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O motor ‘Fiasa’ da Fiat, produzido por 37 anos no Brasil, equipou dezenas de modelos nacionais com versões a gasolina, álcool e injeção eletrônica

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 08/10/2025 às 21:23
O motor Fiasa da Fiat, produzido no Brasil por 37 anos, marcou a história pela durabilidade, pioneirismo no uso de etanol e avanços em injeção eletrônica que transformaram os carros nacionais.
O motor Fiasa da Fiat, produzido no Brasil por 37 anos, marcou a história pela durabilidade, pioneirismo no uso de etanol e avanços em injeção eletrônica que transformaram os carros nacionais.
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Criado em 1976 e descontinuado apenas em 2003, o motor “Fiasa” da Fiat marcou gerações de veículos no Brasil pela durabilidade, baixo custo de manutenção e pioneirismo no uso de etanol e injeção eletrônica

O motor “Fiasa” da Fiat é um dos mais emblemáticos da história da indústria automobilística nacional. Produzido no Brasil por 37 anos, ele foi o responsável por impulsionar alguns dos modelos mais populares da marca, como o Fiat 147, Uno, Prêmio, Elba e Fiorino, em versões movidas a gasolina, etanol e injeção eletrônica.

A sigla “Fiasa” vem de Fiat Automóveis S.A., e o motor nasceu em 1976 junto com o lançamento do Fiat 147 — o primeiro automóvel da marca fabricado no país. Inspirado no motor italiano da série 100, usado no Fiat 127, o projeto foi adaptado às condições brasileiras sob supervisão do engenheiro Aurelio Lampredi, conhecido por desenvolver motores para a Ferrari.

Pioneirismo e evolução tecnológica no Brasil

O motor 'Fiasa' da Fiat, produzido por 37 anos no Brasil, equipou dezenas de modelos nacionais com versões a gasolina, álcool e injeção eletrônica

Desde sua estreia, o Fiasa se destacou pela inovação técnica.

Foi o primeiro motor nacional com comando de válvulas no cabeçote, uma solução moderna para a época.

Três anos depois, em 1979, equipou o primeiro carro movido a etanol produzido em série no mundo, o Fiat 147 Álcool, um marco da engenharia automotiva brasileira.

A partir dos anos 1990, o Fiasa também recebeu injeção eletrônica, inicialmente monoponto e depois multiponto, substituindo o carburador tradicional e melhorando a eficiência de combustível e o desempenho geral.

Essa evolução tecnológica permitiu à Fiat manter o motor competitivo em um mercado que exigia cada vez mais economia e confiabilidade.

Estrutura robusta e manutenção simples

O Fiasa se tornou popular entre mecânicos e motoristas pela robustez e facilidade de manutenção.

O bloco de ferro fundido e o cabeçote de alumínio garantiam resistência e durabilidade, mesmo em condições severas de uso.

As versões variavam de 1.0 a 1.6 litro, oferecendo diferentes níveis de desempenho e economia.

O modelo 1.0, por exemplo, foi amplamente utilizado no Uno Mille, símbolo de baixo consumo e simplicidade mecânica.

Já as versões 1.5 e 1.6 16V, com injeção eletrônica, chegaram a equipar veículos como o Palio e o Siena, entregando até 106 cavalos de potência.

Dezenas de modelos e milhões de unidades produzidas

Durante quase quatro décadas, o motor Fiasa foi o coração de dezenas de modelos da Fiat, consolidando a presença da marca no Brasil.

Ele esteve presente em automóveis compactos, sedãs, peruas e até veículos comerciais leves.

Entre os principais modelos equipados com o Fiasa estão:

Fiat 147 – primeiro carro da marca no Brasil e primeiro movido a etanol do mundo;

Fiat Uno – lançado em 1984, foi o carro mais longevo com o motor Fiasa;

Fiat Prêmio e Elba – sedã e perua derivados do Uno;

Fiat Fiorino – versões de carga e picape;

Fiat Palio e Siena – primeiras gerações receberam o Fiasa antes da chegada do motor Fire.

O último Fiasa saiu da linha de montagem em 2003, encerrando um ciclo histórico que ajudou a moldar a identidade mecânica da Fiat no Brasil.

Comparativo com os motores rivais da época

Durante sua trajetória, o Fiasa disputou espaço com motores icônicos como o Volkswagen AP e o Chevrolet Family I.

Cada um tinha características distintas, e essa rivalidade marcou a era de ouro dos carros populares brasileiros.

CaracterísticaFiasa (Fiat)AP (Volkswagen)Family I (Chevrolet)
Foco principalEconomia e torque em baixa rotaçãoPotência e desempenho em alta rotaçãoEquilíbrio entre potência e economia
ConfiabilidadeMuito alta, simples e durávelAlta, com construção robustaAlta, com versões modernas
ManutençãoFácil e barataSimples, mas peças mais caras hojeLevemente mais cara
ConsumoEconômico, ideal para uso urbanoMais elevadoMédio, dependendo da cilindrada

Enquanto o AP se destacava pela força e esportividade, o Fiasa conquistava pela confiabilidade e economia, tornando-se o preferido de quem buscava um carro resistente e de manutenção acessível.

Legado de um motor que marcou gerações

O legado do Fiasa vai além da sua produção. Ele representa uma época em que o engenho mecânico e a simplicidade definiam o sucesso de um carro no Brasil.

Sua durabilidade e capacidade de adaptação, do carburador ao etanol e à injeção eletrônica — mostram o quanto a Fiat soube compreender o mercado nacional.

Mesmo após sua substituição pelo motor Fire, mais leve e eficiente, o Fiasa permanece como um símbolo de robustez, baixo custo e longevidade.

Muitos exemplares ainda rodam pelas ruas, sendo lembrados como motores “que não quebram nunca”.

E você, já teve ou dirigiu um carro com o motor Fiasa da Fiat? Como avalia o desempenho e a durabilidade desse clássico nacional? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem viveu essa era de motores lendários.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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