Pagar INSS como autônomo ou MEI? Veja quanto custa por mês, o valor da aposentadoria e quem realmente leva vantagem.
A contribuição previdenciária é obrigatória para quem exerce atividade remunerada no Brasil. Mas a forma como cada trabalhador contribui varia bastante entre categorias como autônomos e microempreendedores individuais (MEI). Na prática, o MEI paga menos da metade do que um autônomo recolhe mensalmente para o INSS, o que garante economia imediata.
Porém, como explica o especialista Everton Lourenço, esse modelo tem um custo: a aposentadoria será sempre de um salário mínimo, sem chance de alcançar valores maiores, mesmo que o faturamento mensal seja elevado.
Já o autônomo no plano tradicional pode construir uma aposentadoria proporcional à renda declarada.
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Como funciona para o autônomo
O trabalhador por conta própria que não possui CNPJ precisa emitir a guia GPS no sistema da Receita Federal e escolher um dos dois planos de contribuição:
- Plano simplificado (11%) – contribuição de R$ 155,32 em 2025, com aposentadoria limitada a 1 salário mínimo.
- Plano tradicional (20%) – contribuição entre R$ 282,20 e R$ 1.557,20 por mês, de acordo com a renda declarada, podendo garantir aposentadoria do mínimo até o teto do INSS, hoje em R$ 7.786,02.
Segundo Everton Lourenço, o plano tradicional é mais oneroso no presente, mas garante flexibilidade e valores mais altos de benefício no futuro.
Como funciona para o MEI
Já o MEI paga menos da metade porque sua contribuição é incluída na guia DAS, junto de tributos como ISS e ICMS.
O sistema de recolhimento é simplificado e fixo:
- Alíquota padrão (5%) – entre R$ 71,60 e R$ 76,60 mensais, dependendo da atividade.
- Alíquota para caminhoneiros (12%) – cerca de R$ 174,44 por mês.
Independente da renda declarada ou do faturamento, o resultado é sempre o mesmo: aposentadoria de 1 salário mínimo.
Essa simplicidade torna o regime atrativo para pequenos empreendedores, mas com limitações evidentes no longo prazo.
Diferenças no imposto de renda
Outro ponto destacado por Everton Lourenço é a relação com o Imposto de Renda:
Autônomo: precisa declarar rendimentos mensalmente via carnê-leão, sujeito a alíquotas que podem chegar a 27,5%.
MEI: não paga IR mensal. O recolhimento é feito apenas pela guia DAS, independentemente do faturamento dentro do limite legal.
Na prática, isso significa menos burocracia e mais economia no curto prazo para o MEI, mas sem perspectivas de aposentadoria maior que o mínimo.
Regras para ser MEI
O regime não é acessível a todos. Para abrir um CNPJ MEI, é preciso:
Faturar até R$ 81 mil por ano, ou até R$ 251,6 mil no caso de caminhoneiros.
Não ser sócio ou administrador de outra empresa.
Atuar em atividades permitidas pela legislação.
Ter, no máximo, um funcionário contratado.
Essas regras restringem o regime aos pequenos empreendedores, garantindo a ele benefícios básicos da formalização, como emissão de nota fiscal, acesso ao crédito e cobertura previdenciária.
O que vale mais a pena?
Na avaliação de Everton Lourenço, a escolha depende do perfil:
MEI paga menos da metade, é mais barato e prático, ideal para quem está começando ou tem baixo faturamento. Porém, a aposentadoria será sempre de um salário mínimo.
Autônomo (plano tradicional): mais caro, mas oferece possibilidade de aposentadoria acima do mínimo, além de acesso a regras de transição e benefícios proporcionais às contribuições.
Em resumo: o MEI é melhor no presente, enquanto o autônomo pode ser mais vantajoso no futuro.
O fato de que o MEI paga menos da metade do que um autônomo contribui ao INSS mostra a diferença de custos entre os regimes, mas também evidencia os limites da aposentadoria mínima garantida ao microempreendedor.
Já o autônomo que paga mais hoje pode ter retorno maior no futuro.
E você, acha que vale a pena pagar menos e se contentar com o mínimo, ou prefere investir mais agora para garantir uma aposentadoria maior?
Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem já passou por essa decisão na prática.