A obra da Rota Bioceânica, que ligará Mato Grosso do Sul aos portos do Chile, foi marcada como prioridade pelo governo estadual. Para viabilizar o projeto, foi necessário fazer uma alça viária em Porto Murtinho que contou com a colaboração do Paraguai.
Após cinco anos de esforços para obtenção dos recursos financeiros necessários, a nova gestão do governo federal conseguiu destravar esse projeto que estava “empacado”. Jaime Verruck, Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) expressou sua preocupação com o fato de não haver previsão orçamentária dos recursos na Lei Orçamentária Anual (LOA) para a alça da ponte. Ele destacou que isso coloca em risco a conclusão da construção dentro do acordo internacional previsto para dezembro de 2024.
O governador Eduardo Riedel (PSDB) e seus secretários visitaram Brasília na segunda-feira, onde receberam a garantia de que R$ 93 milhões seriam disponibilizados para a construção da alça da Ponte da Rota Bioceânica, uma prioridade em meio às preocupações existentes. Verruck, ao Correio do Estado, declarou que o acesso à ponte era extremamente importante devido aos benefícios de desenvolvimento que trará.
O governo federal comprometeu-se a lançar uma licitação para a construção de uma alça de acesso à ponte até junho deste ano. O custo total da obra será de R$ 180 milhões, dos quais R$ 87 milhões serão disponibilizados no próximo ano. O montante para asfalto é de R$ 80 milhões e, o restante, para obras necessárias para passar por áreas alagadas e corixos.
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A partir dos recursos angariados pelo Ministério dos Transportes, no valor total de R$ 984 milhões, o objetivo é concluir esta importante obra em Mato Grosso do Sul. O secretário Verruck confirmou que as obras da ponte estão 24% concluídas, e que o Brasil está no limite de tempo para a construção da alça de acesso. Ele destacou que, a partir de agora, começa o monitoramento para garantir que a inauguração da ponte aconteça com segurança em 2024.
Obras da ponte internacional ligando Porto Murtinho e Carmelo Peralta avançam
A ponte sobre o Rio Paraguai
O vice-presidente Geraldo Alckmin visitou o Estado de Mato Grosso do Sul para ver de perto a construção da ponte sobre o Rio Paraguai. A obra faz parte da viabilização da Rota Bioceânica e é financiada pela usina Itaipu Binacional no valor de 616,836 milhões de guaranis (cerca de US$ 90 milhões). Ela terá um total de 1.293 metros de extensão.
Para dar início à construção, estão sendo feitos os preparativos no lado brasileiro, com montagem da central dosadora de concreto e armazéns de apoio. O transporte deste material para a margem brasileira foi realizado com maestria, utilizando jangadas.
De acordo com o prefeito Nelson Cintra (PSDB), de Porto Murtinho, a presença do vice-presidente traz mais credibilidade ao corredor, que promete ser um grande marco na história dessa região.
O prefeito de Porto Murtinho estava desanimado devido à falta de agilidade do governo brasileiro no projeto. No entanto, com a chegada dos recursos, ele acreditou que o desenvolvimento da região seria destravado. Para isso, foi contratada uma universidade do Paraná para criar um plano diretor de desenvolvimento e assim evitar que as pessoas viessem comprando terras ao longo da rodovia e construindo sem critério.
Rota Bioceânica
A Rota Bioceânica é uma via rodoviária de 2.396 quilômetros que vai unir o Atlântico e o Pacífico a partir do Brasil, chegando aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando por Paraguai e Argentina. Iniciada em 2017, ela promete ampliar os laços comerciais entre o Estado brasileiro e países da Ásia e da América do Sul.
O acordo firmado entre Brasil e Paraguai prevê a construção da travessia graças à usina hidrelétrica Itaipu Binacional. Estudo realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) indica que a Rota Bioceânica terá um grande impacto na redução dos custos para o envio das produções sul-mato-grossenses, bem como no tempo de viagem até o mercado asiático. Além disso, outra pesquisa sugere que ela possa movimentar cerca de US$ 1,5 bilhão em exportações relacionadas a carnes, açúcar, farelo de soja e couro anualmente.