Criado em 1976 e descontinuado apenas em 2003, o motor “Fiasa” da Fiat marcou gerações de veículos no Brasil pela durabilidade, baixo custo de manutenção e pioneirismo no uso de etanol e injeção eletrônica
O motor “Fiasa” da Fiat é um dos mais emblemáticos da história da indústria automobilística nacional. Produzido no Brasil por 37 anos, ele foi o responsável por impulsionar alguns dos modelos mais populares da marca, como o Fiat 147, Uno, Prêmio, Elba e Fiorino, em versões movidas a gasolina, etanol e injeção eletrônica.
A sigla “Fiasa” vem de Fiat Automóveis S.A., e o motor nasceu em 1976 junto com o lançamento do Fiat 147 — o primeiro automóvel da marca fabricado no país. Inspirado no motor italiano da série 100, usado no Fiat 127, o projeto foi adaptado às condições brasileiras sob supervisão do engenheiro Aurelio Lampredi, conhecido por desenvolver motores para a Ferrari.
Pioneirismo e evolução tecnológica no Brasil

Desde sua estreia, o Fiasa se destacou pela inovação técnica.
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Foi o primeiro motor nacional com comando de válvulas no cabeçote, uma solução moderna para a época.
Três anos depois, em 1979, equipou o primeiro carro movido a etanol produzido em série no mundo, o Fiat 147 Álcool, um marco da engenharia automotiva brasileira.
A partir dos anos 1990, o Fiasa também recebeu injeção eletrônica, inicialmente monoponto e depois multiponto, substituindo o carburador tradicional e melhorando a eficiência de combustível e o desempenho geral.
Essa evolução tecnológica permitiu à Fiat manter o motor competitivo em um mercado que exigia cada vez mais economia e confiabilidade.
Estrutura robusta e manutenção simples
O Fiasa se tornou popular entre mecânicos e motoristas pela robustez e facilidade de manutenção.
O bloco de ferro fundido e o cabeçote de alumínio garantiam resistência e durabilidade, mesmo em condições severas de uso.
As versões variavam de 1.0 a 1.6 litro, oferecendo diferentes níveis de desempenho e economia.
O modelo 1.0, por exemplo, foi amplamente utilizado no Uno Mille, símbolo de baixo consumo e simplicidade mecânica.
Já as versões 1.5 e 1.6 16V, com injeção eletrônica, chegaram a equipar veículos como o Palio e o Siena, entregando até 106 cavalos de potência.
Dezenas de modelos e milhões de unidades produzidas
Durante quase quatro décadas, o motor Fiasa foi o coração de dezenas de modelos da Fiat, consolidando a presença da marca no Brasil.
Ele esteve presente em automóveis compactos, sedãs, peruas e até veículos comerciais leves.
Entre os principais modelos equipados com o Fiasa estão:
Fiat 147 – primeiro carro da marca no Brasil e primeiro movido a etanol do mundo;
Fiat Uno – lançado em 1984, foi o carro mais longevo com o motor Fiasa;
Fiat Prêmio e Elba – sedã e perua derivados do Uno;
Fiat Fiorino – versões de carga e picape;
Fiat Palio e Siena – primeiras gerações receberam o Fiasa antes da chegada do motor Fire.
O último Fiasa saiu da linha de montagem em 2003, encerrando um ciclo histórico que ajudou a moldar a identidade mecânica da Fiat no Brasil.
Comparativo com os motores rivais da época
Durante sua trajetória, o Fiasa disputou espaço com motores icônicos como o Volkswagen AP e o Chevrolet Family I.
Cada um tinha características distintas, e essa rivalidade marcou a era de ouro dos carros populares brasileiros.
| Característica | Fiasa (Fiat) | AP (Volkswagen) | Family I (Chevrolet) |
|---|---|---|---|
| Foco principal | Economia e torque em baixa rotação | Potência e desempenho em alta rotação | Equilíbrio entre potência e economia |
| Confiabilidade | Muito alta, simples e durável | Alta, com construção robusta | Alta, com versões modernas |
| Manutenção | Fácil e barata | Simples, mas peças mais caras hoje | Levemente mais cara |
| Consumo | Econômico, ideal para uso urbano | Mais elevado | Médio, dependendo da cilindrada |
Enquanto o AP se destacava pela força e esportividade, o Fiasa conquistava pela confiabilidade e economia, tornando-se o preferido de quem buscava um carro resistente e de manutenção acessível.
Legado de um motor que marcou gerações
O legado do Fiasa vai além da sua produção. Ele representa uma época em que o engenho mecânico e a simplicidade definiam o sucesso de um carro no Brasil.
Sua durabilidade e capacidade de adaptação, do carburador ao etanol e à injeção eletrônica — mostram o quanto a Fiat soube compreender o mercado nacional.
Mesmo após sua substituição pelo motor Fire, mais leve e eficiente, o Fiasa permanece como um símbolo de robustez, baixo custo e longevidade.
Muitos exemplares ainda rodam pelas ruas, sendo lembrados como motores “que não quebram nunca”.
E você, já teve ou dirigiu um carro com o motor Fiasa da Fiat? Como avalia o desempenho e a durabilidade desse clássico nacional? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem viveu essa era de motores lendários.



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