1. Início
  2. / Automotivo
  3. / No Brasil, representantes do setor de transportes discutem acerca da transição energética e do uso de veículos elétricos
Tempo de leitura 3 min de leitura

No Brasil, representantes do setor de transportes discutem acerca da transição energética e do uso de veículos elétricos

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 21/05/2022 às 19:52
veículos elétricos, transporte, Brasil
Imagem de Mikes-Photography / Fonte: Pixabay

Durante Congresso Mercado Legal de Carbono, setor de transportes mostrou-se dividido com relação ao futuro dos veículos elétricos no Brasil

Painel que reuniu fabricantes de veículos e motores a fim de discutir o futuro verde da mobilidade, em congresso realizado no Rio de Janeiro, foi marcado pela divisão na indústria de transportes acerca do modo como ocorrerá, no Brasil, a transição energética visando à emissão zero.
Ao mesmo tempo em que os dirigentes das empresas Scania e Marcopolo defenderam a ideia de que sistemas de transporte convencionais movidos a combustíveis fósseis devem conviver com veículos elétricos, o presidente da WEG – Harry Schmelzer – idealizou uma transformação mais acelerada da mobilidade nos centros urbanos.
Para Schmelzer, a velocidade da transição no setor de transportes será estimulada pela ascensão dos critérios socioambientais (ESG, na sigla em inglês) como atrativos para investimentos e consumo, em adição à tendência de diminuição dos custos das novas tecnologias. Segundo o CEO, o setor automotivo terá futuro completamente baseado em veículos elétricos.
O executivo declarou também, durante o evento promovido pela Petrobras e pelo Banco do Brasil (BB), que o Brasil deve apostar em todas as frentes, sem deixar, porém, os veículos elétricos de lado.

CEOs da Scania e da Marcopolo são mais cautelosos com relação à introdução dos veículos elétricos

O CEO da Scania na América Latina – Christopher Podgorski – argumentou, por sua vez, em favor da visão da montadora de que os veículos elétricos devem sim ganhar espaço, todavia permanecerão dividindo as rodovias com caminhões movidos a diesel ou outros combustíveis mais limpos, a exemplo do biometano.
O CEO da Marcopolo, James Bellini, seguiu o mesmo raciocínio de Podgorski, ao mencionar questões associadas ao custo e aos atrasos na infraestrutura exigida para a introdução de veículos elétricos. Ele destacou, como exemplo, que há dúvidas em relação ao que ocorreria se toda a frota de ônibus da cidade de São Paulo, correspondente a cerca de 14 mil veículos, passasse a madrugada, quando para de circular, sendo carregada.
Sob o mesmo viés, Bellini apontou, ainda, que não está evidente para os operadores de transporte no Brasil quanto tempo é necessário para que a tecnologia elétrica seja paga pela economia dos custos operacionais, especialmente nos gastos com combustível, haja vista que o ônibus elétrico é pelo menos três vezes mais caro do que um coletivo movido a diesel.
Por fim, o presidente da fabricante de carrocerias de ônibus adicionou também que é preciso pensar em diversos caminhos para transição energética no setor de transportes, uma vez que o elétrico puro não é a única alternativa existente. De acordo com ele, isso deve ser feito até que se atinja, em longo prazo, a emissão zero no Brasil, que não pode ser enxergada, em hipótese alguma, no curto prazo.

O Congresso Mercado Global de Carbono – Descarbonização & Investimentos Verdes, reúne, dos dias 18 a 20 de maio, na cidade do Rio de Janeiro, as lideranças do mercado de créditos de carbono no Brasil, a fim de expor estratégias, projetos e cases para fortalecer e impulsionar a economia verde no país.

O evento, promovido pelo Banco do Brasil e pela Petrobras, tem como apoiadores o Ministério do Meio Ambiente e o Banco Central e reúne especialistas e mais de 60 CEOs com o objetivo de debater temas importantes a respeito dos mais diversos aspectos do mercado de carbono, a exemplo da sustentabilidade e meio ambiente, serviços, mercado financeiro, energia, mobilidade urbana, saneamento, seguros, óleo & gás, indústria, agronegócio, tecnologia e inovação.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

Compartilhar em aplicativos