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Nova Lei exige que motociclistas façam curso periódico para se atualizarem e manterem sua CNH caso queiram trabalhar de moto em funções como mototáxi e motofrete

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 12/10/2025 às 18:25
Projeto de lei exige curso online de 20 horas bienal para mototáxi e motofrete, condicionando o alvará à certificação.
Projeto de lei exige curso online de 20 horas bienal para mototáxi e motofrete, condicionando o alvará à certificação.
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Projeto em análise na Câmara propõe curso online de 20 horas, com atualização periódica para mototáxi e motofrete. A medida condiciona o trabalho regular a certificação válida e prevê consequências administrativas em caso de descumprimento.

Um projeto protocolado na Câmara dos Deputados propõe criar uma nova obrigação para quem pretende trabalhar de moto, nas modalidades de mototáxi e motofrete.

O PL 379/2025, de autoria do deputado Yury do Paredão (MDB-CE), altera a Lei 12.009/2009 para tornar obrigatório um curso periódico de atualização profissional, com carga mínima de 20 horas, oferecido na modalidade online, a ser realizado a cada dois anos.

A medida, se aprovada, alcança diretamente quem está tirando ou planeja tirar a CNH categoria A com objetivo profissional, pois condiciona o exercício regular da atividade à apresentação do certificado de conclusão atualizado.

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Condição contínua para atuar em mototáxi e motofrete

O texto do projeto determina que a capacitação periódica seja requisito contínuo para atuação de mototaxistas e motoboys.

Na redação proposta, a cada ciclo de dois anos contado do início da prestação do serviço, o profissional precisará realizar novamente o curso e comprovar a atualização.

O certificado funcionará como documento de aptidão, devendo constar nos cadastros consultados pelas autoridades de trânsito e pelos órgãos municipais que concedem alvarás.

Em caso de não comprovação dentro do prazo, o exercício da atividade fica impedido até a regularização; persistindo a pendência por mais de 30 dias após a notificação, o alvará de licença poderá ser suspenso ou cancelado conforme a regulamentação local.

Conteúdo e objetivo do treinamento

A proposição explicita que o curso de atualização será ofertado na modalidade online, com o objetivo de ampliar acesso e padronizar conteúdos.

A carga mínima de 20 horas vem descrita como parâmetro básico, a ser detalhado em diretrizes posteriores.

O foco recai sobre atualização em segurança viária, condução defensiva, técnicas de pilotagem em ambiente urbano, manutenção preventiva do veículo, equipamentos de proteção e boas práticas no atendimento ao passageiro ou no transporte de mercadorias.

A justificativa apresentada pelo autor cita a expansão do trabalho por aplicativos e o aumento da pressão por rapidez nas entregas como fatores que exigem reciclagem periódica, de modo a acompanhar mudanças de operação e de regulamentação.

Tramitação na Câmara dos Deputados

A tramitação aponta a Comissão de Viação e Transportes como primeira etapa na Câmara, em regime de apreciação conclusiva nas comissões.

Na prática, se obtiver parecer favorável e não houver recurso ao Plenário, o texto pode seguir ao Senado sem votação no colegiado maior.

Até a última atualização consultada para esta reportagem, o projeto aguardava designação de relatoria na CVT, sem parecer votado.

Em fases subsequentes, é esperado o exame pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, responsável por avaliar constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa.

Eventuais mudanças de mérito nas comissões podem ajustar prazos, conteúdo programático, critérios de certificação e obrigações de registro.

A Lei 12.009/2009, que hoje regula as atividades de mototáxi e motofrete, já exige requisitos como idade mínima de 21 anos, pelo menos dois anos de habilitação na categoria A e aprovação em curso especializado regulamentado pelo Contran.

O PL 379/2025 atua sobre essa base normativa ao introduzir a necessidade de atualização periódica e ao explicitar que a manutenção do alvará fica condicionada à reciclagem no prazo previsto.

Com isso, a proposta desloca parte do controle do cumprimento para o acompanhamento regular dos certificados pelos órgãos executivos de trânsito e pelos poderes concedentes de licenças municipais.

