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O arquipélago do Oriente Médio que criou ilhas artificiais só para milionários europeus — e agora cobra até R$ 100 mil por diária em casas flutuantes

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 07/07/2025 às 17:21
O arquipélago do Oriente Médio que criou ilhas artificiais só para milionários europeus — e agora cobra até R$ 100 mil por diária em casas flutuantes
Foto: The World Islands – créditos: Nakheel
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The World Islands, em Dubai, reúne 300 ilhas artificiais criadas para milionários. Com casas flutuantes e hotéis 6 estrelas, cobra até R$ 100 mil por diária — e só pode ser acessado por barco.

No coração do Golfo Pérsico, em um dos países mais secos do planeta, nasceu um dos projetos mais ousados da engenharia moderna: um arquipélago artificial moldado para replicar o mapa-múndi — ilha por ilha, país por país — com um único propósito: criar um novo mundo exclusivo para milionários. Batizado de The World Islands, esse megaprojeto em Dubai parecia uma fantasia distante quando começou a ser construído, em 2003. Mas hoje, mais de 20 anos depois, virou realidade — e cobra até R$ 100 mil por noite para quem quiser dormir em uma casa flutuante com vista para o skyline da cidade mais futurista do Oriente Médio.

O que é o The World Islands, em Dubai

O arquipélago é composto por 300 ilhas artificiais, projetadas para formar um mapa estilizado do planeta Terra. Vistas de cima, as ilhas simulam continentes e nações: há uma “França”, uma “Groenlândia”, uma “Índia”, uma “Argentina” — e todas estão cercadas por águas calmas, acessíveis apenas por iate, helicóptero ou barco particular.

As ilhas foram construídas com mais de 320 milhões de metros cúbicos de areia dragada do fundo do mar, moldadas e compactadas sobre o recife raso da costa de Dubai. O custo estimado do projeto ultrapassa US$ 13 bilhões, e o empreendimento pertence à Nakheel Properties, mesma desenvolvedora responsável pelas Palm Islands, outro símbolo da ousadia urbana de Dubai.

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Casas flutuantes de luxo, praias privadas e hotéis de 6 estrelas

As primeiras ilhas foram vendidas ainda durante a construção, e o foco era claro: criar um refúgio exclusivo para a elite global. Ao contrário das praias públicas de Dubai, nas ilhas do “mundo” tudo é privado: as ruas, os píeres, as piscinas, as marinas, as lagoas artificiais e até as ilhas vizinhas.

Algumas das acomodações mais procuradas ficam no chamado Heart of Europe, um cluster de seis ilhas com inspiração arquitetônica europeia. Lá, é possível se hospedar em:

  • Casas flutuantes com três andares, sendo o subsolo todo envidraçado para observação da vida marinha;
  • Hotéis 6 estrelas com serviço 24h de mordomo e transporte de helicóptero incluso;
  • Vilas privativas com praia artificial, recifes personalizados e temperatura da areia controlada.
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Os valores refletem essa exclusividade: uma única diária em algumas dessas estruturas pode ultrapassar R$ 100 mil, dependendo da temporada e da localização. E o mais impressionante: há fila de espera.

Por que europeus compram propriedades lá?

Mais de 80% dos compradores das ilhas e propriedades de The World Islands são europeus — especialmente alemães, suíços, franceses e britânicos. Mas por quê?

  • Isenção de impostos: Dubai não cobra impostos sobre propriedade ou herança, o que torna o investimento altamente atrativo.
  • Estabilidade e segurança: diferentemente de outros destinos de luxo, o emirado oferece infraestrutura de primeiro mundo e um dos menores índices de criminalidade do planeta.
  • Proximidade estratégica: para milionários europeus, Dubai fica a poucas horas de voo de Londres, Frankfurt, Paris ou Moscou — e o clima ensolarado o ano todo é um bônus.

E há ainda o fator psicológico: quem compra uma ilha em The World Islands está comprando um símbolo. É mais do que um imóvel — é status materializado.

Nem tudo foi fácil: desafios, abandono e renascimento

Durante anos, o projeto foi criticado como um elefante branco do petróleo. Após a crise de 2008, várias ilhas ficaram sem obras por quase uma década. Surgiram até boatos de que o arquipélago estava “afundando”, o que foi desmentido por especialistas.

Mas a virada veio com o reposicionamento turístico de Dubai. Com a Expo 2020 e os investimentos em turismo sustentável e de luxo, a Nakheel relançou os empreendimentos com novos conceitos, incluindo resorts flutuantes, condomínios ecológicos e espaços para eventos privados corporativos de altíssimo padrão.

Hoje, mais de 50 ilhas já têm projetos ativos, e outras seguem em licitação. A ocupação continua seletiva: os Emirados Árabes não vendem terrenos a qualquer um — é preciso aprovação oficial para adquirir uma ilha, o que mantém o nível de exclusividade elevadíssimo.

Infraestrutura de outro planeta

Para manter o funcionamento das ilhas, foram construídas soluções de infraestrutura complexas:

  • Sistemas autônomos de geração de energia solar;
  • Dessalinização de água do mar em cada ilha;
  • Coleta e reciclagem de lixo 100% fora da rede continental;
  • Serviços de emergência com drones e lanchas de apoio 24h por dia.

O transporte também é um capítulo à parte: além de barcos rápidos, há helipontos privados, e alguns hotéis já testam táxis aéreos autônomos para levar hóspedes até o continente em menos de 10 minutos.

The World Islands é mais do que um condomínio para milionários: é um experimento urbano, uma simulação de como o ser humano pode construir “mundo próprio” em pleno mar, com total controle sobre clima, solo, arquitetura, serviços e acesso.

Se antes a ideia de morar em uma ilha artificial parecia ficção científica, hoje ela é tendência entre os ultrarricos. E embora o projeto seja polêmico sob a ótica ambiental, ele mostra como a tecnologia, o capital e o marketing podem literalmente criar continentes do zero.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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