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México e China pressionam Brasil por mais carnes enquanto EUA barram frango e impõem tarifaço à carne bovina brasileira

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 15/09/2025 às 12:17
Os democratas acusam a superprodução chinesa de inundar mercados e pressionam os Estados Unidos a adotar medidas duras. Donald Trump é cobrado a incluir cláusulas rígidas nas negociações comerciais com Pequim.
Os democratas acusam a superprodução chinesa de inundar mercados e pressionam os Estados Unidos a adotar medidas duras. Donald Trump é cobrado a incluir cláusulas rígidas nas negociações comerciais com Pequim.
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Com o tarifaço americano de 50% sobre a carne bovina brasileira e o bloqueio ao frango, México e China ampliam pressão por mais exportações e reorganizam o mapa do comércio do setor.

O Brasil vive um momento decisivo no setor de proteínas. De um lado, México e China pressionam por mais carnes brasileiras, enviando missões técnicas e sinalizando aumento das compras. De outro, os Estados Unidos impuseram tarifas de 50% sobre a carne bovina brasileira e mantêm restrições ao frango, criando um cenário de realinhamento estratégico para os frigoríficos nacionais.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, o México já superou os EUA como destino da carne bovina nacional, enquanto a China prepara a retomada gradual das importações de frango. Especialistas alertam que esse movimento diversifica mercados, mas também amplia a dependência do Brasil de parceiros que utilizam a segurança alimentar como instrumento político.

Missão mexicana inspeciona frigoríficos brasileiros

Entre 15 e 26 de setembro, uma missão oficial do Senasica, órgão de inspeção sanitária do México, visita 35 plantas frigoríficas brasileiras para renovar licenças e outras 14 para habilitações inéditas.

A lista inclui unidades de gigantes como Marfrig, Minerva, JBS e Frisa, espalhadas por Mato Grosso, Goiás, Rondônia, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.

O interesse mexicano é estratégico.

Com o tarifaço dos EUA sobre a carne bovina brasileira, o México se consolidou como principal mercado, absorvendo embarques que antes tinham como destino o mercado americano.

Para a indústria, trata-se de uma oportunidade, mas também de uma mudança estrutural, já que o Brasil passa a depender ainda mais do país vizinho para manter o ritmo de exportações.

China negocia reabertura do frango brasileiro

A China, maior compradora de carne bovina e também relevante no frango, prepara missão técnica para o dia 22 de setembro, com o objetivo de avaliar frigoríficos e discutir a suspensão do embargo ao frango brasileiro.

O bloqueio foi adotado após a detecção de um caso isolado de gripe aviária em granja do Rio Grande do Sul, mesmo após a OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) ter reconhecido o Brasil como livre da doença.

Enquanto as vendas ao gigante asiático seguem paralisadas, o México absorveu 37,5 mil toneladas de frango brasileiro em agosto, um aumento de 873% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Para a JBS, a missão chinesa representa um passo essencial para retomar a normalidade do setor e reduzir riscos de sobrecarga em outros mercados.

Pressão dos EUA ameaça competitividade brasileira

Ao contrário de México e China, os Estados Unidos adotaram medidas restritivas que afetam diretamente o agronegócio brasileiro.

A tarifa adicional de 50% sobre a carne bovina inviabilizou embarques de produtos de maior valor agregado, como cortes premium, além de manter em vigor o bloqueio ao frango.

Essas medidas representam não apenas perda de mercado, mas também um desafio estratégico.

O setor americano de proteína animal enfrenta oferta reduzida e custos elevados, mas prefere barrar a entrada da carne bovina brasileira como forma de proteger produtores locais.

Para analistas, isso cria uma distorção que favorece concorrentes como Austrália e Uruguai.

Dependência e riscos estratégicos

Especialistas em comércio internacional destacam que a atual reorganização das exportações brasileiras traz ganhos de curto prazo, mas amplia vulnerabilidades no longo prazo.

A concentração em China e México, países que historicamente utilizam barreiras sanitárias e negociações de mercado como instrumentos políticos, pode gerar instabilidade para bilhões de dólares em contratos.

Ainda assim, a diversificação em relação aos EUA é considerada necessária.

Para o Brasil, a saída será investir em novos mercados, maior transparência sanitária e ampliação da capacidade de resposta a barreiras comerciais, de modo a reduzir riscos e consolidar uma posição sólida no comércio global de carnes.

Você acredita que a dependência maior de China e México, diante do bloqueio dos EUA à carne bovina brasileira, fortalece ou fragiliza a posição do Brasil no mercado internacional? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha de perto os impactos dessa mudança.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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