasil pode ser um dos maiores beneficiados do novo redesenho econômico mundial. O país reúne segurança alimentar, energia limpa e posição estratégica, fatores essenciais em tempos de disputa por cadeias mais resilientes.
Para isso, ele defende abrir a economia, reduzir impostos e adotar pragmatismo como forma de atrair os investimentos que já buscam alternativas sustentáveis. A mensagem é clara: enquanto o Ocidente enfrenta crises políticas, o Brasil tem espaço para liderar o próximo ciclo econômico.
E você, acredita que o Brasil realmente está preparado para assumir esse protagonismo global apontado por Paulo Guedes? Ou o risco político interno pode atrapalhar esse caminho? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha esse debate de perto.
Fogo de palha essa lei de reciprocidade. Um rato vai dar a um elefante. Fala sério.
Você sabia que biologicamente que biologicamente elegantes ficam apavorados com ratos? Curioso não?
Tramp si acha realmente um imperador,ingnora todos os esforços do Brasil em negociar. Então Lei da Reciprocidade Sim… Afinal o estrago para o Brasil já foi consolidado mesmo né.
O agro cresce e isto é incentivado pelas maiores nações.
Mas cada vez que o Brasil tenta reacender a chaminha da industrialização, vem porrada de fora utilizando-se de capachos nacionais.
Então, ficamos assim, eternamente celeiro do mundo com o agro, desde o **** Brasil até a soja.