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OPEP Revela Futuro Energético e Investimentos Globais até 2050

Escrito por Corporativo
Publicado em 25/09/2024 às 10:38

OPEP lança estudo sobre futuro energético na ROG.e. Consumo de energia primária crescerá 24% até 2050, impulsionando setores óleo e gás a demandarem US$ 17,4 trilhões em investimentos.

A OPEP divulgou um novo relatório sobre o futuro da energia durante a ROG.e. A pesquisa revelou que o consumo de energia primária terá um aumento de 24% até o ano de 2050, o que exigirá um investimento significativo de US$ 17,4 trilhões no setor de óleo e gás. Este evento marcou a première do World Oil Outlook 2024, que, pela primeira vez, foi lançado fora da sede da OPEP em Viena, à tarde de terça-feira (24), no Rio de Janeiro.

A publicação do estudo é um marco importante para entender as dinâmicas do setor energético mundial. O setor energético expressivo nas necessidades por fontes de energia demanda uma abordagem estratégica e investimentos robustos. Com o aumento esperado no consumo de energia, o setor de óleo e gás terá um papel crucial e contínuo nas próximas décadas. Este cenário reforça a necessidade de planejamento e inovação para sustentar as futuras demandas globais. A OPEP, com este lançamento, oferece uma visão profunda sobre como o panorama energético mundial poderá se transformar até meados do século.

De acordo com o estudo mais recente, o consumo de energia primária deve aumentar em 24% até 2050, impulsionado majoritariamente pelas regiões em desenvolvimento. Dentro desse contexto, o setor energético, especificamente o setor de óleo e gás, precisará de investimentos massivos de US$ 17,4 trilhões até 2050 para atender à crescente demanda por energia. ‘Nosso outlook procura esclarecer essa questão para atender ao crescimento do consumo de energia,’ mencionou o secretário-geral da OPEP, Haitham Al-Ghais. Ele enfatizou que, para enfrentarmos esses desafios, o mundo necessitará de todas as fontes de energia disponíveis.

Investimentos Necessários no Setor Energético

‘Devemos investir de forma adequada hoje, amanhã e nas próximas décadas para entender o que cada fonte de energia pode oferecer,’ continuou Al-Ghais. Roberto Ardenghy, presidente do IBP, destacou a importância do lançamento do outlook em um evento de grande magnitude como a ROG.e, ressaltando como esse estudo se torna uma referência crucial para o mercado global de energia. Durante o evento, o IBP e a OPEP assinaram um termo de cooperação, estabelecendo uma parceria para intercâmbio de informações, bancos de dados e estudos entre as duas organizações.

‘O objetivo é desenvolver estudos, trocar informações, realizar treinamentos na sede da OPEP e abrir fontes de dados entre as entidades,’ pontuou Ardenghy.

Geopolítica e Energia

Dentro da programação do evento, em um painel sobre a Geopolítica da Energia, Ardenghy destacou como eventos geopolíticos influenciam diretamente nosso cotidiano e a viabilidade de projetos de longo prazo. Ele afirmou que análises de risco precisam de ferramentas adequadas para ser efetivas. Graham G. Henley, CEO da IOGP, apresentou como sua instituição trabalha para estabilizar o mercado de gás em meio às complexidades geopolíticas, mencionando a publicação de mais de 100 documentos técnicos apenas neste ano.

Carlos Pascual, presidente da S&P Global, também abordou aspectos geopolíticos que afetam diretamente o mercado de energia. Ele destacou que além dos conflitos tradicionais, estamos observando um aumento de guerras comerciais e tarifárias, o que cria um ambiente de ordem global fragmentada que diminui a confiança nos investimentos a longo prazo, incluindo infraestrutura.

Brasil e a Transição Energética

Thiago Barral, secretário nacional de transição energética do MME, reforçou o papel do Brasil na liderança climática e na transição energética, ressaltando o avanço da energia eólica, solar e bioenergia na matriz energética brasileira. Ele também destacou a importância do Brasil como grande produtor de petróleo no mercado global, mencionando que essa posição é vital para o país enfrentar as incertezas no mercado energético global.

Mercado Irregular de Lubrificantes

Alexandre Bassaneze, presidente da ICONIC, expressou preocupação com o mercado irregular de lubrificantes, observando que 10% desse mercado está fora da especificação, o que pode levar a sérios prejuízos quando os produtos são utilizados em máquinas ou veículos. Ele estimou que uma carreta pode carregar até R$ 500 mil em lubrificantes sintéticos e semissintéticos, e observou um aumento nos roubos de caminhões transportando esses produtos.

Carlo Faccio, diretor do Instituto Combustível Legal (ICL), revelou que as perdas tributárias do setor de lubrificantes chegam a R$ 1 bilhão por ano, além dos R$ 400 milhões em prejuízos operacionais. Ele explicou que a ICL está trabalhando com autoridades e o setor privado para implementar melhores práticas e punir atividades ilícitas.

Potencial do Hidrogênio Verde

Durante um debate na ROG.e, Ítalo Freitas, vice-presidente executivo de comercialização e soluções em energia da Eletrobras, afirmou que o Brasil tem condições ímpares para ajudar na descarbonização da economia global, graças à matriz elétrica brasileira. Ele destacou que a Eletrobras possui uma capacidade instalada de 43 GW, sendo 98% proveniente de fontes renováveis, principalmente geração hidrelétrica. Freitas mencionou que esse potencial permitirá ao Brasil exportar hidrogênio verde ou atrair cadeias produtivas de outras regiões.

Papel dos Jovens no Setor Energético

No evento paralelo Young Summit, dois painéis se destacaram com foco no papel dos jovens no mercado profissional. Em um deles, Karen Couto da Petrobras enfatizou a importância dos jovens buscarem aliados para suas ideias, enquanto Marcus Vinícius Mariath da YPP apontou barreiras comuns enfrentadas pelos jovens, como a desconfiança e dificuldades de liderança. Karoline Rodrigues da Halliburton destacou a necessidade de líderes reconhecerem e aprenderem com os jovens.

No painel ‘Há espaço para jovens talentos na indústria de óleo e gás?’, Danilo Garbazza, gerente de Recrutamento e Seleção da Petrobras, afirmou que a empresa está cada vez mais focada em atrair jovens, mulheres e outros grupos sub-representados. Élida Gurgel da PRIO destacou a necessidade de sintonia entre os valores institucionais e os colaboradores.

Energia e Responsabilidade Social

Luciano Huck, fundador do Instituto Criar, ressaltou no Congresso da ROG.e a importância da transformação e inovação no setor privado, incluindo a indústria de óleo, gás e outras energias. Ele alertou que o sucesso pode ser inimigo da inovação e que a colaboração entre o setor privado e o terceiro setor é essencial. No entanto, Huck afirmou que mudanças significativas na desigualdade social só podem ser alcançadas com a atuação do governo, enfatizando a necessidade de novas lideranças para gerar transformações sociais.

Sobre a ROG.e

A ROG.e é um dos maiores eventos do segmento de energia no mundo, organizado pelo IBP. Em 2024, o evento espera receber mais de 70 mil visitantes de 65 países diferentes, incluindo lideranças do setor, autoridades, investidores e acadêmicos. A feira ocupará 8 armazéns com mais de 550 expositores, além de organizar 7 eventos paralelos e o Congresso.

O evento conta com patrocínio de grandes empresas do setor energético e do governo federal, e está configurado para ser um ponto de encontro fundamental para a indústria global de energia.

Fonte: Imprensa OPEP

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