Criada em 2010 para atender à demanda de sondas da Petrobras no pré-sal, a Sete Brasil firmou contratos de afretamento com a Petrobras para a construção de 28 sondas. A maioria dos equipamentos sequer começou a ser construída. A aprovação do plano de recuperação da empresa está condicionada à venda das unidades.
A operação de venda das quatro sondas da Sete Brasil inciou com muitas ressalvas e preços abaixo do valor mínimo de US$ 554 milhões. A expectativa é que ao menos as norueguesas Seadrill e Borr Drilling que são consideradas favoritas, apresentem propostas. A Seadrill por ter um forte interesse de fortalecer a carteira de ativos no Brasil, que hoje se encontra restrita a apenas dois contratos: um com a Petrobras, que expira neste ano, outro com a Equinor e a Borr Drilling que ainda não possui contrato no Brasil e visa garantir seu ingresso no país.
Transcocean e Ensco também avaliaram a oportunidade de negócio. Outra possível candidata é a Odfjell que também não possui contrato no Brasil, empresa que, assim como a Seadrill, estava programada para participar do projeto original da Sete Brasil, como operadora de parte das unidades.
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As brasileiras Ocyan, Diamond Offshore e Petroserv , decidiram não disputar a compra das unidades, assim como a QGOG Constellation que há algumas semanas foi sondada pela Borr Drilling sobre eventual parceria voltada ao negócio, mas a empresa brasileira não se interessou, uma vez que, no momento, o grupo está focado em assegurar contratos para suas unidades próprias, mas que não há restrição quanto a eventual participação no futuro.
A abertura dos preços apresentados nesta quarta 27, será feita hoje, na sala de audiências da 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, onde tramita o processo de recuperação judicial da Sete Brasil. No qual estarão presentes os credores da Sete Brasil
A Sete Brasil e o Alvarez & Marsal Advogados , escritório que assessora a empresa na venda das sondas, terão prazo de 15 dias para avaliar as propostas e divulgar o resultado. A oferta poderá ser quitada a prazo, desde que a última parcela seja paga antes da entrega da unidade. Caso as propostas recebidas venham abaixo do preço mínimo de US$ 554 milhões, conforme estipulado no edital, os credores terão que deliberar se aceitam ou não o valor ofertado.
A dívida da Sete Brasil soma cerca de US$ 5 bilhões, e a projeção é que apenas 10% desse valor seja quitado. A lista de credores do grupo envolve 22 empresas – 12 acionistas (BTG Pactual, Luce, EIG Global Energy Partners, Lakeshore, Previ, Petros, Funcef, Valia e FI-FGTS, Santander, Bradesco e Petrobras), cinco bancos credores e cinco estaleiros.
O valor mínimo estipulado no edital é destinado exclusivamente ao pagamento da Sete Brasil. Além do montante destinado à aquisição das unidades, há também os investimentos que terão que ser feitos para garantir a conclusão das obras das sondas. Estimativas do mercado projetam um preço total ao redor de US$ 1,25 bilhão, montante que contabilizará a parte da Sete Brasil.
A aquisição das unidades garante ao comprador um contrato com a Petrobras de dez anos, com taxa diária de US$ 299 mil, valor bem acima dos valores contratuais praticados no momento. A operação envolve dois navios-sonda (Arpoador e Guarapari) e duas semissubmersíveis (Urca e Frade), em construção nos estaleiros Jurong e Brasfels, respectivamente.
Um fator de risco ao negócio é que a Sete Brasil enfrenta um processo de recuperação judicial e teve seu nome envolvido nos escândalos de corrupção da Operação Lava Jato, outro fator é o fato de a Petrobras poder cancelar o contrato de afretamento das unidades após um ano de operação, caso a seja comprovada má performance dos equipamentos ou da empresa operadora.
Uma vez que, a Sete Brasil deve concluir as negociações no final de abril, o mercado prevê que as duas primeiras unidades serão concluídas apenas em 2020, ainda que o edital estipule que a primeira sonda será concluída em 2019 e as demais, nos anos subsequentes.