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Motos elétricas serão beneficiados com baterias de nióbio que já estão sendo testadas no Brasil pela CBMM

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 31/05/2022 às 13:55
Atualizado em 01/06/2022 às 09:42
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Moto elétrica da Horwin do programa de baterias da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Rogério Marques Ribas — Foto: CBMM/Divulgação

CBMM, empresa brasileira que fabrica produtos de nióbio, fechou parceria com empresa de motos elétricas para que as baterias de nióbio com carregamento ultrarrápido cheguem ao mercado em breve, reduzindo o tempo de recarga de grande parte dos veículos elétricos

Atualmente, leva cerca de 5 minutos para um motociclista abastecer sua moto em um posto de combustível e dar partida. Já no caso das motos elétricas, o tempo de espera é bem maior, podendo chegar a cerca de três horas para atingir metade da carga. Entretanto, este é um cenário que pode mudar futuramente com a chegada das baterias de recarga ultrarrápida com nióbio da CBMM que já estão sendo testadas no país.

CBMM está construindo motos elétricas para demonstração

Após o anúncio de uma fábrica de produção de motos elétricas situada em Manaus, a Horwin, montadora chinesa, fechou uma parceria com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que produz o material necessário para a produção das baterias de nióbio em Araxá, no Centro-Oeste de Minas, e pretende entregar motocicletas elétricas recarregáveis em até dez minutos.

De acordo com Rogério Marques Ribas, gerente do programa de baterias da companhia, a empresa fechou uma parceria com a Horwin e também diz que as empresas estão construindo, juntas, duas motos elétricas de demonstração utilizando a tecnologia do seu parceiro do Japão, a Toshiba, que utiliza nióbio.

A Horwin já anunciou que está tudo indo de acordo com o planejado e que pretende utilizar essas baterias de nióbio em sua linha de produção na fábrica de Manaus. 

CBMM adquire 13% da empresa Echion Technologies

O protótipo do projeto deve ser apresentado ainda neste ano e utilizará a moto elétrica do modelo CR6 da Horwin, com 6.200 W de potência de motor e até 150 km de autonomia. As baterias de nióbio utilizadas são fruto de três anos de pesquisa e desenvolvimento da parceria entre a CBMM e a Toshiba.

Além da parceria com a empresa de motos elétricas, a CBMM, líder mundial no fornecimento de produtos de nióbio, também comprou 13% de uma empresa que surgiu da Universidade de Cambridge, chamada de Echion Technologies, que desenvolve materiais para baterias de nova geração.

Neste mês, esta empresa se tornou fornecedora oficial de materiais para a norueguesa Morrow Batteries, que fabrica bateria com investimentos da Siemens e da ABB. Segundo o gerente da CBMM, as primeiras dez toneladas de materiais que a empresa está enviando para a Echion e para Morrow estão sendo fabricadas na planta de materiais para baterias de nióbio em Araxá.

Saiba mais sobre a utilização do nióbio nos carros e motos elétricas

O nióbio não substitui o lítio nas baterias de modelos elétricos ou outros eletrônicos, mas serve como um potencializador para as baterias. Ribas afirma que 95% das tecnologias nos smartphones, carros elétricos e computadores são de baterias de lítio.

A empresa modifica um dos componentes da bateria, trazendo algumas propriedades a ela, como a capacidade de recarga rápida, possibilidade de operar em uma maior janela de temperatura e segurança, como nas temperaturas negativas da Europa. O gerente ainda afirma que, além do benefício da recarga ultrarrápida, a durabilidade deste tipo de componente que utiliza nióbio é essencial para veículos robustos, como ônibus e navios elétricos.

Com uma bateria comum, há uma capacidade de vida útil de cerca de 5 a 6 anos, no melhor dos casos. Já no caso das baterias de nióbio, há a possibilidade de durarem cerca de 15 anos. Se focarmos na aplicação em navios ou ônibus elétricos, a vida do componente deve ir a uma média de 20 a 30 anos.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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