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O que impede que os navios fiquem cada vez maiores? Até onde a engenharia naval vai 

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 27/03/2024 às 18:32
O que impede que os navios fiquem cada vez maiores? Até onde a engenharia naval vai 
Ever Ace Foto: Divulgação/Martens Multimedia

Barreiras técnicas e econômicas que limitam o crescimento dos navios porta-contêineres, destacando a interação entre a capacidade da engenharia naval e as restrições de infraestrutura portuária, manobrabilidade e viabilidade econômica.

Na corrida para construir os maiores navios porta-contêineres, o mundo testemunha uma parada técnica e logística surpreendente. Apesar dos avanços em engenharia naval, navios como o Ever Ace, com 399 metros de comprimento, parecem ter atingido o limiar do gigantismo marítimo. Mas o que realmente trava a evolução desses colossos dos mares?

As limitações são diversas e complexas. Primeiramente, a infraestrutura portuária global se apresenta como um dos principais obstáculos. Portos e canais, como os de Suez e Panamá, possuem restrições de tamanho que não comportam embarcações maiores sem reformas custosas e extensas. Além disso, a necessidade de guindastes mais altos e manobras extremamente cuidadosas para evitar encalhes adiciona mais camadas ao problema.

Construção de navios

A engenharia naval avançou significativamente, permitindo a construção de navios que desafiam os limites da física, com capacidades que já superam os 21 mil TEUs. Contudo, o crescimento desses gigantes é freado não apenas pela engenharia ou pela física, mas pelas exigências econômicas e operacionais.

Economicamente, navios maiores implicam em custos operacionais mais altos, principalmente devido ao consumo de combustível. Esses fatores, aliados às restrições físicas e de navegação, como a vulnerabilidade a condições climáticas adversas, limitam a viabilidade de aumentar ainda mais o tamanho dessas embarcações.

A segurança é outro aspecto crucial

O fenômeno do rolamento paramétrico, onde os navios balançam perigosamente em ondas altas, e a capacidade limitada de amarração de containers, representam riscos significativos para embarcações maiores.

Enquanto a engenharia naval tem capacidade para criar navios ainda maiores, são os fatores econômicos, logísticos e de segurança que impõem os limites atuais. Portanto, o futuro dos navios gigantes dependerá não apenas de inovações tecnológicas, mas também de uma reestruturação global da infraestrutura e práticas de navegação marítima.

Sobre o navio Ever Ace 

Sobre o navio Ever Ace 

Ever Ace simboliza um marco na indústria marítima, construído pela renomada Samsung Heavy Industries na Coreia do Sul. Este navio, entregue em julho de 2021, foi projetado para atender à crescente demanda por eficiência e capacidade no transporte marítimo global. Com uma capacidade de quase 24 mil TEUs, ele representa a vanguarda da engenharia naval, projetado especificamente para maximizar a eficiência no transporte de uma ampla gama de mercadorias.

A Evergreen Marine, operadora do Ever Ace, encomendou esta embarcação como parte de uma estratégia para fortalecer sua presença nas rotas europeias, especialmente no âmbito da Ocean Alliance, que é uma colaboração entre algumas das maiores empresas de navegação do mundo. Esta aliança desempenha um papel vital na otimização das rotas comerciais, especialmente aquelas que ligam a Ásia à Europa, regiões que representam um eixo significativo do comércio mundial.

Evergreen na vanguarda da indústria marítima

O Ever Ace e seus navios irmãos são essenciais para aumentar a capacidade de transporte de contêineres, respondendo ao aumento do volume de comércio global. A construção e operação de navios deste tamanho não são apenas feitos para atender à demanda atual, mas também para antecipar as necessidades futuras do mercado, mantendo a Evergreen na vanguarda da indústria marítima global.

Por meio da operação do Ever Ace, a Evergreen não só fortalece sua capacidade logística, mas também contribui para o desenvolvimento de infraestruturas portuárias de classe mundial, como a do porto de Qingdao. Isso reflete uma tendência maior dentro do setor marítimo de evoluir constantemente para atender às exigências crescentes de eficiência, capacidade e sustentabilidade no cenário global do transporte de contêineres.

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Rafaela Fabris

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