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Novo estudo sugere que a população global pode estar subestimada — áreas rurais podem esconder milhões de pessoas

Publicado em 20/03/2025 às 07:11
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Imagem representativa. Créditos da imagem: Pexels
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Um novo estudo sugere que a população mundial pode estar subestimada, especialmente em áreas rurais. Diferenças nos dados poderiam impactar políticas públicas e planejamento global

As Nações Unidas estimam que a população global atual seja de 8,2 bilhões de pessoas, com previsão de pico de 10,3 bilhões na década de 2080. No entanto, essas projeções sempre foram aproximadas, já que é impossível contar cada pessoa individualmente.

Algumas regiões possuem censos mais sofisticados, enquanto outras têm dificuldades em registrar seus habitantes mais precisamente. Estima-se que cerca de 850 milhões de pessoas no mundo não possuam documentos de identidade.

Agora, um novo estudo sugere que a população global pode estar subestimada, especialmente em áreas rurais. A pesquisa, conduzida pela Universidade Aalto, na Finlândia, levanta questionamentos sobre a precisão das contagens oficiais.

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Estudo aponta subestimação da população mundial em áreas rurais

O estudo não foi realizado para revisar as estimativas populacionais globais. Inicialmente, os pesquisadores analisavam o impacto de barragens na população deslocada. Foram estudados 307 projetos de barragens em 35 países, como China, Brasil, Austrália e Polônia, construídos entre 1980 e 2010.

Ao calcular quantas pessoas haviam sido reassentadas, os pesquisadores estimaram a população das regiões antes da construção das barragens. Esses números foram comparados a cinco grandes bancos de dados populacionais, que utilizam grades para calcular o número de habitantes por região.

O resultado foi uma diferença significativa: em média, esses bancos de dados subestimaram a população global rural em 53%. Em alguns casos, a margem de erro chegou a 84%.

O pesquisador Josias Láng-Ritter, da Universidade Aalto, afirmou ao New Scientist que a equipe ficou surpresa: “Ficamos muito surpresos ao ver o quão grande é essa sub-representação“.

Dificuldades em mapear regiões remotas

A subcontagem pode ocorrer porque os conjuntos de dados populacionais são mais precisos em áreas urbanas. Em cidades, há maior densidade populacional e mais informações acessíveis. Já em regiões remotas, os censos enfrentam desafios logísticos e nem sempre conseguem registrar todos os habitantes.

Outro fator é o uso de imagens de satélite para estimativas populacionais. Em centros urbanos, as construções e a iluminação noturna facilitam o mapeamento. No entanto, vilarejos rurais podem ser ocultados por vegetação ou dispersos em pequenas construções, tornando-se quase invisíveis para essas ferramentas.

Impactos da subestimação da população mundial

A precisão dos dados populacionais é fundamental para planejamento governamental, alocação de recursos e respostas a desastres. Dados incorretos podem levar a consequências graves.

Um mapa de risco de desastre que subestima populações rurais pode resultar em falta de serviços de emergência adequados. O planejamento de saúde pode falhar ao distribuir recursos, deixando comunidades desassistidas.

Atualmente, quase metade da população mundial vive em áreas rurais. Garantir a precisão dos censos é essencial para atender a essas populações eficazmente. A ONU tem como meta, por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, garantir que todas as comunidades sejam incluídas nos planos de ação global.

Questão ainda em debate

Apesar das descobertas, os pesquisadores finlandeses não afirmam que a população global seja significativamente maior do que os dados oficiais indicam. Eles reconhecem que extrapolar suas conclusões para o mundo inteiro é arriscado.

Grande parte das informações usadas no estudo vem da China e de outras regiões asiáticas, onde a subcontagem pode ser mais comum. Em contrapartida, países com sistemas de registro mais rigorosos, como Finlândia e Austrália, podem ter dados mais precisos.

Se houvesse uma subcontagem tão significativa, alguns pesquisadores argumentam que o impacto deveria ser visível em outras métricas. Dados sobre consumo de energia, produção de alimentos e uso de tecnologias poderiam apresentar discrepâncias maiores se houvesse uma população muito maior do que o estimado.

A discussão sobre a precisão das estimativas populacionais continua. O estudo da Universidade Aalto traz um alerta sobre a necessidade de aperfeiçoar os métodos de contagem, especialmente em áreas rurais. Melhorar a coleta de dados pode ser essencial para garantir que nenhuma população seja negligenciada em planejamentos futuros.

Com informações de ZME Science.

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Romário Pereira de Carvalho

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