Impacto para quem pretende tirar a CNH A para trabalhar

Para quem está iniciando o processo de habilitação pensando em trabalhar de moto, a mudança cria um compromisso recorrente de capacitação a partir da entrada na atividade.

Embora o curso de atualização não faça parte das etapas da primeira CNH, ele impacta o planejamento de quem se prepara para cumprir a trilha completa de profissionalização.

Em termos práticos, o candidato que conclui a formação inicial e obtém a licença para mototáxi ou motofrete passará a incorporar, a cada dois anos, uma carga horária de reciclagem obrigatória, com registro formal.

O desenho em modalidade online reduz a necessidade de deslocamento e tende a facilitar a organização de horários, mas a exigência adiciona custo e tempo ao ciclo de manutenção da documentação.

Fiscalização, cadastros e efeitos administrativos

O texto do projeto amarra a obrigatoriedade à comprovação administrativa e prevê consequências para a falta de atualização.

O impedimento temporário do exercício visa induzir a regularização, enquanto a possibilidade de suspensão ou cancelamento do alvará após o descumprimento por 30 dias funciona como sanção de maior gravidade.

A aplicação desses efeitos, segundo a proposta, depende de parâmetros definidos pelos órgãos competentes, observando-se a regulação municipal e a integração com os cadastros de licenciamento.

Em ambientes onde há fiscalização eletrônica de alvarás e integração de bases com Detrans, a tendência é que a verificação do curso atualizado ocorra em tempo real.

Regulamentação técnica e papel do Sistema Nacional de Trânsito

A adoção de um curso online padronizado remete ao papel do Sistema Nacional de Trânsito na definição de conteúdo e avaliação.

Ainda que o PL estabeleça a duração mínima e a modalidade, caberá à regulamentação posterior detalhar trilhas, instrumentos de verificação de aprendizagem e regras para emissão de certificado.

É nesse ponto que a Senatran e o Contran costumam definir módulos, critérios de tutoria e requisitos tecnológicos das plataformas, além de procedimentos de auditoria e credenciamento de ofertantes.

O arranjo é semelhante ao dos cursos especializados já existentes, ajustado à recorrência de atualização prevista no projeto.

Segurança, organização do trabalho e padronização

A proposta dialoga com discussões em andamento no Congresso sobre segurança de motociclistas e organização do trabalho sobre duas rodas.

Em audiências e notas técnicas, gestores públicos e entidades costumam associar reciclagens frequentes a ganhos em conduta defensiva e em regularidade do serviço, especialmente nas capitais e regiões metropolitanas com alta densidade de entregas.

A opção pelo formato online segue a orientação de reduzir barreiras logísticas e facilitar a adesão de profissionais que trabalham em horários extensos, sem afastar a necessidade de controle efetivo de presença e de desempenho, a ser desenhado na regulamentação.

Custos, prazos e lacunas a definir

Do ponto de vista do usuário do serviço e do trânsito em geral, os defensores do projeto relacionam atualização periódica com redução de infrações em tráfego intenso, melhor gestão de riscos no compartilhamento de faixas e maior conformidade com regras locais sobre circulação e paradas.

Para o profissional, a previsibilidade de prazos e de conteúdo padronizado tende a facilitar a renovação do certificado e a evitar desencontros de exigências entre municípios.

Para os órgãos de fiscalização, a checagem integrada do certificado com os demais requisitos da Lei 12.009/2009 pode simplificar abordagens e sanções, desde que as bases de dados estejam interoperáveis.

No recorte econômico, a medida introduz um custo periódico que deve ser considerado por quem pretende ingressar no segmento.

A definição de valores, no entanto, não está no projeto e dependerá do mercado regulado e de atos normativos posteriores.

O tempo de curso, definido em 20 horas, cria um teto mínimo de dedicação e pode ser distribuído conforme a plataforma definida em regulamento.

Em cenários de alta demanda por entregas, a opção pelo ensino a distância oferece flexibilidade, o que, em tese, reduz impactos operacionais, sem excluir a necessidade de comprovação formal de conclusão e de qualidade pedagógica.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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